Sou feita
de lembranças
Mas também
de fatos
Às vezes
acordo rindo
Noutros dias
me arrasto
Sou mel
Mas por vezes
sou salgada
Pura pimenta
Quase adocicada
Tem dias que olho
no espelho
Noutros sou
apenas sombra
Memória longínqua
Raio que estronda
Sou mar
E sou barco
Sou fera
E sou mansa
Tem dias que
quero colo
Em outros
apenas um solo
A música me arrepia
O choro cai
como orvalho
Danço
bailo sozinha
Por vezes
me sinto um carvalho
Enorme
Fincado
Centenário
Às vezes sou
semente explodindo
Às vezes sou
terra parindo
Sei ser sol
Sei ser lua
Não sei bem
quem sou
Mas, às vezes
lucidamente
Sou bem
quem eu sei
certamente
incoerente
Esta miragem
Este caos
No qual muitas vezes
me perco
É também onde
me acho
Reflexo
Riacho
Rio
Acho
Esta sou eu
Talvez...
Quem sabe?
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Desabafando com o Travesseiro
Hoje acordei com a boca amarga.
Como se o nojo da vida tivesse se instalado em mim.
Acordei enojada, enjoada, querendo chutar o balde, a vida, o destino.
Raiva, ódio, ira.
Todos os sentimentos torpes me envenenando o sangue.
Não saio do lugar.
Não vejo o horizonte.
Cansei das palavras doces, dos consolos inúteis.
Cansei de viver nesse mundo à parte
Achando que aqui, encastelada
Estou imune ao nojo
Ao desatino
Às trapaças do destino.
Quero vomitar
Não tenho fome
Perdi a fome de vida
Perdi o gosto da vida
Não quero ouvir palavras vãs
De quem não sabe o que vivo
De quem não me vê por dentro
Dos que analisam fatos
Simplesmente
Como se a vida fosse feita de fatos explicáveis
Sem sentir o que sinto na pele
Sem viver o que vivo há tempos.
Deixem-me só
Talvez só por hoje
Quero chorar e gritar
E xingar todos os nomes feios
Quero alardear impropérios
Inventar mentiras, desacatos
Ando cansada da verdade
Dessa de que todos falam e ninguém usa.
Cansada dos donos do mundo que viram as costas
Sem dar uma chance
Aos inquilinos
Aos pobretões que mendigam
Uma mínima migalha
Nesse planeta vil onde quem manda
É o dinheiro.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Indizível
Dizer o indizível, pensar o interdito, caminhar por onde ninguém vai...
Vivo perdida num mundo e com um pé no outro.
Entre o real e o irreal transito. Me divido.
Sou louca e sábia. Vivo em conflito.
Não sei se fico naquele, perdida.
Ou volto para este, ainda mais descabida...
Vivo entre dois mundos.
Espécie de umbral, purgatório, nem lá e nem cá.
Respiro neste e desejo aquele.
Depois que passo da porta, não quero mais sair de lá.
Meu céu e meu inferno.
Minha primavera e meu inverno.
Só os loucos me entendem.
Só os que caminham sobre o fio, sobre a lâmina
Se dependuram no infinito da existência
Sabem do que falo.
Diversos mundos, muitos universos.
Galáxias, vias lácteas povoadas de memórias
Do que não vivi. Do que não vi.
Que nome se dá a isto?
A este não saber explicar e tampouco negar sua existência?
À beira do abismo, precipício, princípio, início.
Fim em si mesmo.
Acordar em um planeta.
Adormecer numa nuvem.
Vivo presa e livre.
Em universos paralelos.
Sou gaiola e passarinho.
Fantasma do que desejo ser.
Embrião do que jamais fui.
Escrever é morrer
E renascer
Sem pátria.
* Inspirada por Lídia Jorge e por meu amigo e poeta, equilibrista como eu, Man Drag.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Escrever
Olho a caneta
A deslizar
Como se a mão
Minha não fosse
e ela obedecesse
à ordem de outro ser
Teria vida própria
A minha caneta?
Ou a minha mão
Tem querer?
Não consigo fazer
com que pare
Ela escreve
Traça
Desenha
As letras no papel
Será que minha
mão
tem ideias próprias
desobedientes?
Revoltosas
Deram-se independência
do cérebro?
Proclamaram-se
senhoras de si?
Alforriaram-se?
