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quinta-feira, 7 de novembro de 2019

O Jovem Karl Marx

Assisti O Jovem Karl Marx (2017) de Raoul Peck no Telecine Play. Tem tempo que esse filme está disponível no Now. O diretor é haitiano. Conta a história do Karl Marx até a publicação do Manifesto Comunista. Quando estudava direito em Berlim foi convidado por Engels para ir para Paris.

Lá que conheceu sua esposa e teve dois filhos com ela. Incrível como as duas mulheres foram determinantes nas carreiras deles. Ativas, ajudavam nos textos, os seguiam e  os apoiavam. Em Paris, Karl Marx é expulso, a esposa estava grávida do segundo filho. Eles seguem então para Bruxelas. Engels era filho de um industrial, é ele que ajuda um pouco Marx que vivia muito pobremente. Ele trabalhava escrevendo textos e em repartições que precisavam de profissionais da escrita. Augusto Diehl está ótimo como Marx. Todos estão ótimos, Vicky Krieps faz a esposa. Stefan Kornarske é Engels. Hannah Steele, sua esposa. Ainda no elenco: Olivier Gourmet, Michael Brandner, Alexander Scheer e Ivan Franek.
É a época da Revolução Industrial. Patrões exploram empregados pela produtividade e pra enriquecerem, inclusive crianças que trabalham horas a fio em ambientes insalubres, com salários miseráveis, correndo riscos nas máquinas. 

Beijos,
Pedrita

domingo, 22 de maio de 2011

A Ilha Sob O Mar

Terminei de ler A Ilha Sob o Mar (2009) de Isabel Allende da Bertrand Brasil. Eu adoro essa autora. Minha irmã ficou felicíssima quando ganhou de aniversário essa obra e adorou a leitura. Amei quando ela me emprestou. Essa capa de Ana Juan é lindíssima e vou sentir falta dela ilustrando o meu blog no que eu estou lendo. Amei essa obra. É profunda, informativa, intensa e apaixonante. Fala da época que alguns países tinham colônias em ilhas como a de Saint-Domingue que depois passou a ser o Haiti. Dá pra entender um pouco porque esse país tem tanta dificuldade financeira ainda hoje. Após as rebeliões dos negros, todos foram fugindo do país. Os países cortaram relações comerciais e ficaram a própria sorte. Os anos de conflitos entre negros e brancos, excessivas queimadas destruindo as plantações, a destruição de tudo, deve ter sido difícil reconstruir.

Obra Rara (1960) de Xavier Amiama

A Ilha Sob o Mar conta a história de Zarité, escrava de Saint Domingue, de possessão francesa, que é comprada por um francês para cuidar de sua esposa espanhola. A obra é dividida em partes, ou Zarité conta sua história ou a autora. Vamos assim vendo por dois pontos de vista. Fantástico! Dessa forma Isabel Allende conta um pouco a história dessa ilha e depois da Louisiana. Eu nem sabia que a Louisiana tinha sido também de possessão francesa.  A Ilha Sob o Mar reforça o quanto achavam que os negros eram animais, propriedade e objetos. É uma obra extensa, detalhada, que fala muito da cultura e tradições afro. Fico imaginando que tipo de estudo a Isabel Allende fez para contar em tantos detalhes essas histórias. A Ilha Sob o Mar entrou para a lista dos livros inesquecíveis e melhores livros que já li.


Obra Arca de Noé (1964) de Andre Normill

Enquanto eu lia eu pensava em algumas questões nossas atuais, algumas pessoas preocupadas em trocar por um carro melhor, se irritaram com os pais porque não tem um apartamento melhor. Querer usar a roupa daquela celebridade. E via a vida dessas pessoas escravizadas, que a luta era para viver, para ficar com a criança que criou como filho no lugar da liberdade. Ter que escolher entre amor, liberdade e cuidado com o filho que criou para que não morra. Pensei o quanto muitos de nós pensamos e valorizamos questões tão fúteis. É bom melhorar, lutar por algo melhor, conquistar, mas viver só com objetivos materiais fica tudo muito vazio. 

Obra As Mulheres no Mercado de Alberoi Bazile

Anotei alguns trechos de A Ilha Sob o Mar de Isabel Allende:

“Eu, Zarité Sedella, do alto dos meus quarenta anos, posso dizer que tive mais sorte do que as outras escravas.”

“...reduziu os castigos e contratou um veterinário que passou dois meses em Saint-Lazare tentando devolver um mínimo de saúde aos negros.”

“Parecia um homem de poucas luzes, com mentalidade de subalterno e sem ambição, porque era preciso carecer completamente dela para ter se casado com uma mulher de cor.”

“Não dava conselhos porque, segundo a sua experiência, era uma perda de tempo; cada um comete seus próprios erros e aprende com eles.”

Tanto os pintores como o compositor são do Haiti.



Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Em Direção ao Sul

Assisti Em Direção ao Sul (2005) de Laurent Cantet no Telecine Cult. Era uma noite de poucas possibilidades, só tinha anotado esse, mas sem muito empenho. Fui ver e me surpreendi, apesar de muito silencioso, Em Direção ao Sul é um filme de uma profundidade assustadora e é baseado em três histórias do livro de Dany Leferrière de Porto Príncipe. Em Direção ao Sul não vai mais passar esse mês na programação, raramente passa. Comentando com o 007, ele disse que já tinha visto também e gostado muito. Mulheres sozinhas com mais de 40 anos costumam ir no verão a uma praia no Haiti na década de 70. Parecem não se importar com o que veem quando chegam de avião e atravessam uma cidade que está sob um regime ditatorial. Na praia elas se divertem com negros haitianos, na praia e no hotel, ou dão presentes ou dinheiro em retribuição. Cada uma lida de forma diferente com os negros, mas todas só convivem com eles naquela paisagem paradisíaca.

O texto todo é bastante ácido, elas querem se divertir, uma até parece se preocupar um pouco com a situação no país quando afeta quem ela gosta, mas não vai muito longe disso. O elenco é excelente, a protagonista é a maravilhosa e belíssima Charlotte Rampling, fazem o trio com ela os atores Karen Young e Ménothy Cesar. Compõe ainda o elenco Louise Portal, Wilfiried Paul, Anotte Saint Ford e Jackenson Pierre Olmo Diaz. Muitos negros só trabalharam nesse  filme.


From Mata Hari e 007
Beijos,
From Mata Hari e 007
Pedrita