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terça-feira, 4 de julho de 2023

Leila Diniz

Assisti Leila Diniz (1987) de Luiz Carlos Lacerda na Maratona 125 anos do Cinema Brasileiro no Canal Brasil. Eu vi que ia passar esse filme e coloquei pra gravar e por milagre a gravação pode ser vista, raramente funciona esse serviço.

Eu tenho memória afetiva com Leila Diniz. Quando eu era muito pequena achei nos guardados da minha mãe uma capa de revista muito antiga com foto da Leila Diniz e um bebê. E pedi pra minha mãe contar a história dela. O que eu gravei foi que era uma grande atriz, muito alegre, que tinha tido uma filha, mas tinha morrido em um acidente de avião quando ia para o exterior. Não lembro se ela tinha dito algo mais, mas dali em diante passei a ter fascínio por essa atriz. Mas pouco conhecia efetivamente, só mesmo com esse filme consegui saber um pouco mais.

Muito recentemente que vi alguns filmes atuados por ela, como o maravilhoso Todas as Mulheres do Mundo com Paulo José.

Mas o que me impressionou no filme sobre a Leila Diniz é que ela atuou em inúmeros filmes, boa parte os grandes cineastas da época, que ficou muito famosa fazendo novelas e programas de televisão. Não sabia que ela tinha protagonizado a novela O Sheik de Agadir, nem que tinha estado em filmes de Domingos de Oliveira, Nelson Pereira dos Santos, Reginaldo Faria, Luiz Carlos Lacerda e Paulo César Saraceni. Não tinha ideia que apesar de uma vida curta, morreu aos 27 anos, ela atuou em inúmeros filmes, programas de TV, teatro, inclusive teatro de vedetes. Quando morreu, ela viajava pra promover um filme.
Leila Diniz era uma mulher livre, de personalidade forte, com opiniões claras. Ela pregava o amor livre, mas teve relacionamentos duradouros. Foi casada por três anos com Domingos de Oliveira e por 6 anos com Ruy Guerra, que foi interrompido porque ela faleceu. Leila teve romance com o protagonista do Sheik, Henrique Martins e Toquinho. O elenco do filme é inacreditável! Louise Cardoso faz brilhantemente Leila Diniz. Carlos Alberto Riccelli interpreta Domingos de Oliveira, Rômulo Arantes é Toquinho, Antônio Fagundes é Ruy Guerra, Diogo Vilela é Luiz Carlos Lacerda, Paulo César Grande é Jece Valadão. Dennis Carvalho é Flávio Cavalcanti. José Wilker é Henrique Martins. Pedro Bial é um dos jornalistas do Pasquim que fizeram a entrevista icônica com a atriz que falou de amor livre e gerou tanta perseguição política e preconceito.

Os pais de Leila Diniz foram interpretados por Marieta Severo e Tony Ramos. Marieta era a melhor amiga de Leila, tanto que ela e o Chico Buarque que criaram sua filha até os 10 anos. Alguns outros do elenco são Marcos Palmeira, Yara Amaral, Hugo Carvana e Otávio Augusto.


Beijos,
Pedrita

domingo, 28 de novembro de 2021

Guerra de Canudos

Assisti Guerra de Canudos (1997) de Sergio Rezende no Canal Brasil. Sempre quis ver esse filme, mas por ser muito longo raramente é programado, tem 3 horas de duração aproximadamente. O Canal Brasil programou vários filmes com a Marieta Severo em comemoração aos seus 75 anos.

É um épico, com textos de Euclides da Cunha, sobre a guerra insana (1896-1897) contra um povoado. Era a República, tinha acontecido o fim da escravidão e era logo após a maior seca do sertão. Antonio Conselheiro (1830-1897) caminha com fiéis pelo sertão da Bahia, até que acha um lugar e montar um povoado. Todos muito pobres, passam a ter pouco, uma vida quase miserável, mas melhor e com alguma dignidade. Ele é interpretado por José Wilker

Cismam com o povoado e declaram guerra a ele. Durante seis meses morrem brasileiros de todos os lados. É de uma insanidade atroz. Não é um filme fácil porque as três horas são praticamente de guerra.