A caneta desliza
Desenha e traça
Dá ordens, organiza
E eu, nem pisco
Obedeço
Traço, cansaço
Nos dedos
desacostumados
a desenhar alfabetos
a engatar letras
formando frases
à mão.
Saberei lê-las depois?
Nessas garatujas de médicos?
Saberei interpretar o que
eu mesma escrevi?
Ou foram elas? As mãos?
Ou a caneta
Que ganharam vida própria
independentes
pequenos cérebros
nas pontas
de cada dedo
da mão direita?
A caneta pára
como a pensar
no que fará a seguir
No que escreverá
em sua letra torta
em sua rebeldia
cheia de si
Sente o gosto
da liberdade
de não ter que obedecer
a ninguém
Palavras suas
das mãos e da caneta
tradutoras, intérpretes, diretoras e autoras
Maestrinas
de sua própria criação
Eu
Sou apenas
Seu instrumento.
*Aos grandes e aos pequenos escritores do mundo!
Foto de Thomas Fraser
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Palavra da Vez: Foco
Foco - Rotina
Olho as batatas
enquanto as descasco
E perco o foco
Destampo as panelas
acendo o fogo
olho o lume
E perco o foco
Molho as plantas
ligo a máquina
penduro as roupas
E perco o foco
Cada gesto
cada tarefa
ingloria
inútil
que ninguém vê
Me leva
pra longe
desfoca
restringe
Minha alma
escritora
se perde
em tarefas
medíocres
diárias
comuns
Rotina
Retina
Desfocada
Desfoco
da alma
Enquanto faço coisas
Enquanto faço coisas
que detesto
minha cabeça
focada
no papel que me aguarda
na escrivaninha
E
na Vida
Brincadeira proposta pelo blog Suma Irracional do meu amigo Roy, aqui
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Não Há Poesia Na Poesia
Não! Não há poesia na vida
Há dor, há lágrima, há sofrimento
Não poesia
Poesia são nossos olhos
que teimam
em ver
poesia
aonde não há
nada.
Precisamos de poesia
Como alguns
precisam de deus
Para preencher
o vazio
o completo nada
que é nossa
existência.
Vemos poesia
onde há vida
pura e simples
Vida
sem nenhum mistério
ou segredo
Tateamos
Procuramos
Sofregamente
Trôpegamente
Bêbados
cambaleando
pelos caminhos
pelas trilhas
que escolhemos
Entorpecidos
Ensandecidos
Loucos
vemos poesia
onde há
uma simples flor
e sua lágrima
solitária
Num simples gotejar
que era tão somente
a chuva
ou o orvalho
a cair..........................................
Há dor, há lágrima, há sofrimento
Não poesia
Poesia são nossos olhos
que teimam
em ver
poesia
aonde não há
nada.
Precisamos de poesia
Como alguns
precisam de deus
Para preencher
o vazio
o completo nada
que é nossa
existência.
Vemos poesia
onde há vida
pura e simples
Vida
sem nenhum mistério
ou segredo
Tateamos
Procuramos
Sofregamente
Trôpegamente
Bêbados
cambaleando
pelos caminhos
pelas trilhas
que escolhemos
Entorpecidos
Ensandecidos
Loucos
vemos poesia
onde há
uma simples flor
e sua lágrima
solitária
Num simples gotejar
que era tão somente
a chuva
ou o orvalho
a cair..........................................
terça-feira, 31 de maio de 2011
In-Definições
Tudo é Definitivo
Nada é Definitivo
Infinitivo
Infinito
Finito
Findo
Fim
Recomeço
Renascença
Renda num vestido
Renascimento
Nascimento
Nascer
Mal chegamos
Já é hora de partir
Malas prontas
Livros gastos
Alma gasta
Vestido novo
Em folha
Folhas brancas
À espera
Do eterno
Recomeçar
Definitivo
Infinitivo
Infinito
Definido
Indefinido
Viver
Fechar os olhos
E olhar pra dentro
Infinitas vezes
Recomeço
Começo
Meio
Fim
Infinito
Brincar
De procurar
A razão
Que não há.................................................................
