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sábado, 28 de agosto de 2010

Minhas Leituras e Meu Clube do Livro


Um dos maiores prazeres que tenho tido ultimamente é ver realizado o meu antigo sonho de fazer um Clube de Leitura aqui em minha casa.
Consegui reunir algumas amigas e nosso clube já está indo para o terceiro livro.
Nos reunimos de 15 em 15 dias. Nem preciso dizer que eu conto os dias, não é? Por mim, podia ser toda semana. Adoro!
Conversamos, discutimos sobre o que cada uma pensou do livro, o que achou desse ou daquele trecho, enfim, tem sido ótimo!
Sem contar que, no meio da tarde, fazemos um delicioso lanche. Com café e bolo, claro.
Cada uma traz uma coisa: pão de queijo, bolo, até chá inglês trazido da Inglaterra já teve, café e, obviamente, muita conversa agradável, muita troca de ideias, de vivências. Tem sido uma delícia nossas tardes quando nos reunimos para falar dos livros, da vida, do mundo.
Começamos com o livro O Clube do Filme, mas não achamos nada demais. Depois lemos A Chave de Casa, eu adorei e agora, vamos ler Um Hotel na Esquina do Tempo.
Nem preciso dizer que mesmo lendo os livros do clube estou lendo outros junto, né? Sou assim, uma desvairada, que além de escrever, lê 3 ou 4 livros ao mesmo tempo.
Terminei ontem o Pandemonium do Zeca Fonseca, aquele em que fui na noite de autógrafos.
Gostei. Mas, só recomendo a quem tem estômago forte. O livro é bem ousado, fala em coisas politicamente incorretas, atos sexuais escatológicos, mas tem passagens extremamente reflexivas sobre a vida, as emoções, o mundo e o porque de uma pessoa ser levada ao auto flagelo da bebida em excesso, das drogas, do sexo exacerbado. De como tudo isso pode levar uma pessoa às raias da loucura ou de como uma pessoa com  baixa autoestima, depressão, falta de amor próprio pode se deixar levar por todos esses excessos, numa espécie de auto punição por estar viva.
Ao falar do sub mundo do sexo e das drogas, inclusive as drogas "lícitas", como o álcool, o Zeca nos transporta a um mundo inimaginável para uma pessoa comum e dita "normal". Porque normal, ninguém é. Por mais que se ache. O livro é machista? Achei. Mas há que se levar em conta que é narrado sob o prisma de um homem, brasileiro e "pegador".
Por isso, deixemos o preconceito de lado, aliás, todos eles.

Achei algumas partes repetitivas, principalmente as cenas de sexo, escabrosas para os padrões estéticos "normais". Acho que o livro poderia ser menor. Eu disse, eu acho. Quem sou eu para achar que um escritor deve escrever menos ou mais páginas? Ele escreveu o que sentiu vontade, o que sentiu que deveria ser dito e o que teve vontade de dizer. O livro é dele e ninguém tem o direito de dizer se ele deveria fazer menor ou maior. Eu respeito muito isso num escritor, porque venho sentindo essa pressão na própria pele. Acho um desrespeito vir pedir para quem escreve cortar páginas ou capítulos. O livro foi concebido assim, nasceu assim, foi parido assim. Em tempos em que o dinheiro, o lucro e o mercado são olhados com mais carinho do que o Escritor, o criador da estória, não se pode esperar atitude diferente de editores ou editoras. Aí é que vemos que estamos vivendo num mundo de penas pro ar. Um verdadeiro Pandemonium!
Meu abraço ao Zeca Fonseca. Lido e recomendado. Mas não aos puritanos ou aos politicamente corretos. Se lerem, vão ficar de cabelo em pé!

Estou feliz: mais duas amigas virão juntar-se às 4 que já participam de nosso clube, na próxima quinzena. Seremos 6 e em breve, mais outras virão.
É por essas pequenas grandes coisas que acho que a vida vale a pena.