Nessa foto eu ainda não tinha um ano, devia ter uns 9 meses e estava apontando um avião no céu, segundo minha mãe contava...
Quando eu nasci, minha mãe já tinha quase 39 anos...Hoje em dia isso é até bastante comum, pois as mulheres estão priorizando suas carreiras e deixando para ter filhos mais tarde, mas naquele tempo, em 1957, isso era bem incomum, até porque as mulheres de 38 anos não eram como as de hoje, bonitonas, saradas...as mães daquele tempo eram mais envelhecidas, naturalmente. Minha mãe era uma mulher muito bonita, mas tinha muitos problemas psicológicos. Quando soube que estava grávida de mim, contava que saiu do consultório médico chorando muito, desesperada, pois ela já tinha dois filhos grandes e nos três primeiros meses de gravidez, ficava um graveto, pois nada parava em seu estômago, ela colocava tudo para fora, até água e ficava literalmente, de cama. Ainda bem que minha avó morava com ela, pois cuidava de tudo para que a pobrezinha ficasse lá, entregue às baratas, vomitando tudo o que via pela frente...
Minha mãe era frágil, era despreparada para a vida e, apesar de ter sofrido muito com a doença de meu avô (seu pai morreu de câncer de faringe e artério esclerose) fazia um drama sem tamanho por tudo e por nada. Quando descobriu que eu fumava, se jogou na cama feito uma criança e ficou lá chorando por horas...Não sei bem se é por isso, cresci querendo ser totalmente diferente dela. E sou, embora muitas vezes me veja repetindo atitudes suas...isso é inevitável, afinal, sou sua filha...Mas me sabia forte, sabia que podia aguentar os trancos da vida. Sempre lutei pelo que queria e se não conseguia, corria atrás até conseguir...Não sei bem de quem herdei essa persistência diante dos Nãos que a vida me dá, acho que da minha avó materna, que sofreu o pão que o diabo amassou a vida toda e nunca a ouvi se queixar ou maldizer a vida. Tinha uma alegria de viver invejável...Eu tenho a minha avó como meu exemplo de mulher de fibra. Aquela que teve tudo para se tornar amarga e triste e, pelo contrário, soube ser uma pessoa de sorriso no rosto e uma fortaleza diante das agruras da vida.
E realmente, cresci ouvindo minha mãe dizer que eu era igualzinha à minha avó no meu jeito de ser...
Acho que essa foto é da mesma época da outra. Eu devia ter uns nove meses...Meu irmão, coitado, que foi um bebê lindo estava na fase mais feia de sua vida...e ainda tinha quebrado os Mentex da frente...devia ter aí uns onze anos...
Bem, nasci....Vim ao mundo num dia de setembro e minha mãe demorou dois dias e duas noites para me ter...Das duas uma: ou eu não queria sair de lá, tão quentinho, tão gostoso ou ela é que queria que eu ficasse, para sempre protegida, em seu ninho, preparado pela natureza para mim...Fui retirada à fórceps e a coitadinha, sofreu mais uma vez...o obstetra dela era um grosso, um estúpido que lhe disse, quando ela gritava de dor: Fica quieta, pra fazer foi bom, né? Agora aguenta..."
Vejam se pode uma coisa dessas? E minha mãe adorava ele...Hoje em dia isso dava até processo.
Pois é, e lá vim eu para este mundo, amada por todos...só minha irmã teve um pouco de ciúme de mim, mas só durante uma fase da vida. Afinal, durante 7 anos ela foi a princesa da casa...aí, chego eu, toda fofinha, gordinha e sorridente e abalo o seu reinado...não é por acaso que seu nome é Regina...rsrs
Aqui eu tinha uns 5 anos. Sorrisinho lindo mesmo...Essa fantasia de holandesa eu me lembro até hoje...foram minha mãe e minha avó que fizeram. Era de organdi e cetim e toda aplicada com tulipinhas de feltro...reparem nos tamanquinhos de madeira, legítimos...
Olhando essas fotos me deu uma saudade imensa da minha família, de quando éramos todos crianças. De quando meu pai e minha avó eram vivos, meus padrinhos, que me adoravam, também. Da minha mãe, com seu colo e suas muitas broncas...Hoje, todos já se foram...Minha mãe faleceu há 10 anos, com 81 anos. Estava lúcida e foi uma velhinha muito fofinha e uma avó maravilhosa para os netos...
Nossas diferenças se apagaram com o tempo e até mesmo o que ela não fez por mim, hoje eu compreendo, pelas suas limitações...Era uma mulher com sérios problemas emocionais e talvez até tenha tido essa depressão que eu sinto hoje, e que naquele tempo não foi detectada...Angústia, dor no peito, choros sem explicação, melancolia...quem sabe sentia tudo isso e não tinha com quem se abrir e talvez nem soubesse explicar?
Bem, lembrar o passado nos faz re- vivê-lo. Lembrar o quanto fomos felizes, mesmo passando por momentos infelizes durante a vida, nos faz avaliá-la e redimensioná-la. Serve de conforto e também de consolo.
Traz-nos ao rosto um sorriso doce de saudade e nos momentos de tristeza, nos lembra que a menininha sorridente sempre estará lá, esperando que a despertemos para que nos sorria de volta e nos mande um beijo envolto em delícias em meio às brumas do passado...
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quarta-feira, 21 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Criança Sorriso
Essa foi minha foto de um aninho...Por ser a terceira filha e, temporã, ainda por cima, tenho pouquíssimas fotos, mas em todas, sem exceção estou exibindo meu melhor sorriso...
Eu vivia rindo, sorria para todos e uma tia de um primo meu, me achava uma graça e vivia falando pra minha mãe: "A Glorinha deve ser uma criança muito feliz, pois vive rindo"...
E era verdade, nunca senti ciúmes dos meus irmãos, sempre me senti amada por meus pais, pela minha avó...acho que era uma criança feliz. Nunca desejei o que não podia e sempre tive o que desejei, dentro das possibilidades dos meus pais. Não tive viagem à Disney ou festa de debutantes e nunca desejei tais coisas...sempre fui "diferente" achava aquilo tudo uma cafonália só, brega mesmo...virei uma adolescente meio hippie e sempre lancei moda entre as minhas amigas, que imitavam o que eu vestia porque eu era meio que "cobaia" de quem não tinha coragem de ousar...Então, elas esperavam que eu usasse primeiro, pra depois então, usarem também. Eu fumei primeiro entre minhas amigas, aí, todo mundo começou a fumar...Coisa que hoje abomino com todas as minhas forças, mas na minha época de adolescente, fumar era um must e meu pai e meus dois irmãos fumavam...
Eu usava cabelo Black Power aos 13 anos, quando a moda era fazer touca pro cabelo ficar liso igual cabelo de japonês...Eu era a única black power loura do bairro...rsrs
Enfim, acho que fui feliz.
Nunca fomos ricos, mas éramos, como a maioria da população do Rio de Janeiro daquele tempo, classe média, mas média mesmo. Eu e meus irmãos estudamos em escolas públicas. E a não ser meu irmão, que sei lá porque cargas d'água estudou alguns anos num colégio de padres (coitado), que era pago, eu e minha irmã sempre estudamos sem pagar. E minha irmã, que fez o ginásio e o clássico ( naquele tempo era assim que se chamavam os quatro últimos anos do segundo grau e o terceiro grau daquele tempo) no Colégio de Aplicação da UFRJ. Inteligente que só ela, embora fosse um colégio público, só passava quem era muito estudioso e inteligente. E ela é isso tudo até hoje.
