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terça-feira, 8 de março de 2011

Somos Fadas Sedutoras? Continuação...


Há uns dias atrás falei sobre a demonização da mulher pelas religiões, todas elas.
Sejam cristãs, judaicas ou muçulmanas.
Seja em remotas aldeias africanas ou nos desertos gelados da Mongólia, as mulheres são tratadas como objetos de segunda categoria, utensílio, coisa. Não podem participar de certas festas ou cerimônias. Existem para fazer a comida, lavar a roupa, cuidar da casa e dos filhos. São alijadas de sentir prazer, seja extirpando seus clitóris, seja considerando-as sujas e intocáveis durante a menstruação. Mulher não pode ser papa, não pode rezar missa, nem ser rabino ou mulá...O conhecimento religioso é passado somente aos homens. E assim vem sendo através dos séculos...Até a maçonaria não admite mulheres...
Houve é claro, uma evolução com relação à mulher na grande maioria dos países ocidentais, seja por imposição dos tempos de guerra, quando os homens iam para os campos de batalha e elas, tendo que sustentar seus filhos, tiveram que se empregar fazendo os trabalhos que antes eram feitos por eles, seja por uma necessidade da própria mulher em mostrar que também ela era capaz de altos cargos, salários, MBAs e doutorados.
O feminismo representou a ruptura desse padrão milenar. Por outro lado, apesar de sua importância histórica, viu-se ao longo do tempo que mulheres e homens são muito diferentes e que a tal "igualdade" entre os sexos,como pregavam as feministas, não funcionava na prática.
Hoje, vejo que muitas de nós abriram mão de filhos e família por suas carreiras. E sinto que está começando a haver um retrocesso também nisso. Muitas estão deixando ótimos empregos para cuidarem de seu filhos e voltando a ser o que nossas mães eram: Mulheres do lar. Só que hoje, com consciência e por decisão própria, o que é muito melhor.
Arrependimentos, sempre haverá. Ou porque se trabalhou demais e não se viu o primeiro dentinho, os primeiros passos dos filhos ou porque se abriu mão de exercer uma carreira e de ter um bom salário. Mulheres sempre carregarão algum tipo de culpa. É atávico.

Mas, voltemos às religiões. Como todos sabem, sou avessa a elas. Qualquer uma, porque são todas opressoras do livre pensamento. E, principalmente, porque todas elas oprimem a mulher, jogando-as no limbo, tornando-as "santas" rainhas do lar, sem voz e sem vez nas grandes decisões.
Estudando a Inquisição me deparei com alguns objetos de tortura, cujo principal objetivo era destruir, machucar, mutilar o órgão sexual feminino, objetos esses, feitos especialmente para as mulheres, com requintes de crueldade e sadismo como só mentes totalmente doentias e dominadas por pensamentos sexuais poderiam engendrar. Fora os abusos a que essas mesmas mulheres eram submetidas antes e durante as torturas, exatamente como hoje, em alguns países muçulmanos e africanos.
Lá, o feminismo não chegou. Lá, é que deveria haver a verdadeira revolução feminina. E elas são as primeiras a aceitar as imposições e a submeter outras mulheres. Ser obrigada a usar um véu que mal as deixa respirar e ainda ser a favor disso? Só muita lavagem cerebral e medo para manter as coisas assim.
Ainda demorará dezenas de anos, talvez séculos para que a submissão feminina em alguns países termine.
Ainda outro dia, ouvi um jornalista falando que o que lhe fazia mais feliz, ao amar uma mulher, era cortejá-la, fazer de tudo para encantá-la, gastar todo o seu dinheiro com isso e disse, taxativo: Todo homem quer ser o provedor.

Eu, do alto dos meus alguns anos já vividos, acho que ele tem razão: O homem quer ser o eterno provedor e as mulheres querem sim, por mais que neguem, achar um homem que as provenha. Podem até ter seu trabalho, mas querem ser encantadas, seduzidas, paparicadas por um bom macho provedor, o tal macho alfa.
Eu conheço algumas mulheres alfa, mas querem saber? Todas, sem exceção, são infelizes na vida pessoal.
Estamos voltando ao tempo das cavernas? Ou já vivemos nele há muito, só que em high tech?
E porque, as religiões, todas elas, tem tanto medo de nós e por isso nos oprimem e tentam não nos dar voz?
No fundo somos as fadas, as etéreas sedutoras, as bonecas, inteligentes, cultas, instruídas, mas que no fundo, desejam criar seus bebês, tendo ao lado, um marido carinhoso que lhes dê uma jóia e em ramo de flores a cada aniversário. No fundo, somos eternas cinderelas à espera de nosso príncipe encantado. 
Ou não?
Cartas e reclamações para esta escritora, doida pra colocar malagueta nesse dia Internacional da Mulher, que, cá entre nós, nem precisaria existir...Quem inventou isso, só pode ter sido um homem que se sentia muito culpado por alguma grande M que fez...

