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sexta-feira, 4 de março de 2011

Quando a Realidade Bate à Porta...

Ando às voltas com orçamentos, propostas de editoras, dúvidas, coisas corriqueiras que não deveriam estar ocupando a cabeça de uma escritora.
Escritores foram feitos para criar, escrever, pensar, ler e não para resolver questões monetárias ou rotineiras.
Sou um ser despreparado para a vida prática, para coisas comezinhas, do dia a dia...Juntar dinheiro para fazer alguma coisa nunca foi meu forte. Nunca soube vender minhas artes, não sei dar preço, mexer com dinheiro me inibe, cobrar de alguém, mais ainda e, embora seja publicitária de formação, sei vender uma ideia, mas não um objeto...Parece complicado.
E  é.
Puxei à meu pai que dizia: "Ou calça de veludo ou bunda de fora."
Prefiro não ter uma coisa à tê-la mal feita ou mais ou menos, ou barata demais, ou sem qualidade...Nunca fui rica e hoje, estou muuuuuito longe de ser qualquer coisa. Acho até que hoje em dia não me insiro em nenhuma das divisões de classes, sejam elas A, B, C ou D...creio que ando mais para C, embora meus gostos continuem sendo AA.
Como conciliar a vida comum com o jeito que somos? Como conciliar nossos gostos com a realidade cruel?
Sei que há pessoas que se adaptam às intempéries da vida com facilidade. Eu não. Me recuso a nivelar minha vida por baixo. Continuo usando os perfumes importados que (ainda) tenho, as roupas que pude comprar um dia, os livros que (graças às minhas muito queridas amigas e aos meus amados filhos) ainda ganho e ainda exerço o meu gosto ao escolher as coisas do dia a dia que, cá entre nós, é elogiado por todos como sendo bom (gosto).
Mas a vida tem me dado algumas rasteiras. Muitas. Hoje sou uma pessoa mais triste, mais sofrida, embora minha gargalhada possa ser ouvida ao longe...
Há dias em que me abato. Noutros, sou feliz assim mesmo.
Não nasci para ter que lidar com coisas do tipo: saber se terei dinheiro para publicar um livro, ou como farei para pagar contas ou ainda como conseguirei sobreviver sob vários tipos de tortura psicológica, que não contarei aqui para não ser chata...
A vida prática, o dia a dia, são coisas pelas quais não tenho a menor atração. Há dias em que abro os olhos e penso: quero continuar dormindo pra não ter que encarar a vida...
O que eu queria era ter tranquilidade para só pensar na minha escrita, nas ideias que anoto em meus vários cadernos espalhados pela casa, na criação pura e simples. No sonhar. Olhar o céu, as plantas, respirar e, me inspirar.
Mas o mundo onde habito me cobra juros, toca a campainha exibindo notas promissórias...Gritando que o débito não pode ser maior que o crédito, que as coisas têm seu preço...até publicar um livro. Esse  mundo vil, reles, das coisas banais, me lembra a todo segundo que não posso viver no país dos sonhos...
Embora eu teime em viver por lá, na hora de concretizá-los, a realidade bate mais uma vez à minha porta.
E, mesmo que eu me recuse a atender, ela grita de lá:, arma apontada na minha direção: A poesia ou a vida?

PS - Se alguém, por acaso, encontrar um trevo de 4 folhas, favor mandar urgente pra essa escritora que ora vos escreve.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pra Não Dizer Que Não Falei De Flores...




" Vem vamos embora 
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer"

                  Trecho da música de Geraldo Vandré: Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores

Hoje meu dia foi extremamente proveitoso. Escrevi mais alguns capítulos de meu segundo livro. Esse livro demanda muita pesquisa de época e vai demorar mais um pouco para que eu o acabe. Mas está sendo delicioso mergulhar nesse passado, numa época que não vivi e nem sonhava em estar nesse mundo.
Escrevê-lo tem sido tão emocionante, tão vertiginosamente maravilhoso viajar nesse túnel do tempo em busca de mim mesma...
Perdi muito tempo na semana passada com coisas vis, do submundo da baixeza humana. Coisas essas que me tiraram do meu prumo, do meu foco. Coisas que não me pertencem porque não fazem parte do meu mundo.
Mas quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
O sol está a meu favor.
As estrelas e os cometas brilham no meu céu.