Eu, a raspa do tacho, estudei a vida inteira em Escola Pública. Só mesmo o cursinho de Pré Vestibular é que foi particular, depois passei para a UFRJ e pronto. Meus pais nunca pagaram escola pra mim. (Curso de Inglês, sim). E isso, lá em casa, era ponto pacífico, introjetado em nós, sem nem passar pela cabeça da gente que iríamos para um colégio ou universidade particular. Que estudássemos e tirássemos boas notas, meus pais nem precisavam pedir ou nos lembrar de estudar. Nós 3 sabíamos que era nossa obrigação. Eu e meus irmãos fizemos faculdade na UFRJ. Nós três fomos bons alunos. Minha irmã, sempre excelente e eu e meu irmão, bons alunos, mas sempre, acima da média.
Mas, voltemos ao meu sorriso...
Eu vivia rindo, sorria para todos e uma tia de um primo meu, me achava uma graça e vivia falando pra minha mãe: "A Glorinha deve ser uma criança muito feliz, pois vive rindo"...
E era verdade, nunca senti ciúmes dos meus irmãos, sempre me senti amada por meus pais, pela minha avó...acho que era uma criança feliz. Nunca desejei o que não podia e sempre tive o que desejei, dentro das possibilidades dos meus pais. Não tive viagem à Disney ou festa de debutantes e nunca desejei tais coisas...sempre fui "diferente" achava aquilo tudo uma cafonália só, brega mesmo...virei uma adolescente meio hippie e sempre lancei moda entre as minhas amigas, que imitavam o que eu vestia porque eu era meio que "cobaia" de quem não tinha coragem de ousar...Então, elas esperavam que eu usasse primeiro, pra depois então, usarem também. Eu fumei primeiro entre minhas amigas, aí, todo mundo começou a fumar...Coisa que hoje abomino com todas as minhas forças, mas na minha época de adolescente, fumar era um must e meu pai e meus dois irmãos fumavam...
Eu usava cabelo Black Power aos 13 anos, quando a moda era fazer touca pro cabelo ficar liso igual cabelo de japonês...Eu era a única black power loura do bairro...rsrs
Enfim, acho que fui feliz.
Nunca fomos ricos, mas éramos, como a maioria da população do Rio de Janeiro daquele tempo, classe média, mas média mesmo. Eu e meus irmãos estudamos em escolas públicas. E a não ser meu irmão, que sei lá porque cargas d'água estudou alguns anos num colégio de padres (coitado), que era pago, eu e minha irmã sempre estudamos sem pagar. E minha irmã, que fez o ginásio e o clássico ( naquele tempo era assim que se chamavam os quatro últimos anos do segundo grau e o terceiro grau daquele tempo) no Colégio de Aplicação da UFRJ. Inteligente que só ela, embora fosse um colégio público, só passava quem era muito estudioso e inteligente. E ela é isso tudo até hoje.
Eu, a raspa do tacho, estudei a vida inteira em Escola Pública. Só mesmo o cursinho de Pré Vestibular é que foi particular, depois passei para a UFRJ e pronto. Meus pais nunca pagaram escola pra mim. (Curso de Inglês, sim). E isso, lá em casa, era ponto pacífico, introjetado em nós, sem nem passar pela cabeça da gente que iríamos para um colégio ou universidade particular. Que estudássemos e tirássemos boas notas, meus pais nem precisavam pedir ou nos lembrar de estudar. Nós 3 sabíamos que era nossa obrigação. Eu e meus irmãos fizemos faculdade na UFRJ. Nós três fomos bons alunos. Minha irmã, sempre excelente e eu e meu irmão, bons alunos, mas sempre, acima da média.
Mas, voltemos ao meu sorriso...
Essa foto é de 1966, eu tinha 9 anos, e esse foi o ano em que minha avó morreu. Ela morava conosco, não sei se a foto é de antes ou depois da sua morte, mas isso não importa, lá estou eu com meu sorriso de dentões " Mentex " no rosto...Quem é da minha época, sabe bem o que é Mentex, nem sei se existe mais...Sempre zoiuda...Meu pai, nessa fase, me chamava de "olho, dente e pescoço", pois era enjoada demais pra comer, não gostava de nada e era uma magrela, só tinha mesmo olhos, dentões e um longo pescoço...eu nem ligava...Nunca liguei de ser zoada...sempre tive personalidade forte e não passei por aquela fase de me achar horrível, como as adolescentes têm. Tive a sorte de nunca ter tido espinhas, de ter sido sempre magra (ai, saudades....) e com um corpinho bem jeitoso...
Hoje, continuo sorrindo...isso vem de mim...e mesmo que esteja com o maior problema do mundo, nunca me verão de "beiço caído" ou "bicuda" ou tratando mal aos outros que não tem culpa dos meus problemas.
É assim que eu sou. Ando meio tristinha ultimamente, mas é só passar alguém e me dar bom dia, que abro meu melhor sorriso...Podem dizer tudo de mim, mas antipática, isso não sou não!
Acho que a Criança Sorriso ainda mora em mim, ainda que eu ache que não...
terça-feira, 23 de agosto de 2011
"Você Nasceu Para Isso..."
Esta noite sonhei com a minha avó. Achei engraçado mas não estranhei, pois ela anda nos meus pensamentos ultimamente. Quando acordei tinha uma vaga lembrança de nós duas estarmos de mãos dadas, seguindo por um caminho. Não me lembro se eu ainda era pequena ou se já era a mulher que sou hoje, mas me recordo com exatidão da frase que ela me dizia: "Você nasceu para isso..."
Bem, isso....podem ser tantas coisas...O que será que ela queria me dizer? Qual a mensagem que esse sonho trazia embutido?
Qual seu simbolismo?
Algumas coisas eu posso deduzir sozinha...Estou num momento de carência e precisando de proteção. Mas não a proteção e o carinho que recebemos dos amigos, mas sim de colo de mãe, de avó. Aquele colo que perdemos um dia e para o qual não há substituto.
O aconchego de um abraço de quem tudo nos perdoa, nos desculpa e de quem passa a mão em nossas cabeças cansadas quando nos vêem sofrendo.
A vida nos tira esse colo e não há alternativa para esse regaço doce, cálido, que mesmo sem palavras nos acalentava.
Fiquei pensando: Será que minha hora vem chegando e será minha avó quem virá me buscar? Mas eu não creio em nada disso, nem em vidas passadas e nem em futuras... O que será então que este sonho representa?
O que será que esta frase quer dizer: "Você nasceu para isso"...Para sofrer? Para escrever? Para que?
Eu e ela, de mãos dadas indo de encontro a um horizonte infinito...Como assim, se nada me espera do lado de lá? E eu tenho quase absoluta certeza disso. Só não tenho certeza total porque ainda não morri e, porque só sei que nada sei...E que nada há de absoluto nessa vida, quanto mais, certezas...
Lembrei-me do sonho somente agora à noite...E foi num momento em que meu sono ainda estava leve que sonhei com ela..É bem verdade que ela têm me feito companhia nos últimos meses e que suas lembranças vieram com muita força no último ano. Mas não me recordo de ter sonhado com ela algum dia...talvez, durante a infância, mas não me lembro mais...
Espero que se, por acaso existir mesmo vida após a morte, que seja ela a vir me buscar, minha doce, linda avó de cabelos vermelhos, branquinha como eu, alegre como fui um dia.
Que seja a minha avó Maria Amélia, a minha companheira de viagem.