O elenco é primoroso:  Claudia Abreu, Paulo Betti, Roberto Bomtempo, Tonico Pereira, Selton Mello, José de Abreu, Tuca Andrada, Dandara Guerra, Denise Weinberg, Camilo Beviláqua, Murilo Grossi, Jorge Neves e Ernani Moraes.




Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O Homem da Capa Preta

Assisti O Homem da Capa Preta (1986) de Sérgio Rezende no Canal Brasil. Mais um filme da série "todo mundo viu menos eu". Sempre quis ver, é raro passar, quando vi coloquei pra gravar. É um dos mais expressivos trabalhos de José Wilker. Ele interpreta Teotônio Cavalcanti, influente político de Duque de Caxias. A interpretação dele é majestosa. Arrepia!

Começa naquela época de coronelismo. Homens poderosos mantinham seu domínio a bala. Teotônio era muito popular, adorado pelo povo. Vivia de colete a prova de balas, sua metralhadora e sua capa preta de fundo vermelho. Já tinha sofrido inúmeros atentados, mas revidava da mesma forma, matava quem lhe atravessava o caminho. Tinha aquele hábito clássico no Brasil de trazer os pobres para uma festa e lá tirar titulo de eleitor para cada um. Incrível a direção. A esposa interpretada por Marieta Severo mal fala no início, mas é possível perceber toda a tristeza em seu olhar e silêncio. Volte e meia os filhos tinha que ir para escolas distantes porque o pai estava sendo ameaçado e atacado. Com o tempo fica mais civilizado, se aproxima de um jornalista e se elege deputado federal. Não sabia que Teotônio Cavalcanti tinha disputado Governador da Guanabara com Carlos Lacerda e perdido. No golpe de 64 consegue levar o jornalista para o Consulado da Suíça, mas se recusa a deixar o Brasil. O jornalista foi interpretado por Jonas Bloch. O operário que está sempre ao seu lado por Chico Diaz. Guilherme Karan interpreta Flávio Cavalcanti. Quando o filme foi lançado ainda era vivo e morava em Duque de Caxias. O elenco é impressionante: Tonico Pereira, Carlos Gregório e Paulo Villaça. Assustador como o texto é atual, parece que estamos vendo a política de hoje. A única diferença é que na época do filme a violência era explícita, bang bang mesmo. Hoje é mais sutil.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A Hora e a Vez de Augusto Matraga

Assisti A Hora e a Vez de Augusto Matraga (2012) de Vinícius Coimbra no Telecine Action. Eu não consegui ver esse filme quando estreou nos cinemas, depois esqueci dele. Qual não foi a surpresa em ver ele nesse canal. Tinha muito mais a ver com o Telecine Cult. Que filme incrível! Impressionante!

O filme é baseado no conto de João Guimarães Rosa. Teve outra adaptação de 1965 que agora quero ver. João Miguel está incrível como Augusto Matraga. Um homem violento, que vive de crimes, mulheres. 

Ele é casado. Sua esposa é outra atriz que adoro, a Vanessa Gerbelli e tem uma filha. Em meio a desavenças com um coronel, Matraga pede que a esposa vá ficar em outra propriedade. No caminho ela resolve seguir com a filha com outro homem (Werner Schünemann). Os atores são incríveis, alguns em pequenas participações, um elenco maravilhoso.

Irandhir Santos também tem um grande personagem. Ele é funcionário do Matraga, fiel, mas medroso.

O coronel é vivido por Chico Anízio. Ele manda matar Augusto Matraga, seus capangas o espancam muito, Matraga cai de uma grande altura em pedras e todos acham que está morto.