Eu nasci em setembro, nesse mês em que a luz da primavera renova o que é velho e o que está morto.
Desperta a natureza, e faz renascer os botões e a seiva das cinzas do outono. Assim sou eu, uma mulher que já perdeu grande parte da vida, deixando seu sonho para trás. Assim sou eu, como o mês em que nasci. Sempre renascendo e se reinventando. Tenho setembro em mim. Trago comigo as flores e o despertar.
Esperar não é saber. E ao escrever minhas estórias, falo de flores sim. Falo de vida. Falo de resistir à dor e às dificuldades. Saber é fazer, é continuar, é resistir.

Sou de setembro. E trago a primavera em minhas palavras e flores em  minhas mãos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva - Desejos


Desejo
Vontade
Ânsia
Fantasia
Sede
Ganância
Que um anjo
Traga
A luz

Desejo
Avidez
Aspiração
Apetite
Paixão
Alvo
Pretensão
Que um anjo
Traga
O dom

Desejo
Almejo
Ensejo
Estendo a mão
Não alcanço
De tanta
Procura
Me canso

Desejo
Espero
Quero
Ardo
Estico os braços
Não pego

Carrego comigo
Um pote
Carregado
De segredos
Lacrado
Fechado
À chave
Trouxe
Numa viagem
Trancado
A cadeado
Escondido
Secreto
Quase
Miragem

Desejo
Quero
Suplico
Rogo
Um sonho
Revelação
Que a caixa
Secreta
Se abra
Me mostre
Seus mistérios
Numa brecha
Num desvão

Que caiam
Sobre mim
Purpurinas
Estrelas
Cadentes
Chuva fina
Pétalas
Flores
Conchas
Arlequins
E colombinas
Desejos
De um outro tempo
Que foi embora
Com o sopro
Do vento

Desejo
Palavras
Perfeitas
Feitas
Refeitas
De recortes
De memórias
Que nunca vivi
Que meu desejo
Transcenda
Saia de mim
Rumo às Ilhas
Onde pesco
Essas estórias

Que Ela
Entre
Em meu desejo
Tome
Posse
Tome
A mim
À minh'alma
Saia daqui
Sua voz
Que minhas
Palavras
Contem
Sua passagem
Na terra
Que eu
Seja
Sua pena
Sua letra
Seu papel

Espíritos
Ancestrais
Ajudem- me
Nessa
Quimera
A alcançar
Meu ideal
Auxiliem
A poeta
E ao surgir
Da primavera
Que meu desejo
Se torne
Finalmente
Tangivelmente
Real


Fiz esse poema, uma espécie de oração, aos deuses da escrita e aos meus ancestrais.
Quem viver, verá e entenderá.

Telas de John W. Watherhouse ( menos a primeira e a última)

PS: A net está caindo a toda hora por causa da ventania, se por acaso amanhã pela manhã eu não comentar nos blogs é porque estou sem conexão. Beijos e boa noite!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Solstício de Inverno Trazendo Luz!