domingo, 7 de março de 2010

Todas As Mulheres Do Mundo

Conheci mulheres de todos os tipos: As tão belas e misteriosas, que todas as cabeças se viram em sua direção...
As que tem sempre um colinho para dar...seja para os filhos, para as amigas ou para quem precise...estão sempre prontas a ajudar, a dar carinho, uma palavra, um consolo...são mães de todo mundo que precisa de aconchego...
Tem as matriarcais, cuja família, como mágica, parece crescer trazendo mais mulheres ao mundo, onde os homens são meros coadjuvantes...são uma fortaleza perpetuada através das descendentes...decididas, firmes...formam uma espécie de seita da qual são as sacerdotisas...Seu universo é impenetrável, possuem um código que só elas entendem, dadivosas feiticeiras...
Há aquelas que sentem prazer em cozinhar, aplacar a fome de seus entes queridos...fazem tudo com gosto e nunca se cansam de inventar novos pratos para agradar a cada um...Estão sempre querendo alimentar os seus...cada prato é um abraço, cada guloseima, um beijo...Afeto em forma de mesa farta...
Conheço mulheres que nunca se perdem das amigas, mesmo quando a vida as vai levando para lados diferentes, elas tem um poder de união e um compromisso com a amizade tão grande, que haja o que houver, nada as separará...

Há as servis, as submissas, as que não podem mostrar o rosto, mas mesmo nelas, no seu olhar, se vê uma força de guerreiras...sua guerra é outra que não a da independência, mas a de que não falte nada a seus filhos, nem à casa, nem ao seu homem...
Conheço mulheres decididas a tomar seu lugar no mundo, mulheres sem medo de desafios, lutando de igual para igual num universo masculino e competitivo.
Conheço mulheres tristes, umas porque sofrem muito, outras porque desistiram de lutar e outras ainda, que são tristes e felizes dependendo do momento ou da hora do dia...Bipolares, multipolares...nervos, emoção, poesia...
Tem as consumistas, as que adoram comprar, ir ao shopping é seu melhor programa, andar cheias de sacolas vale mais que um bom orgasmo...muitas o fazem por não terem mesmo, outras porque tem dinheiro e confiança suficientes para ter os dois...orgasmo e consumo.
Tem as estilistas, as que inventam moda para as outras mulheres.. enfeitam, criam, desenham, brincando de boneca, só que com gente de verdade...Fazem moda, lançam moda, vestem as mulheres para que outras mulheres vejam e apreciem.
Há as mulheres que são casamenteiras, que casam uma vez e é para sempre...e tem as que gostam tanto de casar, que vão trocando de marido só para poder casar novamente....ou até achar o amor definitivo...
Tem as que gostam de solidão...de um bom banho de espuma, um champanhe na taça, uma música suave...só ela e ela mesma...momentos de paixão por si própria...Um bom livro, reflexões, ponderações...ela é sua melhor companhia.
Conheço também as dorminhocas, as preguiçosas, as que adoram uma dormidinha depois do almoço, dormir até as 10, ou simplesmente se permitem ficar na cama até mais tarde, num dia de chuva e frio...
Há ainda as avós, mães com açúcar, como se diz, onde tudo é prazer, já que a obrigação de educar não é mais dela...onde se pode fazer tudo, permitir tudo, deixar tudo...colo de avó é doce e casa de avó é encantamento...
Foto Rui Pires



Conheço mulheres batalhadoras, sofridas, mulheres que deram duro a vida toda, mulheres de fibra, incansáveis mesmo idosas, às vezes ranzinzas, às vezes sábias, mas mulheres de garra, sólidas, com os pés fincados na terra, como árvores centenárias...
Há as preocupadas com a saúde, as vaidosas, as que se exercitam...as que pensam na beleza, no visual, as que não deixam o cansaço as abater...estão sempre dispostas, mesmo com um barrigão de 8 meses...
Conheço as sexies, poucas, é verdade, mas conheço...porque ser sexy é bem diferente de ser vulgar...Tenho amigas que são sexies porque nasceram assim...são envolventes, exalam feminilidade de uma maneira natural...nem sei se é o tipo de sensualidade que os homens notam, mas nós notamos...e as invejamos lá no fundo...
Conheço mulheres que ensinam, doam a vida numa missão difícil, que requer paciência, amor à profissão, na maioria das vezes mal remunerada, mas lá estão elas, quase sempre carinhosas, atenciosas, procurando fazer o melhor com o pouco de que dispõem...heroínas num país que trata a educação com tão pouco caso...minha irmã é uma delas...