Bem, isso....podem ser tantas coisas...O que será que ela queria me dizer? Qual a mensagem que esse sonho trazia embutido?
Qual seu simbolismo?
Algumas coisas eu posso deduzir sozinha...Estou num momento de carência e precisando de proteção. Mas não a proteção e o carinho que recebemos dos amigos, mas sim de colo de mãe, de avó. Aquele colo que perdemos um dia e para o qual não há substituto.
O aconchego de um abraço de quem tudo nos perdoa, nos desculpa e de quem passa a mão em nossas cabeças cansadas quando nos vêem sofrendo.
A vida nos tira esse colo e não há alternativa para esse regaço doce, cálido, que mesmo sem palavras nos acalentava.
Fiquei pensando: Será que minha hora vem chegando e será minha avó quem virá me buscar? Mas eu não creio em nada disso, nem em vidas passadas e nem em futuras... O que será então que este sonho representa?
O que será que esta frase quer dizer: "Você nasceu para isso"...Para sofrer? Para escrever? Para que?
Eu e ela, de mãos dadas indo de encontro a um horizonte infinito...Como assim, se nada me espera do lado de lá? E eu tenho quase absoluta certeza disso. Só não tenho certeza total porque ainda não morri e, porque só sei que nada sei...E que nada há de absoluto nessa vida, quanto mais, certezas...
Lembrei-me do sonho somente agora à noite...E foi num momento em que meu sono ainda estava leve que sonhei com ela..É bem verdade que ela têm me feito companhia nos últimos meses e que suas lembranças vieram com muita força no último ano. Mas não me recordo de ter sonhado com ela algum dia...talvez, durante a infância, mas não me lembro mais...
Espero que se, por acaso existir mesmo vida após a morte, que seja ela a vir me buscar, minha doce, linda avó de cabelos vermelhos, branquinha como eu, alegre como fui um dia.
Que seja a minha avó Maria Amélia, a minha companheira de viagem.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Chuva de Libélulas
Era um dia da semana comum. Eu me preparava para sair, quando, ao chegar à varanda, me deparei com um espetáculo inusitado:
Uma chuva de libélulas. Muitas. A área aberta, ao lado da varanda estava repleta delas, voando em todas as direções...
Fiquei feliz em vê-las, minhas velhas amigas, que sempre dão um jeito de aparecer quando estou triste.
Me dão sempre um sinal de que coisas boas virão ou me fazem ter esperança de que transformações se aproximam. Por querer crer nisto, talvez eu veja simbolismos onde não há nada, talvez simples libélulas voando...Dragonflies cruzando o céu, translúcidas, me brindando com pequenos lampejos de esperança.
Perguntei-me: Será que isso quer dizer alguma coisa? Uma transformação muito grande em minha vida? Uma boa notícia, talvez? Símbolos de transformação e liberdade...Libertação? Conquistas?
Não sei, tudo continuou igual...A semana seguiu, nada aconteceu, as boas notícias não vieram, mas aquele espetáculo ficou gravado em minha memória...Como já contei aqui e também no meu livro, gosto de engarrafar momentos e guardá-los para sempre. Este foi um deles, guardei numa das minhas garrafinhas de memórias e pendurei-a no meu varal de lembranças...Nem peguei minha máquina fotográfica porque nada seria capaz de traduzir a beleza daquele instante...bastava minha memória, uma lembrança feliz, um momento de brilho, pequenas luzes a clarear o meu breu....
Bastava isso e a minha contínua esperança...
Foto NatGeo
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Bertrand de Lisboa - a Livraria que Sobreviveu - Reedição *
Livraria Bertrand - Lisboa
Como eu poderia passar diante de uma livraria secular e não comprar livros?
Pois foi exatamente o que fiz quando estive em Lisboa, mais exatamente na Rua Garret, aquela mesma que Eça de Queirós fala tanto em seus livros...
Pois bem, a Livraria Bertrand de Lisboa, foi fundada em 1732!
Foi destruída pelo terremoto que arrasou a cidade em 1755 e reinaugurada em 1773, agora na Rua Garret, 73/75, que fica na parte histórica de Lisboa, na mesma rua do café A Brasileira e perto de outras lojas antiquíssimas e lindas.
A Bertrand é a pioneira no sistema de cadeia de livrarias, tendo hoje, lojas por todo o país.
Fui lá e fiz a festa, como podem ver pelas minhas sacolas....
Bem que queria ter comprado mais, pois os preços, comparados aos de nossas livrarias, eram bem acessíveis, apesar dos Euros....O problema era o peso...
Mas, sinceramente, me arrependo de não ter comprado mais. Na minha próxima viagem, já prometi a mim mesma, que levo menos roupas, pra poder comprar mais livros...
Quando forem a Lisboa, não deixem de dar uma passadinha por lá, afinal, a Bertrand faz parte da história da cidade...e ela mesma tem uma incrível história de sobrevivência e adaptação aos novos tempos.
E, afinal, não é todo dia que se pode comprar numa livraria de quase 300 anos!
*Post reeditado de 28/09/2009.
*Post reeditado de 28/09/2009.
domingo, 1 de maio de 2011
Minha...
Thaís, na minha noite de autógrafos clicada pelas lentes de meu amigo e fotógrafo Paulo Bastos
Deixo aqui para ela a letra de uma das canções que considero entre as mais lindas da MPB.
Para minha filha, que nunca deixará de ser minha, mesmo que nunca o tenha sido...
Para nós, mães, os filhos são nossos e para eles desejamos tudo o que há de melhor e mais lindo dessa vida.
Para ela, que agora que está indo novamente morar longe de mim e começa uma nova etapa em sua vida, que encontre a esperança e a força que sempre procurei dar como exemplo e que ela aprendeu com maestria, guerreira que é, como todas nós somos.
Não importa quanto o tempo passe, para mim será sempre a criança amada que saiu de mim e mesmo não sendo minha, porque não me pertence, minha será pela eternidade....
PS - No Brasil só no próximo domingo será comemorado o Dia das Mães, mas em Portugal o dia é hoje. Meu abraço e meu carinho a todas as mulheres mães e guerreiras desse planeta chamado Terra e regido pela força mais maternal que existe: A Mãe Natureza.
Deixo aqui para ela a letra de uma das canções que considero entre as mais lindas da MPB.
Para minha filha, que nunca deixará de ser minha, mesmo que nunca o tenha sido...
Para nós, mães, os filhos são nossos e para eles desejamos tudo o que há de melhor e mais lindo dessa vida.
Para ela, que agora que está indo novamente morar longe de mim e começa uma nova etapa em sua vida, que encontre a esperança e a força que sempre procurei dar como exemplo e que ela aprendeu com maestria, guerreira que é, como todas nós somos.
Minha
: Francis Hime / Ruy Guerra
Minha, vai ser minha
Desde a hora que nascestes
Minha, não te encontro
Só sei que estás perto
E tão longe no silêncio
Outro amor.
Desde a hora que nascestes
Minha, não te encontro
Só sei que estás perto
E tão longe no silêncio
Outro amor.
Como uma estrada que não deixa
Seres minha
Onde estejas
Como sejas
Vou te achar
Vou me entregar
Vou te amar
É tanto, tanto amor
Que até pode asssustar
Não temas essa imensa sede
Que ao teu corpo vou levar
Minhas és e sou só teu
Sai de onde estás pra eu te ver
Pois tudo pode acontecer
Tem de ser, tem
Tem de ser, vem
Para sempre, para sempre, para sempre.