Nada é Definitivo
Infinitivo
Infinito
Finito
Findo
Fim
Recomeço
Renascença
Renda num vestido
Renascimento
Nascimento
Nascer
Mal chegamos
Já é hora de partir
Malas prontas
Livros gastos
Alma gasta
Vestido novo
Em folha
Folhas brancas
À espera
Do eterno
Recomeçar
Definitivo
Infinitivo
Infinito
Definido
Indefinido
Viver
Fechar os olhos
E olhar pra dentro
Infinitas vezes
Recomeço
Começo
Meio
Fim
Infinito
Brincar
De procurar
A razão
Que não há.................................................................
terça-feira, 3 de maio de 2011
Sem Palavras
Convido-os a adentrar
neste pátio
Aqui, vozes se calam
palavras não saem
o silêncio é necessário
Subam
Subam com calma
Caminhem por entre
estas árvores antigas
Sintam a bruma
que cobre o ar
como um cortinado de voil
transparente e fino
A pele arrepia-se
quando a brisa nos envolve
Vejam
a mesa posta
xícaras
um bule de chá
esperam por nós
E o frio
o frio....
Não, não parem
Venham
são hoje meus convidados
Ouçam o murmúrio
do vento gélido
a suavidade
com que
balança os ramos
exalando um exótico perfume
acre e verde
da terra úmida
Continuem caminhando
a passos miúdos
com cuidado
há minhocas no chão
embora não as possam ver
há pequenos bulbos intumescidos
debaixo da terra fértil
esperando a primavera
para que possam finalmente
rebrotar
Ainda faz frio
É cedo ainda
Fechem os casacos
Mas se acheguem
Aqui é meu esconderijo
Para aqui venho
quando tudo parece feio
tórrido
seco
Ao subir estes degraus
é como se saísse de mim
e adentrasse no encantado
num mundo
sem possibilidades
e portanto
sem lugar para a tristeza
para o desalento
ou para o desamor
Este jardim é só meu
a mim pertence
Mas hoje o compartilho
com vocês
meus amigos
doces desconhecidos
que só vêem uma parte
ínfima parte de mim
Sentem-se
Fiquem à vontade
segurem as chávenas de chá
cuidado
está quente
beberiquem
em pequenos goles
sorvam
delicadamente
conheçam-me
olhando em volta
não nos meus olhos
mas ao meu redor
pois sem palavras
hoje
agora
aqui
eis
o melhor de mim
Fora daqui
há só o frio
só o frio.......................................................
Imagem daqui
neste pátio
Aqui, vozes se calam
palavras não saem
o silêncio é necessário
Subam
Subam com calma
Caminhem por entre
estas árvores antigas
Sintam a bruma
que cobre o ar
como um cortinado de voil
transparente e fino
A pele arrepia-se
quando a brisa nos envolve
Vejam
a mesa posta
xícaras
um bule de chá
esperam por nós
E o frio
o frio....
Não, não parem
Venham
são hoje meus convidados
Ouçam o murmúrio
do vento gélido
a suavidade
com que
balança os ramos
exalando um exótico perfume
acre e verde
da terra úmida
Continuem caminhando
a passos miúdos
com cuidado
há minhocas no chão
embora não as possam ver
há pequenos bulbos intumescidos
debaixo da terra fértil
esperando a primavera
para que possam finalmente
rebrotar
Ainda faz frio
É cedo ainda
Fechem os casacos
Mas se acheguem
Aqui é meu esconderijo
Para aqui venho
quando tudo parece feio
tórrido
seco
Ao subir estes degraus
é como se saísse de mim
e adentrasse no encantado
num mundo
sem possibilidades
e portanto
sem lugar para a tristeza
para o desalento
ou para o desamor
Este jardim é só meu
a mim pertence
Mas hoje o compartilho
com vocês
meus amigos
doces desconhecidos
que só vêem uma parte
ínfima parte de mim
Sentem-se
Fiquem à vontade
segurem as chávenas de chá
cuidado
está quente
beberiquem
em pequenos goles
sorvam
delicadamente
conheçam-me
olhando em volta
não nos meus olhos
mas ao meu redor
pois sem palavras
hoje
agora
aqui
eis
o melhor de mim
Fora daqui
há só o frio
só o frio.......................................................