Hoje é dia do solstício de inverno. Uma data cheia de simbologias para os antigos. Aqui, abaixo do Equador, começa hoje o inverno. É também a noite mais longa do ano.
Os celtas consideravam essa data um renascimento. Acendiam fogueiras para queimar todas as coisas ruins e o passado.
Vou fazer isso hoje. Deixarei que o solstício de inverno me faça renascer, acendendo uma fogueira simbólica dentro de mim. Queimando, incinerando minhas dores e as de minha família.
Que virem cinzas. Que se dissipem. Que nos deixem em paz. Que as trevas dêem lugar à luz.
Que o amor verdadeiro se faça presente.
Que a inspiração venha com intensidade.
Que a noite seja longa.
E traga a luz do amanhecer de novos tempos para a nossa vida.

terça-feira, 16 de março de 2010

100 Coisas Para Fazer Antes de Partir...

Houve uma época da minha vida em que eu era uma consumidora voraz: comprava roupas, sapatos, bolsas, livros, cds, perfumes...hoje, fico pensando como gastei dinheiro com bobagens...não que tenha deixado de gostar dessas coisas, mas acho desnecessário ter um closet entupido de roupas que nunca uso, algumas que nunca usei, ou sapatos que doem os pés e só dá para usar se for pra ficar a maior parte do tempo sentada...
Minhas prioridades, hoje, são outras...
Livros, por exemplo, continuam sendo minha paixão...me solte numa livraria e pode esquecer de mim...fico horas folheando, vendo, sentindo...amo o cheiro e o toque dos livros...
Mas, também, compro mais do que consigo ler...então estou dando um tempo.
Hoje, resolvi escrever sobre alguns sonhos que estão na minha lista das 100 coisas que pretendo fazer, antes de partir: Uma delas é ir à Paris, flanar por suas ruas, visitar museus, sentar num café e ficar olhando os parisienses passando...ir à Provence e ver campos de lavanda, passear por cidadezinhas encantadoras e tomar muitos vinho e me deliciar com muitos queijos...
Voltar à Lisboa, à Sintra e ao Porto...o Porto foi uma das melhores surpresas de minha viagem à Portugal.
É uma cidade encantadora, eu moraria lá, fácil, fácil...fora o passeio que fiz Douro acima, passando pelas eclusas...pena que não consegui ir aos vinhedos, participar da vindima...mas, fica para uma próxima vez...
Outra coisa que desejo: Conhecer a Costa Amalfitana, na Itália...Pozzuoli, Sorrento, Positano, Ravello...quantos lugares charmosos e cheios de história numa paisagem belíssima, frutos do mar e vinhedos...
Conhecer a Grécia e as ilhas gregas...sempre tive loucura por mitologia grega e pelas paisagens de tirar o fôlego daquele mar azul e das encostas com suas casinhas brancas...
Voltar à Roma e ficar, pelo menos um mês, andando por aquelas ruas que respiram história nas pedras do chão...A Itália pra mim, e quem me conhece, sabe disso, representa quase que minha pátria, pois minha identificação com ela foi tão forte, que todas as vezes que vejo minhas fotos de viagem eu choro...Roma, particularmente, me tocou de maneira tão forte, que brinco que se há outras vidas, fui romana em outras encarnações...
Ter uma Livraria-Café. Mas isso é mais aquele sonho de brincadeira, pois acho que hoje não conseguiria ter um negócio que me prendesse o dia todo, todos os dias da semana...Mas que deve ser gostoso, deve...se for uma Livraria-Café-Atelier então, melhor ainda...poder ter livros ao meu alcance, dar aulas de arte ou fazer um clube do livro ( o que aliás, ainda pretendo)...ai, que delícia...
Mas o que desejo mesmo, nessa altura da vida é poder viajar muito...viajar tudo o que não viajei durante a juventude...pois tenho que confessar uma coisa: tinha pavor de avião! Medo de avião é uma coisa que não se explica. Não adianta virem com estatísticas, explicações racionais...o medo, quando é pavor, é irracional, é ilógico, por mais que se saiba disso, algo nos impede de aceitar o óbvio...
Tive que encarar meu medo de frente, pois eu queria vencê-lo e comecei a viajar pelo Brasil: primeiro, umas duas vezes para São Paulo, depois fui à Pernambuco, de outra vez, fui à Alagoas...até fazer as viagens mais longas...à base de muito calmante, e algumas sessões de terapia cognitiva...e lá fui eu com meus fones de ouvido do MP3 gravado com minha dessensibilização...fazendo exercícios respiratórios a cada vez que o medo vinha...de olho aberto a viagem toda, mas lá, firme, decidida a aproveitar a vida e conhecer lugares que eu desejava...Imaginem se eu tivesse me acovardado e, por medo, não tivesse vivido e visto tudo o que vivenciei lá?
Uma vez, li uma frase que resume bem o que é ser corajoso:
"Para se ter coragem é preciso que se conheça o medo..."
Pensem bem se não é a mais pura verdade...assim como não há luz se não existisse a sombra, a coragem, nasce do medo...
Então, é isso, vou vivendo, me conhecendo, me surpreendendo, me desafiando...de que vale a vida se não fossem os desafios a que nos propomos?
Um dia ela passa, passa, passou...e o que fizemos dela, e o que fizemos por nós?
Há que viver, romper barreiras, sair da mesmice e do comodismo que impomos a nós mesmos...claro, é muito mais fácil ficar na casca, não ousar nada, deixar tudo quieto...mas e aí?
E, lhes digo uma coisa que tenho percebido nesse meu caminho: É preciso coragem para se viver.
Mas vale muito a pena!