Seres minha
Onde estejas
Como sejas
Vou te achar
Vou me entregar
Vou te amar
É tanto, tanto amor
Que até pode asssustar
Não temas essa imensa sede
Que ao teu corpo vou levar
Minhas és e sou só teu
Sai de onde estás pra eu te ver
Pois tudo pode acontecer
Tem de ser, tem
Tem de ser, vem
Para sempre, para sempre, para sempre.
Não importa quanto o tempo passe, para mim será sempre a criança amada que saiu de mim e mesmo não sendo minha, porque não me pertence, minha será pela eternidade....
PS - No Brasil só no próximo domingo será comemorado o Dia das Mães, mas em Portugal o dia é hoje. Meu abraço e meu carinho a todas as mulheres mães e guerreiras desse planeta chamado Terra e regido pela força mais maternal que existe: A Mãe Natureza.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Meu Tempo É Hoje- Reedição
Eu, meu irmão, Renato e minha irmã, Regina, fantasiados pro carnaval...eu devia ter uns 3 aninhos...minha irmã, uns 10 e meu irmão, 13...Eu e meu inseparável saquinho de filó, cheio de confetes...minha mãe fazia um novinho, todo ano...e o lança perfume, no colo da minha irmã...Naquele tempo criança podia usar a vontade...era bom, geladinho, a gente nem imaginava que tinha adulto que usava pra ficar doidão! Bons tempos inocentes onde criança era criança...não sabia das malvadezas do mundo..
Sou temporã, como já disse antes, quando nasci, meus pais já eram quarentões...dizem que sou mimada até hoje...sei lá se sou...
Agora, a foto de que falei antes naquele post sobre Laranjeiras...
Sou temporã, como já disse antes, quando nasci, meus pais já eram quarentões...dizem que sou mimada até hoje...sei lá se sou...
Agora, a foto de que falei antes naquele post sobre Laranjeiras...
Se lembram da estorinha que contei da minha amiguinha , do Zoológico e do macaquinho que não me deram?
Eis aqui a foto pra provar o que falei...e o meu sorriso meio amarelo...Eu sou a mais alta.
Decepção, tristeza, vontade de também ter um...não sei se foi maldade, egoísmo ou, simplesmente, achavam que eu era tipo uma dama de companhia pra filha, tipo um ser inferior, que não precisava de brinquedo...afinal já tinham me levado pro passeio...já estava bom demais pra filha de um funcionário da Caixa Econômica...
E nós éramos muito amigas, mas, não sei porque, me lembro bem disso, sempre me senti inferior a eles...não sei se era porque o irmão do meio me maltratava, ou se eles se sentiam superiores mesmo, ambos professores universitários, engajados politicamente, mas sentia isso nitidamente, coisa estranha....
Há um tempo atrás, encontrei com a mãe dela no casamento da minha sobrinha, ela mandou me chamar e pediu pra me ver...não guardo mágoa, nem raiva...perguntei por minha amiga que nunca mais vi, nem tive contato...até gostei de ver a Dona*** tão bem, do alto de seus 80 anos...o mundo gira, dá tantas voltas..vou ter raiva pra que?
Tenho muita vontade de encontrar minha amiga Angela...sei que ela é tradutora de peças teatrais para o francês, pois morou muitos anos na França.
Há um tempo atrás, encontrei com a mãe dela no casamento da minha sobrinha, ela mandou me chamar e pediu pra me ver...não guardo mágoa, nem raiva...perguntei por minha amiga que nunca mais vi, nem tive contato...até gostei de ver a Dona*** tão bem, do alto de seus 80 anos...o mundo gira, dá tantas voltas..vou ter raiva pra que?
Tenho muita vontade de encontrar minha amiga Angela...sei que ela é tradutora de peças teatrais para o francês, pois morou muitos anos na França.
Aqui, eu no colo da minha irmã, Regina, 7 anos mais velha.
Ai como eu era fofa! Gordinha e sorridente, desde bebê..., meus irmãos, bem mais velhos, deviam me paparicar muito...
Ai como eu era fofa! Gordinha e sorridente, desde bebê..., meus irmãos, bem mais velhos, deviam me paparicar muito...
E assim é a vida...passa tão rápido que nem nos damos conta...tantas coisas acontecem...e ao mesmo tempo, parece que foi tudo ontem...
Parece que quando falo dessas coisas, estou falando de outra pessoa e não de mim...mas era eu...euzinha...
A vida às vezes me parece um sonho, parece que sonho em câmera lenta...um sonho do qual nunca acordaremos...ou iremos acordar um dia...lá do outro lado, ou num outro planeta, ou outra dimensão...ou não...
Só sei que apesar das lembranças fazerem parte da vida, algumas serem boas, outras nem tanto, de sermos parte lembrança, parte passado, somos um somatório de coisas que fizemos, que fizeram conosco...
Somos o ontem, temos suas marcas, cicatrizes...seus perfumes, suas doçuras...
Trazemos em nós tudo o que nos aconteceu e até o que nunca vivemos...mas pra mim, principalmente, meu tempo é hoje, meu tempo é o amanhã...por isso não guardo muitas mágoas na vida. Não quero carregar comigo o peso do que não fui, do que não tive, quero seguir leve...
Quero ter comigo meu baú de tesouros, claro, todo mundo os tem...mas só os bons, os deliciosos, os que me deram prazer e alegrias...
Claro que tenho mágoas que não consegui superar...algumas talvez nunca supere...mas não as quero, eu as renego...
Quero ir pro meu futuro carregada só com as plumas dos sentimentos bons, pois eles não nos sobrecarregam, não nos impedem de viver, de seguir em frente...
Perdoo a quem me feriu, perdoo a quem me enganou, perdoo a quem abusou dos meus bons sentimentos, da minha ausência de pudor ao me expor e me mostrar como sou.
Tive muitas decepções na vida, amigos que eu amava como irmãos e me decepcionaram de uma forma...mas não tenho raiva, nem ódio...sobrou só indiferença...não me partiram em 2 ou 3. Não permito!
Meu orgulho é esse...ser inteira...e, por mais que me exponha, por mais que me coloque nua nas minhas relações sejam de amizade ou qualquer outra...saírei sempre íntegra, inteira.
Meu tempo é hoje...e nada, nem ninguém vai tirar um pedaço que seja, da minha inteireza.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Eu Tenho A Força!!!!!!
Hoje ia escrever sobre um assunto triste, mas resolvi esperar e falar sobre coisas boas...
Afinal recebi tantos emails e comentários dizendo que estão felizes por mim, que tudo deu certo com meus exames, tanta força e tanta luz vindo de todas as direções, lugares, países....que resolvi falar sobre nossa força interior.
Eu mesma, nem avalio bem a força que tenho...
E tenho!
Tenho uma força interior tão grande, mas tão grande, que não sei como me deixo abater com coisas tão pequenas, com deslealdades, com gente mesquinha, com as rasteiras que a vida nos dá...
Quando fazia acupuntura, a amiga que me aplicava as agulhas, que fez cursos na China e morou num ashram na Índia me dizia que meu "ch'i" ou "Qi" era o mais forte aqui de casa, que eu nunca o desperdiçasse inutilmente, pois é uma energia que não se renova, é nossa energia vital.
Pois bem, eu como cética que sou, nunca liguei muito para isso...mas às vezes me surpreendo eu mesma com a Força que tenho, tanto nas adversidades, como para dar força aos meus amigos...sinto às vezes que, embora seja beligerante, tenho o dom de apaziguar quando quero, tenho uma força dentro de mim para consolar, dar carinho, dizer as palavras certas...Claro que às vezes, meto os pés pelas mãos e faço tudo errado, mas afinal, sou humana e já consigo perdoar a mim mesma, quando erro.