Imagem daqui
No Meio da Noite
No meio da noite
escura
ouço baixinho
canções
ao piano
lindas canções
dedilhadas
invadem minh'alma
sofrida
invadem minh'alma
encarcerada
encharcam-na
de beleza
penetram-me fundo
me possuem
Ah como queria ser possuída
esta noite
pelo amor
que não houve
pelo sentimento
perdido
pela carícia
não dada
No meio da noite
escura
entremeada de silêncios
ouço a suavidade
das canções
enchem-me os ouvidos
de paz
de uma paz que almejo
e que só retenho
por poucos segundos
paz que me escapa
entre os dedos
entre as lágrimas
que inundam meu piano
teclado
em que finjo ser eu
a pianista
compositora de uma vida
que não é minha
Ah se essa noite escura
me trouxesse
em meio às estrelas
brilhantes
uma luz
pequena
ínfima luz
a iluminar meu breu
a trazer o belo e o bom
de volta
a fazer-me
sentir novamente
o amor
que anda
perdido
por aí
A música toca
meu coração ressoa
entoa
como se cantasse
mas canta é de tristeza
uma dor doída
sentida
no meio da noite
triste
triste noite
Se a vida fosse uma canção
eu saberia
a nota exata
e não precisaria procurar
o que não encontro mais
em mim
ou no silêncio
dessa noite escura.
Foto daqui
escura
ouço baixinho
canções
ao piano
lindas canções
dedilhadas
invadem minh'alma
sofrida
invadem minh'alma
encarcerada
encharcam-na
de beleza
penetram-me fundo
me possuem
Ah como queria ser possuída
esta noite
pelo amor
que não houve
pelo sentimento
perdido
pela carícia
não dada
No meio da noite
escura
entremeada de silêncios
ouço a suavidade
das canções
enchem-me os ouvidos
de paz
de uma paz que almejo
e que só retenho
por poucos segundos
paz que me escapa
entre os dedos
entre as lágrimas
que inundam meu piano
teclado
em que finjo ser eu
a pianista
compositora de uma vida
que não é minha
Ah se essa noite escura
me trouxesse
em meio às estrelas
brilhantes
uma luz
pequena
ínfima luz
a iluminar meu breu
a trazer o belo e o bom
de volta
a fazer-me
sentir novamente
o amor
que anda
perdido
por aí
A música toca
meu coração ressoa
entoa
como se cantasse
mas canta é de tristeza
uma dor doída
sentida
no meio da noite
triste
triste noite
Se a vida fosse uma canção
eu saberia
a nota exata
e não precisaria procurar
o que não encontro mais
em mim
ou no silêncio
dessa noite escura.
Foto daqui
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Expressionismo Idiomático
Não nego que algumas vezes
perdi o fio da meada
Ou que já fiquei de bode
Armei também
alguns barracos
E já pisei na bola
sem conta
Mas tive
que pisar em ovos
pra não ferir ninguém
Com isso
acabei entrando pelo cano
e engoli muito sapo
Noutras vezes
optei por lavar as mãos
mas aí
em vez de colocar as cartas na mesa
fingi ter ouvidos de mouco
e botei as barbas de molho
Foi melhor assim...
Já enchi linguiça
pro tempo passar depressa
Mas vou bater na mesma tecla:
o tempo não para
Entrei pelo cano
Rodei a baiana
E antes que batesse as botas
Achei por bem
chutar o balde
Enfiei com vontade
o pé na jaca
Depois tive
que fazer boca de siri
e pra quebrar um galho
acabei me dando mal
Mas não há de ser nada
Deus ajuda
a quem cedo madruga
Como só acordo às 10
Meu fim
vai ser a boca do inferno
Ou será o céu da boca?
Por mim
tanto faz
E tenho dito.
perdi o fio da meada
Ou que já fiquei de bode
Armei também
alguns barracos
E já pisei na bola
sem conta
Mas tive
que pisar em ovos
pra não ferir ninguém
Com isso
acabei entrando pelo cano
e engoli muito sapo
Noutras vezes
optei por lavar as mãos
mas aí
em vez de colocar as cartas na mesa
fingi ter ouvidos de mouco
e botei as barbas de molho
Foi melhor assim...
Já enchi linguiça
pro tempo passar depressa
Mas vou bater na mesma tecla:
o tempo não para
Entrei pelo cano
Rodei a baiana
E antes que batesse as botas
Achei por bem
chutar o balde
Enfiei com vontade
o pé na jaca
Depois tive
que fazer boca de siri
e pra quebrar um galho
acabei me dando mal
Mas não há de ser nada
Deus ajuda
a quem cedo madruga
Como só acordo às 10
Meu fim
vai ser a boca do inferno
Ou será o céu da boca?