Há as mães, as que amam seus filhos como não há maior amor nesse mundo, as que os protegem mesmo depois de crescidos, as que zelam por seu sono, seus sonhos, seus desejos...
Há mulheres que nasceram para ser mães e outras que não...as que tem filhos por obrigação ou por pressão da família...conheço várias...onde os filhos são relegados, pois antes deles tem muitas coisas mais importantes, até o marido, o trabalho... os filhos vem por último.
Ainda acho melhor optar por não tê-los do que privá-los de uma mãe de verdade...
Conheço mulheres que amam o luxo, o glamour, jóias, iates, carrões, mesmo que algumas nunca possam tê-los, fazem disso seu ideal de vida...como se a vida fosse só isso.
Claro que luxo deve ser bom demais...mas não é tudo, nem o essencial. Gente que faz das aparências seu ideal de vida, deve ter um vazio tão grande no interior, que precisa preencher com esse tipo de coisa...acho que luxo é ser feliz...deitar a cabeça no travesseiro e saber que as contas estão pagas, a saúde está boa, os filhos encaminhados e, luxo dos luxos, poder viajar de vez em quando pra adquirir cultura...Luxo pra mim é poder comprar os livros que quero, olhar o verde da mata à minha volta, ouvindo os passarinhos cantando e, voltar à Roma e poder ficar por lá uns 2 meses...Amar e ser amada...o luxo maior que existe.
Tenho amigas médicas, psicólogas, dentistas...gente que cuida dos outros por dom, porque gosta, numa profissão de sacrifícios e doação sem tamanho...esquecem seus problemas com casa, filhos, companheiro...só vêem vida e esperança e se agarram a qualquer fio de possibilidade...mesmo quando a morte ronda...
Conheço mulheres judias, espíritas, evangélicas, católicas, agnósticas, budistas...tenho amigas das mais diversas vertentes religiosas, esotéricas...respeito a todas, as admiro por sua fé inabalável, por seu compromisso com o divino, e, embora não creia, respeito e até gosto de brincar com astrologia, ler sobre signos, ver as coisas em comum com as pessoas que conheço...mas lá no fundo, nada disso me passa verdade...divino para mim é viver e só o que vejo tem divindade...
Conheço mulheres de fibra, amigas, com um coração maior que o mundo, como minha cunhada-irmã: ela é daquelas pra quem os seus não tem defeitos...só enxerga as qualidades deles e ai de quem disser algo contra um deles...ela vira uma fera, uma leoa para defendê-los...
Há as mulheres admiráveis, inimitáveis, cujas vidas são lições de drama, amor, garra e paixão...e nem todo o sofrimento que passaram as abateu ou as fez desistir: guerreiras, no sentido mais amplo da palavra. Mulheres fênix, nascendo e renascendo de suas próprias cinzas...reinventando a vida com pinceladas de sangue...
Há as belas, as lindas, as que a natureza privilegiou com graça, simpatia, encanto...e que por onde passam deixam uma aura de formosura...Deusas de carne e osso. E, uma delas é a minha filha...a deusa que eu ganhei de presente...guerreira-menina, amazona dos seus sonhos...cavalga-os todos, sem medo e sem pudor...é inteira, é única, essa força da natureza que saiu de mim...


Conheço as chics, as fashions, as elegantes...as poderosas...
Foto Ricardo Gonçalves


Conheço as lolitas, as que mesmo mais velhas ainda são crianças, as que falam miando, as que são puro dengo, as mulheres-meninas, as que os homens amam...pois são as mulheres-fetiches, as eternas adolescentes, as que aos 60 ainda se vestem como aos 20...e só quem repara nisso, são as outras mulheres...pois lá se vão elas lépidas e fagueiras, com seu cãozinho-homem lambendo suas mãos...
Há as etéreas, as que bailam, as que passam pela vida dançando um balé...suaves, esvoaçantes, verdadeiros seres alados...não são mulheres, são anjos, colibris, butterflies...entram na nossa vida como se fossem fadas, com suas saias de tule, suavizando a dura existência...

Há tantas...de todas as cores, todos os sorrisos, todos os choros...enfrentam guerras, batalhas diárias, trens, ônibus, trânsito, tarados...Enfrentam desrespeito, pouco caso, descaso, escárnio...
São lutadoras, guerreiras, pobres, ricas, remediadas, instruídas, analfabetas...
Algumas tem filhos, outras tem pais, umas cuidam dos nossos filhos, enquanto os seus estão nas ruas...Umas são engraçadas, outras mal humoradas, umas espirituosas, outras melancólicas...
São tantas...um exército de fêmeas, de hormônios, de perspicácia, inteligência...conseguem captar em segundos o que um homem levaria 2 horas...
São muitas, são milhares, somos milhões...somos o coração pulsante do planeta, somos a nascente, a origem, in natura...
Somos a essência, o berço, o ninho...
Aprendizes e mestres, sábias e ingênuas...trazemos conosco a morte e a vida...
Somos todas as mulheres do mundo.
Somos a força motriz da Terra...nosso leite, nossa seiva brota do chão do planeta...leoas defendendo as crias, com garras, dentes e corações...
Somos a Natureza, a Mãe...Reinamos e zelamos pelo mundo.
Rainhas e Soberanas cavalgando o caos...
Trazemos a luz em nosso ventre... e com ela iluminamos as trevas.
Somos som e fúria e é essa nossa força que move o mundo.
Minha homenagem a todas as minhas amigas, sobrinhas, afilhada, cunhadas, irmãs, filha...
E a todas as mulheres do mundo.