Eu tenho memória afetiva com Leila Diniz. Quando eu era muito pequena achei nos guardados da minha mãe uma capa de revista muito antiga com foto da Leila Diniz e um bebê. E pedi pra minha mãe contar a história dela. O que eu gravei foi que era uma grande atriz, muito alegre, que tinha tido uma filha, mas tinha morrido em um acidente de avião quando ia para o exterior. Não lembro se ela tinha dito algo mais, mas dali em diante passei a ter fascínio por essa atriz. Mas pouco conhecia efetivamente, só mesmo com esse filme consegui saber um pouco mais.
Mas o que me impressionou no filme sobre a Leila Diniz é que ela atuou em inúmeros filmes, boa parte os grandes cineastas da época, que ficou muito famosa fazendo novelas e programas de televisão. Não sabia que ela tinha protagonizado a novela O Sheik de Agadir, nem que tinha estado em filmes de Domingos de Oliveira, Nelson Pereira dos Santos, Reginaldo Faria, Luiz Carlos Lacerda e Paulo César Saraceni. Não tinha ideia que apesar de uma vida curta, morreu aos 27 anos, ela atuou em inúmeros filmes, programas de TV, teatro, inclusive teatro de vedetes. Quando morreu, ela viajava pra promover um filme.
Leila Diniz era uma mulher livre, de personalidade forte, com opiniões claras. Ela pregava o amor livre, mas teve relacionamentos duradouros. Foi casada por três anos com Domingos de Oliveira e por 6 anos com Ruy Guerra, que foi interrompido porque ela faleceu. Leila teve romance com o protagonista do Sheik, Henrique Martins e Toquinho. O elenco do filme é inacreditável! Louise Cardoso faz brilhantemente Leila Diniz. Carlos Alberto Riccelli interpreta Domingos de Oliveira, Rômulo Arantes é Toquinho, Antônio Fagundes é Ruy Guerra, Diogo Vilela é Luiz Carlos Lacerda, Paulo César Grande é Jece Valadão. Dennis Carvalho é Flávio Cavalcanti. José Wilker é Henrique Martins. Pedro Bial é um dos jornalistas do Pasquim que fizeram a entrevista icônica com a atriz que falou de amor livre e gerou tanta perseguição política e preconceito.