Por mim
tanto faz
E tenho dito.
sábado, 26 de março de 2011
Se Eu Soubesse Rezar
Se eu soubesse rezar
pediria a um deus qualquer
qualquer um deles
que desse
saúde aos meus amigos
Pediria que se compadecesse
de quem não merece sofrer
Se eu tivesse uma crença
saberia que o conforto
está na prece
na espera
na certeza
de que nosso destino está nas mãos
de um deus qualquer
e que basta acreditar
para deixar a responsabilidade com ele.
Se eu soubesse rezar
pediria amores sãos
saudáveis
felizes
generosos
para as pessoas que amo
Pediria escolhas sábias
pediria a visão exata
de como é a vida
de quem não é amado
encontraria respostas
às questões que os afligem
Mas não creio em nenhum deus
não tenho fé em nada
só na sabedoria
que recebemos
ao nascer
em nossos genes
no que vimos
ouvimos
sentimos
vemos como exemplo
ao longo da vida
Como não sei rezar
e a única riqueza que possuo
foi ter nascido
com um certo jeito
com as palavras
tal como uma artesã
juntando as letras
e tecendo as ideias
numa espécie de rosário
numa espécie de oração
Essa é minha forma de orar
Uma oração à Vida
pois creio nela
na energia positiva
que emanamos
ao universo
conclamando as estrelas
numa grande teia de amor
Pois então
coloco nelas
em minhas palavras
o dom de transmutar corações
Coloco nelas a força
no sentido
de fazer o amor nascer
onde não há amor
morrer
onde há desamor
de brotar saúde
onde ela falta
de tirar a dor e o sofrimento
de quem sofre
Minhas mãos não são milagrosas
nem acredito em milagres
Mas peço à Vida
que a força do meu amor
através da renda que fio
possa mudar
o que não consigo
possa aplacar
sofrimentos
e fazer nascer
o que desejo de bom e bem
a quem tanto amo.
Dedico esse post à minha amiga e queridona Welze e à duas pessoas, de meu convívio, que amo muito e que atravessam momentos difíceis.
Que cada um deles, receba a Força, a Energia e o Amor que costurei nesse poema.
Saúde, Paz e Bem! Essa é minha forma de rezar.
Beijos,
pediria a um deus qualquer
qualquer um deles
que desse
saúde aos meus amigos
Pediria que se compadecesse
de quem não merece sofrer
Se eu tivesse uma crença
saberia que o conforto
está na prece
na espera
na certeza
de que nosso destino está nas mãos
de um deus qualquer
e que basta acreditar
para deixar a responsabilidade com ele.
Se eu soubesse rezar
pediria amores sãos
saudáveis
felizes
generosos
para as pessoas que amo
Pediria escolhas sábias
pediria a visão exata
de como é a vida
de quem não é amado
encontraria respostas
às questões que os afligem
Mas não creio em nenhum deus
não tenho fé em nada
só na sabedoria
que recebemos
ao nascer
em nossos genes
no que vimos
ouvimos
sentimos
vemos como exemplo
ao longo da vida
Como não sei rezar
e a única riqueza que possuo
foi ter nascido
com um certo jeito
com as palavras
tal como uma artesã
juntando as letras
e tecendo as ideias
numa espécie de rosário
numa espécie de oração
Essa é minha forma de orar
Uma oração à Vida
pois creio nela
na energia positiva
que emanamos
ao universo
conclamando as estrelas
numa grande teia de amor
Pois então
coloco nelas
em minhas palavras
o dom de transmutar corações
Coloco nelas a força
no sentido
de fazer o amor nascer
onde não há amor
morrer
onde há desamor
de brotar saúde
onde ela falta
de tirar a dor e o sofrimento
de quem sofre
Minhas mãos não são milagrosas
nem acredito em milagres
Mas peço à Vida
que a força do meu amor
através da renda que fio
possa mudar
o que não consigo
possa aplacar
sofrimentos
e fazer nascer
o que desejo de bom e bem
a quem tanto amo.
Dedico esse post à minha amiga e queridona Welze e à duas pessoas, de meu convívio, que amo muito e que atravessam momentos difíceis.
Que cada um deles, receba a Força, a Energia e o Amor que costurei nesse poema.
Saúde, Paz e Bem! Essa é minha forma de rezar.
Beijos,
Poema Em Pétalas/ Poema Das Duas Amigas
Ilustração, gentilmente feita pelo Leo Macedo.
Para a amada amiga Loli, que arrebatou esses corações, em sua maior parte, brasileiros, nosso carinho e amizade. Desejo que teu dia seja repleto de alegrias e que realizes sempre teus sonhos.
