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Fui ao recital com composições do
Fausto de
Goethe na
CPFL em Campinas. Essa apresentação está inserida na série
O Mito do Fausto no Tempo e começou com a exibição de um trecho de uma série alemã baseada no livro
Dr. Fausto de Thomas Mann que é maravilhoso. Passaram o trecho que o
Fausto conta que vendeu a alma ao diabo para realizar o seu sonho de compositor.
Foi um recital maravilhoso, fiquei várias vezes emocionada, arrepiada. Não só pelos belíssimos poemas de Goethe (foto), como pela música e principalmente pela interpretação magnífica dos músicos que eram:
Adélia Issa, soprano,
Marcos Tadeu, tenor,
Carlos Eduardo Marcos, baixo e
Ricardo Ballestero (foto:
crédito - João Pires), pianista. Magistral!
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Adélia Issa (foto) interpretou sempre Margarida ou Gretchen, Marcos Tadeu, Fausto e Carlos Eduardo Marcos, Mefistófeles.
Fiquei muito surpresa de ver quantos compositores fizeram música para o Fausto de Goethe. No repertório do recital estavam os compositores: Beethoven, Schubert, Berlioz, Wagner, Wolf, Boito, Stravinsky e Gounod. Composições, estilos e idiomas diferentes. No palco projetavam os poemas de Goethe que eram interpretados. Achei ótimo porque podíamos acompanhar a dramaticidade de cada momento. Me surpreendi muito com a frieza do público, era um espetáculo de tirar o fôlego, maravilhoso, com interpretações incríveis, mas eles somente aplaudiam.
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Não consegui localizar especificamente os poemas que foram interpretados, mas escolhi alguns para ilustrar o post.
Trechos do Fausto de Goethe em que Margarida está sozinha:
Sinto o coração pesado.
Dias de paz, onde estais?
Ai, descanso abençoado,
nunca, nunca, nunca mais!
Inda não quitei a vida,
e já ’stou na sepultura.
Quem nasceu tão sem ventura,
melhor não fora nascida.
Trago esvaído o juízo,
o coração como louco.
Sempre durastes bem pouco,
horas do meu paraíso.
Mefistófoles:
Agora toca a ver se desfazemoso encalhe da soleira.
Quem nos deradente de rato aqui!...
Pedi-lo e tê-lo, tudo foi um; já lhe oiço a roedura;
não tarda uma unha negra. Esconjuremo-lo!
«O Senhor dos ratos, murganhos e moscas,
«das rãs, percevejos e mais sevandijas,
«ordena que roas as figuras toscas,
«que ele unta de azeite nestas pedras rijas.
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Beijos,
Pedrita