Uma vez, quando eu tinha o atelier de artes, uma senhora veio se matricular num curso de mosaico. Ela subiu para falar comigo e minha sócia (na época, amiga) e estava com uma acompanhante pois não conseguia sair sozinha. Havia acabado de sair da sessão de psicanálise e a terapeuta havia indicado uma terapia ocupacional. Ela estava com síndrome do pânico e depressão e desandou a chorar sem parar, mal começou a falar conosco.
Minha sócia, imediatamente desceu as escadas e sumiu, pois era fraca para essas coisas, embora fosse uma mulher extremamente forte para outras. Mas cada um tem suas fraquezas e a dela era não saber lidar com o desespero das pessoas. Fiquei eu e a tal senhora, que eu nunca tinha visto mais gorda nem mais magra, sentadas na mesa onde dávamos aulas. Ela, chorando copiosamente e eu, de frente para ela. Peguei suas mãos e perguntei o que a afligia...ela começou a me contar: O marido, depois de quase quarenta anos de casamento, a deixou pela empregada. Ela parecia ter posses, era uma senhora ainda bonita, distinta, mas devastada pela tristeza...
Eu apenas segurei suas mãos e comecei a falar. Falei, falei e falei sobre a vida, sobre as dores, sobre a força que todos temos, perguntei a ela se tinha filhos, netos etc, etc... Falei tanto que a pobre senhora parou de chorar...e começou a me ouvir. No final, conseguiu fazer um pouco de mosaico e foi embora com a acompanhante. Quando ela saiu, percebi que minha boca estava seca de tanto que eu havia falado para que ela se distraísse e não pensasse nos seus problemas. Minha sócia voltou e disse que não havia conseguido ficar. Eu entendi. E também entendi ali, que Eu Tinha A Força. Que eu tinha "jeito" para consolar e tirar as pessoas do seu estado de tristeza...
Agora, contando isso para vocês, até me emociono, pois não avalio o quanto sou forte e posso ajudar tanta gente.
Quem sabe, faço um trabalho voluntário com idosos, pois tenho paciência, sei ouvir, distrair...
Pois é, foi bom me lembrar disso. Não sou perfeita, como já disse e me expus aqui, inúmeras vezes, mas de vez em quando é bom a gente se lembrar que também fazemos coisas boas e relevantes.
É bom lembrar que todos, sem exceção, temos a Força do Bem dentro de nós.
Beijos, bom dia!
domingo, 3 de outubro de 2010
Passeei No Meu Conto!
Hoje fui à mostra Casa Cor Rio, evento que acontece todos os anos no Rio.
A cada vez, escolhem um lugar diferente, geralmente um casarão antigo. Dessa vez, por coincidência, está sendo no Palacete Modesto Leal, em Laranjeiras, bairro onde nasci e cresci e do qual falo muito nos meus escritos.
Eu passava de ônibus, quase todos os dias, em frente ao palacete, quando já crescidinha, voltava da escola.
Mas, como ele tinha as grades cobertas, eu só via as janelas de cima e imaginava quem moraria ali. Até que aos 18 anos, escrevi um conto onde imaginei e descrevi a casa, os jardins, os cômodos, até os móveis.
Hoje, ao entrar no palacete fiquei emocionada. Claro que quando fazem esses eventos, os arquitetos, paisagistas e decoradores transformam os ambientes de tal maneira, que ficam irreconhecíveis, mas a casa é como eu imaginei no meu conto, escrito há mais de três décadas.
E atrás há uma reserva de Mata Atlântica, intocada. Dezenas de preás, circulam pelos jardins e são originais da casa, pois há duas casinhas antigas, com buracos, para elas entrarem no jardim lateral.
O Palacete pertence à família do Conde Modesto Leal e começou a ser construído em 1882, pelo arquiteto italiano Antônio Januzzi, em estilo eclético. O conde foi, no início do século XX um dos homens mais ricos do país. Comerciante português de sucatas de navios, fez fortuna como comerciante, banqueiro e senador da República. Até que o Vaticano o nomeou conde. A casa tem 18 cômodos e uma área de 50 mil m². É hoje uma das últimas chácaras urbanas da cidade. Dentro da casa há uma capela, onde todas as mulheres da família se casaram. Até as mais novas. Inclusive Patrícia Modesto Leal que se casou lá com Antenor Mayrink Veiga, filho dos Mayrink Veiga, família da alta sociedade carioca.
Aqui, alguns ambientes do Casa Cor Rio 2010:
A fachada da casa e um orquidário na entrada
Um dos inúmeros jardins
O jardim do labirinto, o que mais gostei, tinha várias fontes e vários vasos com plantas nas paredes e um barulhinho delicioso e calmante de água caindo, em esculturas de folhas secas e sementes...lindo!
Essa sala de jantar era um dos ambientes mais lindos dentro da casa. As cadeiras azuis turquesa em veludo brocado e creme faziam contraste com um amarelo dourado em alguns detalhes. Chiquérrimo!
Reparem no piso em marchetaria, original da casa! Esplêndido! O teto era um show à parte. Aqui nessa sala e no salão ao lado, era todo de madeira recortada, também original.
Esse detalhe do hall do andar de cima, também achei lindo. Eram fotos de toda a família Modesto Leal emolduradas. Quero fazer isso no meu corredor com fotos antigas. Fica um charme!
Um dos banheiros. Reparem no tamanho dos espelhos bisotados.
Não é lindíssima a casa do meu conto?
A casa hoje é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural. Ainda bem, fiquei aliviada ao saber, pois tive medo que quando a mostra acabasse, a especulação imobiliária e o interesse financeiro falassem mais alto do que o valor histórico e arquitetônico do casarão. Andei pesquisando: falam em fazer uma casa de festas ou uma galeria de artes ou ainda usá-la para sediar o acervo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quem mora no Rio ou por perto, vale a pena visitar.
E assim foi meu dia hoje. Pedi a meu marido esse agradinho, pois o ingresso não custa barato.
Queria muito ir até lá conhecer o palacete, pois talvez nunca mais tivesse essa chance.
Então foi isso. Passeei dentro de um conto que escrevi há 35 anos atrás. Andei pelos jardins que um dia descrevi, como se os tivesse visto com meus próprios olhos. Essa vida é mesmo cheia de surpresas e emoções.
Um dia talvez vocês leiam esse conto sobre a casa, em algum dos muitos livros que ainda publicarei.
Que os Deuses da Escrita continuem velando por mim.
Amém!
fotos do google e do site CasaCor.
A cada vez, escolhem um lugar diferente, geralmente um casarão antigo. Dessa vez, por coincidência, está sendo no Palacete Modesto Leal, em Laranjeiras, bairro onde nasci e cresci e do qual falo muito nos meus escritos.
Eu passava de ônibus, quase todos os dias, em frente ao palacete, quando já crescidinha, voltava da escola.
Mas, como ele tinha as grades cobertas, eu só via as janelas de cima e imaginava quem moraria ali. Até que aos 18 anos, escrevi um conto onde imaginei e descrevi a casa, os jardins, os cômodos, até os móveis.
Hoje, ao entrar no palacete fiquei emocionada. Claro que quando fazem esses eventos, os arquitetos, paisagistas e decoradores transformam os ambientes de tal maneira, que ficam irreconhecíveis, mas a casa é como eu imaginei no meu conto, escrito há mais de três décadas.