Te dedico esse poema com todo amor e amizade:
Poema Em Pétalas
Magnólias
Flor de cerejeira
Jardim japonês
Pontes
Lagos
Bonsais
Almofadas
Futons
Tatamis
Quimonos de seda
Cerimônias do chá
Fogo nos cabelos
Ternuras na alma
Ameixeiras floridas
Saquês
Kampai
Qual é a mágica?
Que sortilégio
Une as pessoas?
Uma mesma língua
Distância imensa
Só a magia explica
Dragonflies...
Queria te mandar
Amiga
Um amor sem medidas
Pétalas de margaridas
Perfumadas
Sakuras
Ikebanas
Lanternas
Libélulas
Carpas
Banzai
Para minha flor Margarida, com meu profundo desejo de que sejas feliz!
Saiba que te amo sem te ver e te enxergo com os olhos da alma.
A Vida, às vezes, escolhe por nós. E te escolheu por mim. Desejo um dia, em breve, te abraçar e te olhando nos olhos, dizer sem palavras, o quanto gosto de ti.
Feliz Aniversário, minha querida amiga!
Quis o destino que duas das amigas mais queridas fizessem anos no mesmo dia! Essa Vida é mesmo deliciosa!
Poema Das Duas Amigas
Preto e branco
Água e azeite
Sim e não
Pessoas
assim
tão diferentes
podem se amar
como irmãs?
Uma é generosa
A outra fala
o que pensa
Uma ri
e fala alto
A outra é
pura pimenta
Uma ouve
a outra escuta
Quem é ela?
Quem sou eu?
Rimos juntas
Juntas choramos
Sonhamos
e partilhamos
Sonhos tão
diferentes
E, no entanto
tão iguais
Eu
tão iguais
Eu
na minha
impaciência
impaciência
Vejo em nós
a mesma
essência
Vejo nela
o que não tenho
Ela em mim
o que lhe falta
Uma é teimosa
a outra, birrenta
uma voa
a outra salta
Gosto de
vinho tinto
Ela, de vinho branco
Vamos
aos trancos
Muitas vezes
aos barrancos
Eu digo não
Ela diz nunca
Mas ambas
queremos
as mesmas
coisas
Açúcar, afeto
uma vida doce
e até discordando
nossos encontros
são sempre regados
à café com bolo
conversas
trocas
e descobertas
Uma é mar
Outra montanha
Uma quer paz
A outra, saltita
Ouço o barulho do vento
Ela o som das buzinas
Eu sou do mato
Ela, a cosmopolita
Personalidades
distintas
duas formas
de ver
a vida
e de seguir
o caminho
Mas de modo
semelhante
Uma sim
a outra não
olhamos
numa mesma
direção
com o mesmo
olhar de carinho
sempre estendendo
a mão
Talvez
por essa razão
a Vida
nos colocou
frente a frente
Surpresas
do coração
Ela não é de chorar
Eu, manteiga derretida
Eu a implicar com ela
Ela, cabeça de vento
Eu a pensar na vida
Como todos
somos falhas
temos nossas
picuinhas
Às vezes
as arestas
arranham
às vezes
se aparam
sozinhas
Duas mulheres
mães
fêmeas
que nesse mundão
tão grande
quis o destino
que um dia
no virtual
se esbarrassem
e como irmãs
se encontrassem
tornando esse
amor
real.
Te amo, Betita! Uma irmã generosa que ganhei da vida! Feliz, muito Feliz Aniversário! Deixo aqui, de presente pra você, a hortênsia do meu jardim, a primeira foto que tirei com a "nossa câmera".
Beijos, da sua cara metade feminina, sua irmã-malagueta,
quarta-feira, 23 de março de 2011
Dia D
D de Dia
de Dia D
Emoção
à flor da pele
Espera
D de Desejo
D de Demora
D de fazer
Refazer
Sonhar
Esquecer
D de outras letras
e palavras
D de apagar
e reescrever
D de Descrer
e de retornar
Retomada
D de encontro
de Desesperança
Hoje é meu Dia D
invasão
pé ante pé
na direção
do sonho
realidade
transformação
D de vitória
de ocupação
território
batalha
vencida
Minha Normandia
Minha guerra
particular
garra
guerreira
crença
Prova cabal
de que sem armas
ainda assim
se pode
conquistar
alcançar
tocar
D de dedos
que dedilharam palavras
D de mim
comigo mesma
de noites insones
travando escaramuças
com minha
alma
D de
Enfim.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Segunda É Dia De Poesia
Agora, toda segunda vou fazer o Dia da Poesia aqui no blog e no meu outro Café com Poesia.