terça-feira, 2 de março de 2010

2010, Cafe & Croissant en Paris!

Desenho de Carol Gillott

Eu fiz planos de ir à Paris esse ano.
Ainda estamos no comecinho de 2010 e, aqui no Brasil , na verdade, o ano só começa em março, pois nada funciona direito até o carnaval acabar.
Coisas de país de primeiro ( ops? ) mundo...
Mas, como eu ia dizendo, planejei ir à Paris esse ano...é uma cidade que quero muito conhecer.
Como gosto muito de história, museus, arte e cultura, acho que Paris vai atender a todas às minhas expectativas...só não sei se vou ou quando vou...pois minha vida é uma incógnita, um indecifrável mistério, por vezes, um verdadeiro filme noir, de suspense em p&b...coisas de quem não é assalariado e tem um marido profissional liberal, que ainda por cima, trabalha por conta própria...
Bien, c'est la vie...como diz minha filha, "deus não dá asa às cobras"...nunca entendi direito esse ditado...prefiro aquele outro: "deus dá nozes a quem não tem dentes"...ou outro melhor ainda: "o que tiver que ser será..."
Estou escrevendo sobre isso porque de repente me deu uma tristeza imaginar que tanta gente que não dá o menor valor à viagens ou à cultura, vive viajando pra lá e pra cá e eu, euzinha, que curto cada segundo, cada esquina, cada monumento, não posso viajar quando quero...Uma amiga vai à Paris em abril....e me deu uma certa melancolia por não poder ir também...pois essa é uma viagem que venho desejando há tempos...
Minha filha fala que eu quando viajo aproveito sob todos os pontos de vista...estudo antes, durante e depois...vira uma espécie de obssessão "do bem", pois pesquiso tudo sobre os lugares onde andei e cada minuto da viagem é motivo de tanta felicidade, dou tanto valor ao fato de estar lá, que me emociono em cada lugar onde piso e só de lembrar onde estive, lágrimas me vêm aos olhos...
Quem viaja muito poderá dizer que sou boba ou sentimental demais, ou que isso é coisa de quem viaja pouco...é a mais pura verdade, respondo eu: viajei pouco, durante minha vida, pouco para uma pessoa que tem tanta sede de conhecimento e de cultura como eu...Infelizmente, a vida não foi generosa comigo nesse sentido...foi com outras coisas, e como não se pode ter tudo nessa vida, tem que se fazer o jogo do contente, aquele da Polyanna da estorinha...
Mas, como ninguém sabe o dia de amanhã, tenho muita esperança de que irei à Paris esse ano...cafes & croissants, Louvre & Champs Elysée, Tour Eiffel & Versailles...La Vie en Rose, Edith Piaff & Mussée D'Orsay...
2010, l'anée de Glorinha!
Prometem torcer para que meu sonho se realize?