E atrás há uma reserva de Mata Atlântica, intocada. Dezenas de preás, circulam pelos jardins e são originais da casa, pois há duas casinhas antigas, com buracos, para elas entrarem no jardim lateral.
O Palacete pertence à família do Conde Modesto Leal e começou a ser construído em 1882, pelo arquiteto italiano Antônio Januzzi, em estilo eclético. O conde foi, no início do século XX um dos homens mais ricos do país. Comerciante português de sucatas de navios, fez fortuna como comerciante, banqueiro e senador da República. Até que o Vaticano o nomeou conde. A casa tem 18 cômodos e uma área de 50 mil m². É hoje uma das últimas chácaras urbanas da cidade. Dentro da casa há uma capela, onde todas as mulheres da família se casaram. Até as mais novas. Inclusive Patrícia Modesto Leal que se casou lá com Antenor Mayrink Veiga, filho dos Mayrink Veiga, família da alta sociedade carioca.
Aqui, alguns ambientes do Casa Cor Rio 2010:
A fachada da casa e um orquidário na entrada
Um dos inúmeros jardins
O jardim do labirinto, o que mais gostei, tinha várias fontes e vários vasos com plantas nas paredes e um barulhinho delicioso e calmante de água caindo, em esculturas de folhas secas e sementes...lindo!
Essa sala de jantar era um dos ambientes mais lindos dentro da casa. As cadeiras azuis turquesa em veludo brocado e creme faziam contraste com um amarelo dourado em alguns detalhes. Chiquérrimo!
Reparem no piso em marchetaria, original da casa! Esplêndido! O teto era um show à parte. Aqui nessa sala e no salão ao lado, era todo de madeira recortada, também original.
Esse detalhe do hall do andar de cima, também achei lindo. Eram fotos de toda a família Modesto Leal emolduradas. Quero fazer isso no meu corredor com fotos antigas. Fica um charme!
Um dos banheiros. Reparem no tamanho dos espelhos bisotados.
Não é lindíssima a casa do meu conto?
A casa hoje é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural. Ainda bem, fiquei aliviada ao saber, pois tive medo que quando a mostra acabasse, a especulação imobiliária e o interesse financeiro falassem mais alto do que o valor histórico e arquitetônico do casarão. Andei pesquisando: falam em fazer uma casa de festas ou uma galeria de artes ou ainda usá-la para sediar o acervo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso.
Quem mora no Rio ou por perto, vale a pena visitar.
E assim foi meu dia hoje. Pedi a meu marido esse agradinho, pois o ingresso não custa barato.
Queria muito ir até lá conhecer o palacete, pois talvez nunca mais tivesse essa chance.
Então foi isso. Passeei dentro de um conto que escrevi há 35 anos atrás. Andei pelos jardins que um dia descrevi, como se os tivesse visto com meus próprios olhos. Essa vida é mesmo cheia de surpresas e emoções.
Um dia talvez vocês leiam esse conto sobre a casa, em algum dos muitos livros que ainda publicarei.
Que os Deuses da Escrita continuem velando por mim.
Amém!
fotos do google e do site CasaCor.
sábado, 2 de outubro de 2010
Escritora Doublé de Doceira
Pois é minha gente. Pra quem pensa que vida de escritora estreante é mole, aí estão meus cupcakes que não me deixam mentir.
Eu assovio, chupo cana e danço samba!
Sou dona de casa nas horas vagas, isto é, em nenhuma! Hehe...Se pudesse ficava só com minha porção escrevinhadora, pois todo mundo que me lê há tempos sabe, que cuidar de casa e cozinhar não é a minha praia.
Detesto! Faço porque sou obrigada e não tenho quem faça por mim. Mas xingo todas as palavras feias que conheço, quando tenho que parar de escrever pra fazer almoço ou jantar.
Coisas dignas e altamente indispensáveis na vida das pessoas, mas sem as quais eu viveria feliz pelo resto dos meus dias, visto que sou eu a fazê-las.
É dura a vida de quem é mãe, dona de casa e mulher. Já falei isso antes, várias vezes.
E eu, ainda escrevo até altas horas das madrugas. Não saio, não passeio, minha única diversão é escrever , ler e ver filmes em dvd.
Mas sei fazer umas coisinhas bem chics não acham?
Esses cupcakes ficaram uma graça e fizeram o maior sucesso, mas não quero viver disso não.
Já fiz tortas para fora numa época da minha vida. Tortas regadas à lágrimas de tristeza. Deviam dar até dor de barriga em quem comesse. Se bem que nunca reclamaram.
Ainda bem!
Uma vez, num dia das mães, tive encomenda de seis tortas. Sem ajudante nem para lavar os utensílios. Fazia, confeitava, lavava, fazia outra, confeitava, lavava. Até que na sexta torta, quando terminei, minha coluna travou. Não conseguia mais dar um passo, gemia de dor. Era minha hérnia de disco reclamando do tanto que abusei dela. Resultado: meu marido tal e qual um príncipe encantado e eu, uma Cinderela caquética, teve que me levar no colo até meu quarto e me deitar, estirada na cama, enquanto ele me tascava um relaxante muscular goela abaixo.
Fui parando de pegar encomendas, até que as coisas melhoraram e eu falei: C'est fini! Tortas jamais!
Mas, como nunca se deve dizer nunca, já andei fazendo cupcakes para vender, mas o trabalho que dá não compensa.
Aqui no Rio o povo acha que é moleza ficar em pé na cozinha o dia todo, fazendo 30, 50 bolinhos e depois enfeitar um por um, armar as caixinhas, amarrar as fitas. Depois limpar e lavar a sujeira toda que ficou para trás. Querem pagar R$ 4,00 por cada um. Ah não, não faço mais. Isso é trabalho demais pra ganhar uma merreca dessas.
Prefiro escrever. Por enquanto não ganho nada, só elogios, mas em compensação meu prazer é muito maior.
Pra quem acha que eu vivo em berço de ouro, isso é só uma mostra de que a vida dos outros só é bonita e perfeita pra quem vê de fora.
Mas vou vivendo. Pelo menos tenho um bocado de estórias pra contar, não é? Umas tristes, outras bem engraçadas. C'est la vie!
Beijos.
Eu assovio, chupo cana e danço samba!
Sou dona de casa nas horas vagas, isto é, em nenhuma! Hehe...Se pudesse ficava só com minha porção escrevinhadora, pois todo mundo que me lê há tempos sabe, que cuidar de casa e cozinhar não é a minha praia.
Detesto! Faço porque sou obrigada e não tenho quem faça por mim. Mas xingo todas as palavras feias que conheço, quando tenho que parar de escrever pra fazer almoço ou jantar.
Coisas dignas e altamente indispensáveis na vida das pessoas, mas sem as quais eu viveria feliz pelo resto dos meus dias, visto que sou eu a fazê-las.
É dura a vida de quem é mãe, dona de casa e mulher. Já falei isso antes, várias vezes.
E eu, ainda escrevo até altas horas das madrugas. Não saio, não passeio, minha única diversão é escrever , ler e ver filmes em dvd.
Mas sei fazer umas coisinhas bem chics não acham?
Esses cupcakes ficaram uma graça e fizeram o maior sucesso, mas não quero viver disso não.
Já fiz tortas para fora numa época da minha vida. Tortas regadas à lágrimas de tristeza. Deviam dar até dor de barriga em quem comesse. Se bem que nunca reclamaram.