Quem quiser se juntar a mim, será muito bem vindo. Pode até se tornar uma blogagem coletiva.
Estão todos convidados a participar, pois ando com a escrita solta e a mão pedindo para escrever...
Aqui vai:
Purpurinas no Nariz
Se o céu pudesse me ouvir
e seus bilhões de estrelas
fossem furinhos
por onde os sons
transpassassem
atravessando o infinito
numa ligação direta
com o Universo inteiro
eu diria sussurrando
bem baixinho eu diria
ao céu
pois com tantos ouvidos
atentos
não precisaria gritar
nem tampouco
falar alto:
- Sabe aquele meu sonho?
Aquele de tanto tempo?
O sonho que eu tentava alcançar
e parecia tão longe?
Ele está se transformando
tomando forma
moldando-se
Passou
por caminhos tortos
Talvez
por estradas íngremes
degraus
colinas
montanhas
Talvez
tenha rolado entre seixos
de algum rio por aí
Mas sinto que ele vem vindo
um passo
depois o outro
Está me ouvindo
Universo?
Sei que está
pois me devolve
estrelas piscando
como a me responder
em brilho
em chuva de purpurinas
das quais um dia falei
Não tarda
Vem numa forma
estranha
de um jeito
que eu não queria
Mas não há nada
que o impeça
não há atalho
ou armadilha
que o atrase mais
que o postergue mais
já sinto
cócegas no meu nariz
como a neve a cair
Se o céu pudesse me ouvir
eu nem precisaria contar...
Quem quiser se juntar a mim, será muito bem vindo. Pode até se tornar uma blogagem coletiva.
Estão todos convidados a participar, pois ando com a escrita solta e a mão pedindo para escrever...
Aqui vai:
Purpurinas no Nariz
Se o céu pudesse me ouvir
e seus bilhões de estrelas
fossem furinhos
por onde os sons
transpassassem
atravessando o infinito
numa ligação direta
com o Universo inteiro
eu diria sussurrando
bem baixinho eu diria
ao céu
pois com tantos ouvidos
atentos
não precisaria gritar
nem tampouco
falar alto:
- Sabe aquele meu sonho?
Aquele de tanto tempo?
O sonho que eu tentava alcançar
e parecia tão longe?
Ele está se transformando
tomando forma
moldando-se
Passou
por caminhos tortos
Talvez
por estradas íngremes
degraus
colinas
montanhas
Talvez
tenha rolado entre seixos
de algum rio por aí
Mas sinto que ele vem vindo
um passo
depois o outro
Está me ouvindo
Universo?
Sei que está
pois me devolve
estrelas piscando
como a me responder
em brilho
em chuva de purpurinas
das quais um dia falei
Não tarda
Vem numa forma
estranha
de um jeito
que eu não queria
Mas não há nada
que o impeça
não há atalho
ou armadilha
que o atrase mais
que o postergue mais
já sinto
cócegas no meu nariz
como a neve a cair
Se o céu pudesse me ouvir
eu nem precisaria contar...