Um casal o encontra, vai buscá-lo, e os dois começam a cuidar dele. Adoro esses atores: Ivan de Almeida e Teca Pereira. O padre (José Dumont) é chamado para a extrema-unção, Mas Matraga sobrevive, o padre diz para ele ir com quem cuidou dele para bem longe, trabalhar por três e viver sem mulheres. 

João Miguel passa a ser outra pessoa, incrível a modificação de interpretação. Até o jeito de andar é outro. Ele constrói uma casa para eles, ajuda todos na região incansavelmente, trabalha duro. Até que João Bem Bem (José Wilker) aparece, Matraga oferece abrigo e comida para o bando e se encanta com as histórias das aventuras. Wilker também está excelente.

O elenco é excelente: Júlio Andrade, Glicério do Rosário e Gorete MilagresA Hora e a Vez de Augusto Matraga ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival do Rio pela crítica e pelo público. João Miguel, Melhor Ator, José Wilker, Melhor Ator Coadjuvante. João Miguel também ganhou APCA de Melhor Ator.

Beijos,

Pedrita

domingo, 25 de outubro de 2015

Dona Flor e Seus Dois Maridos

Assisti Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) de Bruno Barreto no Canal Brasil. Sempre quis ver esse filme, deve ser da categoria todo mundo viu menos eu. Finalmente conseguir gravar. Em geral sempre que passava era em horário que eu não conseguia ver. É baseada na obra de Jorge Amado que não li e um dos melhores personagens para o José Wilker. Fiquei emocionada em ler que esse logo é do saudoso Cyro Del Nero.

Ele é o típico bon vivant. Se casa com a bela Flor, Florípedes, viciado em jogo, namorador, deixava ela sempre sozinha em casa. Mas quando estava com ela era intenso. Ela, cozinheira de mão cheia, ganhava o seu sustento ensinando culinária. No carnaval ele morre. Ela acaba se casando com um próspero farmacêutico e passa a ter uma vida pacata e feliz. Mas a felicidade se completa quando o fogoso Wadinho volta. Ela reluta, mas acaba cedendo.

Imagino como devem ter sido divertidas as cenas com o José Wilker nu. Mauro Mendonça interpreta o metódico farmacêutico e eles contracenam juntos. Mauro Mendonça tem que fingir que não vê o José Wilker nu em sua casa, em cima do armário. Em entrevistas contaram a tranquilidade como José Wilker gravou a clássica cena final no Pelourinho em que ele nu está de braço dado com sua mulher e o farmacêutico. Sônia Braga mais linda que nunca. Há muitos bons atores no elenco: Rui Resende, Nelson Xavier, Nilda Spencer, Nelson Dantas, Lourdes Coimbra, Francisco Dantas, Arthur Costa Filho, Claudio Mamberti, Lícia Magna, Mara Rúbia e Betty Faria. A música é O que será que será de Chico Buarque e Francis Hime. Por anos Dona Flor e Seus Dois Maridos foi o record de bilheteria no Brasil. Só foi desbancado por Tropa de Elite 2.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 5 de maio de 2015

Isolados

Assisti Isolados (2014) de Tomas Portella no Telecine Premium. Queria muito ver esse filme, inclusive quando esteve nos cinemas. Eu gosto do gênero e adoro a Regiane Alves e o Bruno Gagliasso. Gostei, é bem realizado, mantém o suspense o tempo todo, bem angustiante. O final inclusive me surpreendeu. Eu gosto desse gênero, então costumo compreender os caminhos possíveis, mas esse não adivinhei na totalidade. Cheguei a suspeitar, mas não adivinhei o todo, fui surpreendida.

Isolados começa com uma menina em uma região de mata cuidando de uma casa pobre e depois sendo assassinada. Segue para os personagens do Bruno Gagliasso e da Regiane Alves, eles estão em uma estrada, param em um pequeno bar, ela vai ao banheiro e o atendente fala da menina morta e abusada depois de morta, o que ouve pede que não mencione a sua companhia porque ela não está bem e segue para uma casa isolada. Percebemos que a moça que está com ele está com problemas nervosos, precisa de repouso e de medicação.

