Gosto muito do programa Saia Justa, na Tv a cabo, canal GNT. Acho que algumas questões levantadas no programa me fazem pensar em muitas atitudes que tomo e me ajudam a me analisar...e como gosto muito de pensar, os debates do programa servem para que eu reflita bastante e, muitas vezes, tenho me surpreendido com as conclusões a que chego.
Ontem, um dos temas foi sobre o filme Onde Moram os Monstros, que eu ainda não vi, mas cuja menção, não foi o principal para o debate e reflexão, mas sim a questão: Em que lugar mora o monstro que todos temos dentro de nós e que, nas horas mais impróprias ou quando nem sabemos de sua existência, esse "monstro" sai de nós.
Na mesma hora me lembrei do sonho que tive na noite anterior e do qual me lembrei assim que acordei, tal a profundidade de sua mensagem para mim...
Eu agora nem me lembro mais direito dele, só sei que chegava à conclusão de que eu afasto as pessoas de quem eu gosto...tive tanta consciência de que faço isso, que foi como se tivesse levado um soco no estômago!
Eu realmente afasto de mim quem eu gosto! Seja sendo agressiva, por vezes até grosseira, seja implicando, pois sou implicante...seja procurando mil defeitos, mil coisas que me irritam nelas, me fazendo deixá-las de lado, me descartando delas, como se coisas fossem e não gente, de carne, osso, defeitos e qualidades... Como eu!
Gente, isso é o que se chama um sonho de auto-ajuda!
Como vi claramente o quanto me boicoto! Como vi com uma clareza cegante o que faço comigo mesma! Porque? Não sei...só sei que fiz isso minha vida inteira!
Talvez um psicólogo ou psiquiatra me explique porque eu faço isso. Mas que faço, fiz e continuo fazendo, isso é certo.
Minha irmã diz que o blog para mim funciona como uma terapia e eu, que já sabia disso, cada vez mais me certifico de que isso é a mais pura verdade!
Perdi tantos amigos e amigas ao longo da vida que nem sei mais contar quantos...e às vezes ainda me achava vítima...hoje vejo que algo, talvez na minha infância ou adolescência tenha feito com que eu agisse assim por toda a minha vida adulta. Um trauma ou algo inconsciente não sei...
Esse monstro sorrateiro que vive em mim e que saltava sobre as pessoas que eu amava, me fazendo detestá-las de uma hora para outra, ainda está aqui, em algum lugar dentro de mim...
Muitas vezes falei verdadeiras barbaridades para outras pessoas...gente que eu amava, que não deveria magoar...e, no entanto, falei...
Ou eu me afastava, ou elas se afastavam de mim...esse era o resultado das minhas monstruosidades...
Porque eu fiz isso comigo? E porque sabendo disso, continuo fazendo?
Que espécie de castigo é esse, que meu "monstro" me inflige? Que pena é essa que eu mesma me aplico?
Estou surpreendendo vocês com meu relato sincericida? Até isso, minha sincericidade excessiva é uma forma de me afastar das pessoas...pra que fazer isso? É realmente necessário ser tão sincera assim?
Será que como as crianças são isentas de censura ao falar, eu nasci sem esse censor dentro de mim? Ou adquiri isso por algo que aconteceu e nem me lembro? Que prazer mórbido é esse?
Ou é meu "monstro" assassino que irrompe nas minhas palavras, tirando tudo o que está certo do lugar? De propósito, só pra me maltratar depois, quando caio em mim e vejo o estrago que fiz...
Ser polêmica é uma coisa...gostar de levantar questões perigosas ou das quais ninguém quer falar é saudável, ser libertária e discutir assuntos controversos também é aceitável...o que não é aceitável é o que tenho feito durante a vida, colocar tantos defeitos nas pessoas, achá-las tão irritantes e chatas, dizer tantas "verdades" que acabam se afastando ou eu me afastando...
Pra que? Porque?
Meu monstro não me dá as respostas...não me mostra a saída...
Ao mesmo tempo, tentei me lembrar se algum dia saí de mim, fiquei enlouquecida de ódio, de raiva que nem me lembrasse das palavras que proferi.
E concluí que não...nunca saí de mim...tudo o que disse durante a vida, pode ter sido impulsivo, mas não descerebrado...sabia muito bem o que estava falando...não calculadamente, pois sou muito impulsiva, mas tampouco tinha amnésia depois de falar.
E sempre soube que minhas palavras marcavam a ferro algumas pessoas...e mesmo assim, continuei cuspindo marimbondos pela vida afora.
Que espécie de amor próprio é esse?
Como querer ser amada assim?
Isso é o contrário de "me ame"...isso é pedir para ser detestada!
Como eu odeio esse meu monstro interno e oculto!
Morra monstro das profundezas da minha alma!
Morra, antes que eu morra sozinha e sem ninguém...
Será que um dia conseguirei matá-lo? O Monstro das Profundezas de Minh'Alma...o Monstro do Lago Ness de Mim Mesma...
E vocês, será que alguém admite para si mesmo que há um monstro adormecido em cada um ?
Qual é o seu monstro?
E, quando é que ele sai?
Alguém aí, do outro lado, tem coragem para confessá-lo?
P.S. Não estou falando de coisas adormecidas e que nos incomodam, nem do lado bonzinho de todo mundo...falo do monstro monstruoso...o que ninguém quer ver, que mora submerso em várias e várias camadas de água, dor, ressentimentos e fúria...será que ninguém tem essa monstruosidade dentro de si?
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
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