segunda-feira, 14 de março de 2011
Dia Da Poesia - Blogagem Coletiva
Carlos Drummond de Andrade - tela de Portinari
Luz Na Escuridão ( se preferir "ouvir" o poema, o botão para ligar o som, está no final do post )
Autora: Gloria Leão
Feche os olhos:
Imagine a escuridão
Agora,
pense em um facho de luz
Alvoreceres
Lanternas
Estrelas
Velas acesas
iluminando
o breu
Cecília Meireles - retrato por Arpad Szènes
Fazer poemas
é colorir
o mundo
com palavras
tornando-as
claridade
Clarividência
nas trevas
da vida
Lançando faróis
por sobre
os sentires
Fernando Pessoa - retrato por Almada Negreiros
Poetas falam
das suas verdades
não as do dicionário
mas as que revelam
sua emoção
que afinal
são os sentimentos
de toda
a raça humana
Ferreira Gullar por Jorge Inácio
Um poema é uma luz
revelando
a exatidão
do que se sente
e quem o lê tem a impressão
de que foi escrito por ele
e para ele
como se feito fosse
para aquele momento
e para si
Pois os poetas
falam por nós
Dão voz
a quem silencia
Manoel Bandeira - tela de Portinari
Fazer poemas
é trazer vagalumes
pequenas lâmpadas
a piscar na noite
escura
Incandescentes
estrelas
a mover
ideias
É lançar
um sol
aquecendo o frio
É tornar o mundo
possível
palatável
menos duro
Sophia de Mello Breyner Andresen - net
Fazer poemas
é romper muros
derrubar barreiras
deixar sempre
a chama acesa
para que não restem
dúvidas
Tom Jobim - capa do disco Tom pra Dois
O poema
e o poeta
traduzem
explicam
reiteram
elucidam
o que sentimos
e não sabemos nomear
Eles são a eterna chama
a nos lembrar
que haverá sempre
primavera
mesmo que o frio
e o temor
teimem em nos dizer:
Não
Chico Buarque - net
O poeta junta as palavras
dando-lhes
sentido e sentir
fala de seus sonhos
canta seus amores
chora suas dores
transformando
quem o lê
tornando-os
eles também
pequenos fachos de luz
Feche os olhos agora
e veja:
lanternas
vagalumes
estrelas
alvoradas
Um poema faz isso
ao tocar-nos
a alma
e apontar o belo
Iluminam a nós
e ao mundo.
Audio Recording on Sunday morning Luz na Escuridão by Glorinha L de Lion
Meu outro blog, o Café Com Bolo & Poesia também está participando dessa Coletiva.
PS Caso eu tenha deixado de colocar algum blog participante na listagem lateral, por favor, me avisem.
Esse post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pelo Tatto do Blog Xipan Zeca e ligeiramente modificado por mim e pela Lu.
Luz Na Escuridão ( se preferir "ouvir" o poema, o botão para ligar o som, está no final do post )
Autora: Gloria Leão
Feche os olhos:
Imagine a escuridão
Agora,
pense em um facho de luz
Alvoreceres
Lanternas
Estrelas
Velas acesas
iluminando
o breu
Cecília Meireles - retrato por Arpad Szènes
Fazer poemas
é colorir
o mundo
com palavras
tornando-as
claridade
Clarividência
nas trevas
da vida
Lançando faróis
por sobre
os sentires
Fernando Pessoa - retrato por Almada Negreiros
Poetas falam
das suas verdades
não as do dicionário
mas as que revelam
sua emoção
que afinal
são os sentimentos
de toda
a raça humana
Ferreira Gullar por Jorge Inácio
Um poema é uma luz
revelando
a exatidão
do que se sente
e quem o lê tem a impressão
de que foi escrito por ele
e para ele
como se feito fosse
para aquele momento
e para si
Pois os poetas
falam por nós
Dão voz
a quem silencia
Manoel Bandeira - tela de Portinari
Fazer poemas
é trazer vagalumes
pequenas lâmpadas
a piscar na noite
escura
Incandescentes
estrelas
a mover
ideias
É lançar
um sol
aquecendo o frio
É tornar o mundo
possível
palatável
menos duro
Sophia de Mello Breyner Andresen - net
Fazer poemas
é romper muros
derrubar barreiras
deixar sempre
a chama acesa
para que não restem
dúvidas
Tom Jobim - capa do disco Tom pra Dois
O poema
e o poeta
traduzem
explicam
reiteram
elucidam
o que sentimos
e não sabemos nomear
Eles são a eterna chama
a nos lembrar
que haverá sempre
primavera
mesmo que o frio
e o temor
teimem em nos dizer:
Não
Chico Buarque - net
O poeta junta as palavras
dando-lhes
sentido e sentir
fala de seus sonhos
canta seus amores
chora suas dores
transformando
quem o lê
tornando-os
eles também
pequenos fachos de luz
Feche os olhos agora
e veja:
lanternas
vagalumes
estrelas
alvoradas
Um poema faz isso
ao tocar-nos
a alma
e apontar o belo
Iluminam a nós
e ao mundo.
Audio Recording on Sunday morning Luz na Escuridão by Glorinha L de Lion
Meu outro blog, o Café Com Bolo & Poesia também está participando dessa Coletiva.
PS Caso eu tenha deixado de colocar algum blog participante na listagem lateral, por favor, me avisem.
Esse post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pelo Tatto do Blog Xipan Zeca e ligeiramente modificado por mim e pela Lu.
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