Assisti ao documentário
Lavra (2021) de
Lucas Bambozi no
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro no
Canal Brasil. Que tragédia que a humanidade faz com a natureza.
O diretor resolve ir a Mariana, três após a tragédia, para ver as cidades, as famílias. Passa pela cidade onde ainda as famílias fazem fila por água. O rio contaminado com metais pesados, não pode ser bebido. Indo para o interior, para visitar as famílias, vamos vendo o que a lama fez. Uma família mostra em seu antigo sítio que a lama endureceu, viraram pedras pesadíssimas, um concreto de lama, e abaixo a terra sem poder respirar. Essa família retira manualmente as pedras pra poder respirar. O trem passa dia e noite. O que temos em grandes cidades, que não pode barulho após às 10h e antes das 8h, não existe no Vale do Aço. A lei é a dos minérios e mineradores, e quem lá viver, é obrigado a aturar.
Três anos depois e as famílias continuam na zona urbana aguardando as casas que prometeram. Pessoas que viviam na área rural, com suas famílias, ficam em casa na espera infinita por justiça e pra poder voltar a vida rural. O documentário segue para onde as casas serão construídas, o morador diz que deram data, que ainda não ficou pronta, mas na visita com a equipe do documentário vê que nada começou, está tudo igual há três anos, que desolação. Há inclusive uma gama de funcionários pra impedir tudo e intimidar, pra não permitir que se veja os lugares, suas antigas casas. O documentário segue também para duas cidades Conceição do Mato Dentro que recebeu a mineradora e sofre com a destruição da cidade, e Serro que resiste bravamente a invasão mineradora. Os moradores de Serro acompanharam a devastação na cidade vizinha, os impactos, cachoeiras destruídas, poluição, nascentes que secaram e a vegetação que morre em seguida. Não querem a mesma experiência.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh-XZj3LSQRC2C6QHOS1T7_NVvp4TGTj2VqKnwZypg4Ge0nmiY8tcqUnMgoujdmRgNetek8rv_jSGsnhKdXtgWcnrjT4odm0H7yEqSqKN5S-KurM6cJ2e_jyL2l2Zdz4dtiBW4LjKW6sgJgJtRzwLuaoE1D574C4k1SRpzkd4TLphqccAWXFbVzXhAb=3dw400-h400)
Quando a equipe está em um sítio, vendo as galinhas, são chamados a televisão para ver o resgate pavoroso daquela mulher na lama em Brumadinho. A tragédia tinha acabado de acontecer. Três anos depois, perto de Mariana, em Brumadinho, a lama matou 262 pessoas até agora, porque hoje, três anos depois, ainda há buscas por desaparecidos na lama. Só depois de Brumadinho é que fizeram as análises em outras barragens e detectaram que mais de 50 estão em risco. Outro levantamento mostra mais de 400 barragens abandonadas que não foram analisadas e são risco também.
O documentário escolheu colocar uma personagem pra falar com os moradores e narrar a história.
Lavra circula por festivais no mundo todo. O documentário ganhou
Melhor Fotografia e Menção Honrosa pelo Som no Festival de Brasília.
Beijos,
Pedrita