O filme é basicamente os dois, mas outros atores fazem participações. Os dois policiais que investigam os assassinatos são interpretados por Silvio Guindane e Orã Figueiredo. A personagem da Juliana Alves aguarda o casal para entregar a casa. Nas memórias do médico aparece José Wilker e Débora Olivieri. Carol Macedo é uma das vítimas e o da venda é Edmilson Barros.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Agosto

Assisti em DVD a minissérie Agosto (1993) da TV Globo. Direção de Paulo José, baseado no romance de Rubem Fonseca, adaptado por Jorge Furtado. Eu tinha lido o livro há vários anos e queria muito ver a minissérie. Concordo com a minha mãe que assim que começamos a ver queremos saber o que vai acontecer. Vi muito rapidamente, apesar de ser em várias horas.

A direção de arte é impecável. Tudo cuidado nos mínimos detalhes para a ambientação na década de 50. O elenco é incrível. José Mayer é o policial honesto, utópico, que tem uma úlcera. É angustiante a má alimentação dele. As duas mulheres que o atormentam são interpretadas pela Vera Fischer e Letícia Sabatella. Estão lindíssimas! Igualmente bela a Lúcia Veríssimo como a esposa do homem assassinado. Belíssimo ainda Norton Nascimento.

Tony Tornado arrasa como Gregório Fortunato. A minissérie se passa no final da vida de Getúlio Vargas, quando acontece o atentado a Carlos Lacerda. Muito bem relatada a parte histórica que anda em paralelo e até se confunde com a trama principal e ficcional. Ótimos os policiais interpretados por outros dois grandes atores Elias Gleizer, Carlos Vereza e Stênio Garcia. Mário Lago está majestoso como o chefe dos bicheiros que trás outros atores incríveis como Claudio Corrêa e Castro

Marcos Winter está excelente como o empresário perturbado. Incrível a realização da cena do suicídio. José Wilker é o outro empresário. Hugo Carvana um político influente. Sérgio Mamberti está maravilhoso como um senador, contracena com ele brilhantemente Rodolfo Bottino. Othon Bastos como um advogado do poder e do dinheiro. Lima Duarte como um matador. Ainda aparecem outros atores que adoro Milton Gonçalves, Léa Garcia, Ivan Cândido, Sylvia Bandeira, Antônio Petrin, Clemente Viscaíno e Nelson Dantas. A minissérie faz uma homenagem a Paulo Gracindo.

O DVD traz ainda uma entrevista com Paulo José e Carlos Manga. E matérias sobre a realização.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O Papel da Vida - José Wilker

Assisti José Wilker (2013) em O Papel da Vida no Canal Brasil. O canal vem homenageando José Wilker, passando em sua programação filmes e programas que ele esteve presente. O Papel da Vida é apresentado pela Marina Person e ela comenta que estranhou que o José Wilker escolheu o filme O Maior Amor do Mundo como o Papel da Vida. Eu estranhei do José Wilker escolher entre um dos meus filmes preferidos. Embora não tenha visto os mais famosos, adoro Bye Bye Brasil, acho O Maior Amor do Mundo um filme belíssimo.

José Wilker comentou que esse filme o mudou como ator. Ele teve um mês de preparação onde contracenava com atores, ou mesmo pessoas que estavam em seleção. Só depois que filmaram. Que o personagem era muito contido. José Wilker interpreta um astrofísico que retorna ao Brasil para receber um prêmio. Ele está com um tumor, vai morrer logo e quer saber sobre a sua mãe que não conheceu. Começa então vagar pelas favelas em busca de informações. José Wilker interpreta um homem sisudo, mas no decorrer do filme percebemos que dentro dele há um turbilhão, mas a sua forma de viver parece que ele é indiferente. O Maior Amor do Mundo é de uma poesia surpreendente. Eu vi no cinema, revi já vários trechos. Minha mãe ama esse filme também.


Beijos,
Pedrita