Ainda bem!
Uma vez, num dia das mães, tive encomenda de seis tortas. Sem ajudante nem para lavar os utensílios. Fazia, confeitava, lavava, fazia outra, confeitava, lavava. Até que na sexta torta, quando terminei, minha coluna travou. Não conseguia mais dar um passo, gemia de dor. Era minha hérnia de disco reclamando do tanto que abusei dela. Resultado: meu marido tal e qual um príncipe encantado e eu, uma Cinderela caquética, teve que me levar no colo até meu quarto e me deitar, estirada na cama, enquanto ele me tascava um relaxante muscular goela abaixo.
Fui parando de pegar encomendas, até que as coisas melhoraram e eu falei: C'est fini! Tortas jamais!
Mas, como nunca se deve dizer nunca, já andei fazendo cupcakes para vender, mas o trabalho que dá não compensa.
Aqui no Rio o povo acha que é moleza ficar em pé na cozinha o dia todo, fazendo 30, 50 bolinhos e depois enfeitar um por um, armar as caixinhas, amarrar as fitas. Depois limpar e lavar a sujeira toda que ficou para trás. Querem pagar R$ 4,00 por cada um. Ah não, não faço mais. Isso é trabalho demais pra ganhar uma merreca dessas.
Prefiro escrever. Por enquanto não ganho nada, só elogios, mas em compensação meu prazer é muito maior.
Pra quem acha que eu vivo em berço de ouro, isso é só uma mostra de que a vida dos outros só é bonita e perfeita pra quem vê de fora.
Mas vou vivendo. Pelo menos tenho um bocado de estórias pra contar, não é? Umas tristes, outras bem engraçadas. C'est la vie!
Beijos.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Uma Brisa Acorda o Passado
Essa foto é da Papelaria Contigráfica, em Laranjeiras, bairro onde nasci e cresci.
A Contigráfica era a papelaria dos meus sonhos quando criança e adolescente. Creio que de todos os que iam com suas mães comprar o material escolar a cada início do ano letivo.
Pois, um dos últimos ícones do passado, estará fechando suas portas daqui a vinte dias.
Suas prateleiras, ocupadas por tintas e canetas tinteiro Parker, tintas para carimbo dos anos 50 e 60, cadernos de capa de couro resistiram o quanto puderam, exibindo uma época que não existe mais.
Há 61 anos funcionando, a tradicional papelaria que foi frequentada por famílias da alta sociedade, grandes empresas e embaixadas, pela qualidade do material vendido, em sua maioria, importado e, por ter sua própria marca, num tempo em que as grandes papelarias como a Papelaria União e Casa Cruz no centro tinham também esse diferencial, abrirá, agora, uma loja virtual.
Quanta saudade me deu ao ler essa notícia.
Lembrei-me dos meus cadernos e livros encapados com plástico xadrezinho verde ou amarelo, com carinho por minha mãe e, depois de crescidinha, por mim mesma, que adorava sentir aquele cheiro de livros e cadernos novos, ansiosa pelo início das aulas.
Uma doce nostalgia tomou conta de mim, aliada a uma tristeza saudosa de um tempo que não volta mais.
Tive vontade de ir voando até lá, sentir pela última vez o cheiro de seus móveis antigos, o perfume de papel no ar, de ir buscar velhas lembranças de meu tempo de meninice, onde qualquer saída com minha mãe, qualquer compra, mesmo que para o colégio, era motivo de diversão e encantamento. Papelarias então, sempre foram meu fraco, até porque era lá que se vendiam meus adorados livros e cadernos, muitos cadernos para que eu pudesse escrever.
Quando o Rio de Janeiro ainda era a Capital da Velha República, as embaixadas encomendavam lá, à sua gráfica, os convites para as recepções. Lá se podia encomendar também, papel timbrado e convites de casamento.
Ao ler essa notícia me lembrei imediatamente que a saudade às vezes, está dormindo dentro da gente e basta uma leve brisa para acordá-la imediata e intensamente.
Hoje fiquei assim, com saudade do passado e de tudo que era relevante e que hoje já não tem mais importância.
Quando se enterra o passado, enterramos também um pedaço de nós mesmos.
E ao desenterrá-lo, mesmo que só para retirar o mofo e o bolor, ficamos face a face com quem um dia nós fomos.
Foto do jornal O Globo, 26/09/2010.
A Contigráfica era a papelaria dos meus sonhos quando criança e adolescente. Creio que de todos os que iam com suas mães comprar o material escolar a cada início do ano letivo.
Pois, um dos últimos ícones do passado, estará fechando suas portas daqui a vinte dias.
Suas prateleiras, ocupadas por tintas e canetas tinteiro Parker, tintas para carimbo dos anos 50 e 60, cadernos de capa de couro resistiram o quanto puderam, exibindo uma época que não existe mais.
Há 61 anos funcionando, a tradicional papelaria que foi frequentada por famílias da alta sociedade, grandes empresas e embaixadas, pela qualidade do material vendido, em sua maioria, importado e, por ter sua própria marca, num tempo em que as grandes papelarias como a Papelaria União e Casa Cruz no centro tinham também esse diferencial, abrirá, agora, uma loja virtual.
Quanta saudade me deu ao ler essa notícia.
Lembrei-me dos meus cadernos e livros encapados com plástico xadrezinho verde ou amarelo, com carinho por minha mãe e, depois de crescidinha, por mim mesma, que adorava sentir aquele cheiro de livros e cadernos novos, ansiosa pelo início das aulas.
Uma doce nostalgia tomou conta de mim, aliada a uma tristeza saudosa de um tempo que não volta mais.
Tive vontade de ir voando até lá, sentir pela última vez o cheiro de seus móveis antigos, o perfume de papel no ar, de ir buscar velhas lembranças de meu tempo de meninice, onde qualquer saída com minha mãe, qualquer compra, mesmo que para o colégio, era motivo de diversão e encantamento. Papelarias então, sempre foram meu fraco, até porque era lá que se vendiam meus adorados livros e cadernos, muitos cadernos para que eu pudesse escrever.
Quando o Rio de Janeiro ainda era a Capital da Velha República, as embaixadas encomendavam lá, à sua gráfica, os convites para as recepções. Lá se podia encomendar também, papel timbrado e convites de casamento.
Ao ler essa notícia me lembrei imediatamente que a saudade às vezes, está dormindo dentro da gente e basta uma leve brisa para acordá-la imediata e intensamente.
Hoje fiquei assim, com saudade do passado e de tudo que era relevante e que hoje já não tem mais importância.
Quando se enterra o passado, enterramos também um pedaço de nós mesmos.
E ao desenterrá-lo, mesmo que só para retirar o mofo e o bolor, ficamos face a face com quem um dia nós fomos.
Foto do jornal O Globo, 26/09/2010.
domingo, 8 de agosto de 2010
Meu Pai e Eu..
Eu não sou nada a favor dessas datas comerciais, como dia das mães, dia dos pais etc, mas, como estou num momento muito importante da minha vida, momento que pode ser um divisor de águas, embora tardio, na minha caminhada, resolvi falar de meu pai hoje. Lembrar dele, coisa que tenho feito muito ultimamente.
Já contei antes, aqui, que perdi meu pai quando eu tinha 15 anos.
Em plena adolescência, período conturbado e difícil, onde atravessamos uma espécie de limiar que divide a nossa vida entre a juventude e a maturidade.
Pois foi justamente aí, nessa fase, que meu pai me deixou. Ele já estava doente há cerca de três anos.
Já havia tido 2 infartos e quatro edemas pulmonares, causados pelo fumo. No terceiro ataque cardíaco e quinto edema, ele morreu e o mais traumático, em casa, pois a ambulância demorou a chegar e quando os médicos chegaram, nada mais puderam fazer.
As minhas últimas palavras para meu pai, e talvez, as últimas que ele ouviu, saíram da minha boca, que da inocência dos meus quinze anos, achava que assim, estaria distraindo-o e aliviando seu sofrimento. A lua estava cheia e linda lá fora e o céu, muito estrelado. Ele, sentado na cama, lutando para respirar.Entrei em seu quarto e, quando olhei pela janela e vi a lua, falei: Pai, olha que lua linda está lá fora...Não me recordo se cheguei a beijá-lo, mas logo saí do quarto e não tive mais coragem de voltar lá e vê-lo naquele sofrimento horrível.
Acho que meu pai morreu sozinho. Pois minha mãe e minha irmã aflitas, esperavam a ambulância que nunca chegava, na porta do prédio onde morávamos.
Eu tinha prometido a mim mesma que não iria chorar hoje, ao contar isso, mas é impossível não reviver a dor de uma quase criança que ficou sem pai quando mais precisava dele.
Meu pai havia me prometido publicar meus textos e poesias e fazer um livro com meus escritos.
Então, vejam só: meu sonho foi enterrado junto com ele. Pelo menos eu pensei que tivesse sido. Continuei escrevendo pela vida, mas abandonei o sonho, não me achava capaz de concretizá-lo sem meu pai.
O tempo passou, me casei aos 20 anos, terminei a faculdade, tive meus filhos, fui morar no interior e parei de escrever.
Não sentia mais vontade, parecia que a poeta dentro de mim havia sucumbido à rotina, ao vai e vem da vida, das mudanças.
Mas o que eu não enxergava era que o que meu pai havia plantado em mim, estava adormecido, mas continuava lá, em algum canto escondido de mim mesma.
Tudo o que meu pai me ensinou e me deixou foi cultura, conhecimento e, principalmente o amor pelos livros.
Ela era um homem de frases e nos dizia, a mim e a meus irmãos: "Conhecimento não ocupa espaço".
Ou " Leia tudo o que cair em suas mãos, desde o gibi até o melhor dos livros".
Era um homem elegante, de personalidade forte e voz de locutor de rádio, grave e bonita.
Eu herdei sua caneta tinteiro. Ele só escrevia com sua Parker dourada e tinta azul turquesa. Tinha uma letra de caligrafia impecável.
Será com essa caneta que autografarei meus livros. Será minha maneira de homenagear o homem que me fez amar os livros e inventou, de certa maneira, essa escritora que vos escreve.
Um Feliz Dia dos Pais a todos os pais que, como o meu, por amor a seus filhos, deixa dentro deles a semente que um dia, no futuro, irá brotar.
Ao meu Pai, Renato e à sua memória!
domingo, 1 de agosto de 2010
Jabuticabeira Que Dá Mico!
Para que não digam que inventei. Minha jabuticabeira dá mico sim!
Leão da cara dourada e saguis...olhem só quantos tem!
E o pior, hoje não tem banana! Marido acabou de sair pra comprar, pois eles ficam com cara de pedintes, me implorando comida...
Os filhotes, chegam no telhado, pertinho de mim, e choram me olhando com carinha e olhar pidão...eu não resisto.
Coloquei ração dos cacchorros, mas eles olharam e não comeram...O negócio deles é banana mesmo! Qualquer outra fruta que eu coloque, eles ignoram e continuam me rondando, como quem diz: Quero banana, não gosto de outra coisa!
Eu estava com um cacho de bananas lindo numa das bananeiras. Eu olhava todo dia pra ver se já estavam amadurecendo...pois sexta feira fui varrer as cacas dos cachorros lá em cima e quando olhei pro cacho, cadê? Tinha amadurado sem que eu visse, e estava todo comido...nem umazinha só os danadinhos deixaram...mas eu não ligo não...
Olhem só que gracinha a carinha deles em cima do telhado, me olhando e dizendo: Como é que é amiga? Hoje você não vai colocar comida pra gente, não? Olhem um deles, me olhando de ladinho, parecendo me perguntar...
Minha mangueira está cheinha de flores...tomara que dê muita manga pra saciar meus bichinhos....Olhem a mata lá atrás.
Estão vendo? Lá em cima é mata fechada...Até quando, eu não sei, pois já se tem notícias que há uma favela crescendo lá atrás...Pode uma coisa dessas?
Se eu cortar uma árvore, uma só, que esteja ameaçando a minha casa, vem o IBAMA e me multa. E é uma multa altíssima! Mas favelas, derrubando matas inteiras, isso pode...porque pobre e favelado dá voto...Quanto mais, melhor. Depois que a favela se instalar, ninguém mais tira. Já denunciei, já liguei pra vários órgãos. Pensam que alguém se dignou a me responder? Ou a vir olhar a mata? Que nada...E o pior disso tudo, os pássaros, macaquinhos tendem também a desaparecer porque esse pessoal pega para vender ou para criar em gaiolas...
Não falo isso porque seja preconceituosa, acho que há gente pobre, honesta e consciente, mas se sabe que onde falta poder público e sobra ignorância, os bandidos se instalam...E que hoje em dia não se pode mais falar dessas coisas sem ser logo taxado de reacionário, politicamente incorreto, etc...
Quero saber onde estão meus direitos como cidadã, cumpridora dos meus deveres, pagadora de impostos até pra respirar? Eu não tenho...
Vejo a mata sendo destruída a cada dia.
Vocês se lembram do homem que apareceu no meu quintal, fugindo dos traficantes da favela? Pois é...
Moro no paraíso, mas o inferno é logo ali...
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sexta-feira, 2 de julho de 2010
Quem Se Lembra Da Tia Gladys e Seus Bichinhos?
Quem está com mais de 50 anos vai se lembrar de um programa da TV Tupi entre os anos de 1957 e 1965 que se chamava Gladys e Seus Bichinhos. Gladys era uma escritora e desenhista que contava estórias infantis e desenhava atrás de uma tela. O programa era em P&B claro, porque naquele tempo não tinha ainda TV à cores. Não havia criança que não assistisse e ficasse louca com suas estorinhas, cheias de imaginação.
Em tempos onde internet ainda nem sonhava em ser inventada, computadores, truques televisivos ou programas gravados, ela fazia tudo ao vivo e em tempo real.
Se lembram da "Formiguinha Gida", a única formiguinha que usava rabinho de cavalo?
A "Gatinha Clarinha", Lelete a Cachorrinha...eram tantos os seus personagens e encantaram minha infância, pois meu pai sempre me dava coleções de livros de presente de aniversário. A coleção da Gladys, vinha numa arca de papelão onde os livros podiam ser guardados de volta depois de ler. E eu li, reli e li de novo...eu amava seus livros, que já, naquele tempo, davam lições de que os animais são mais "humanos" que muita gente.
A jornalista Marina Pessanha fez um documentário sobre a Gladys. Eu não vi, mas gostaria muito de ver.
A Gladys está viva e bem, idosa, mas lúcida.
Seus livros, bichinhos e programas de TV povoaram a imaginação e fizeram a felicidade de muitas crianças, que assim como eu, nasceram na década de 50/60.
Lembrar disso me deu muita saudade da minha infância!
Alguém mais se lembra dela?
Recordar é viver!
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