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sábado, 7 de maio de 2011

Às Mulheres do Mundo


"A mulher é certamente um elemento humano
fora do comum: as casas só não envelhecem porque ela existe.
Um cuidado feminino suporta a construção
(como o cimento). Uma casa
só não cai, se dentro dela existir alguma delicadeza." - Gonçalo M Tavares - Uma Viagem à Índia

Não vou ser mais uma a escrever sobre a maternidade, sobre como é bom ser mãe, ou cair nos clichês e chavões de praxe. Até porque não gosto destas datas puramente comerciais que o homem inventou para vender fogões e aspiradores de pó.
Quero sim, homenagear as mulheres, sejam elas mães ou não.
Que elas conscientizem-se do seu poder, nesses tempos conturbados que estamos vendo e vivendo, e possam restabelecer o contato com seu lado delicado, para que os alicerces do divino que mora em todas nós, façam desse planeta, dessa Mãe Terra, um lugar melhor para se viver.
Meu abraço de fêmea a todas as mulheres do mundo.
Paz e Bem!

Foto: fyearhruins


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Somos Bruxas?


Assisti nas últimas semanas a dois trailers de filmes sobre mulheres, bruxas ou endemoninhadas.
E, comecei a refletir sobre esse assunto. Assunto aliás, que muito me intriga já há algum tempo.
E não se trata aqui de feminismo ou qualquer coisa parecida. Trata-se de fatos históricos.
Desde a Idade Média, quando a Igreja Católica começou a dominar o mundo ocidental, tomando santuários e templos de povos pagãos transformando-os em igrejas, há essa perseguição à figura feminina.
Na Idade Média, 9 milhões de pessoas foram acusadas, julgadas e mortas, geralmente enforcadas ou queimadas, sem direito à defesa e sem sequer saber do que estavam sendo acusadas.
Pois bem, desses 9 milhões, 80% eram mulheres e até crianças, desde que meninas...

Ao perceber que nesses filmes recentes, os personagens endemoninhados ou envolvidos em bruxarias eram mulheres, fiquei indignada. Um desses filmes se diz baseado em estória real contado por um padre exorcista do Vaticano! Com Anthony Hopkins e isso em 2011!
Podem reparar. Nenhum filme que trata desse assunto tem um bruxo ou como criatura a ser exorcizada, um homem. Ou um endemoninhado masculino. Somos sempre nós, as mulheres, as desgracentas, as que tem o diabo no corpo, as luxurientas, pecaminosas, que arrastam os pobres homens para as labaredas do inferno.
Somos as conspícuas, as putas, as megeras, as que usam o sexo para conseguir o que querem, as malévolas, desde Eva...
As religiões pagãs cultuavam a representação feminina como figura principal, através da Deusa-Mãe, a Natureza, a Terra, a Colheita, todas enfim, figuras femininas.
A Igreja Católica, temia o poder espiritual e político dessas mulheres que eram as parteiras, as que dominavam a arte dos remédios naturais e das plantas medicinais, geralmente chamadas em casos de doenças e que, através desse "poder"confrontavam os dogmas cristãos de Deus, figura masculina por excelência.
Talvez por isso, todas as mulheres no catolicismo representem papéis secundários como Madalena, Marta, Maria etc.
A Inquisição ainda exacerbou mais esse ódio à figura feminina e ao poder "divino" da deusa-mãe, ao associar as mulheres à figura demoníaca, à tentação do sexo, com suas formas, curvas, seios, vulvas...
O que fazer para deter esse poder que "envenenava" os homens?
Matá-las, queimá-las, chamá-las de bruxas. Exorcizá-las.
Reparem nos casos recentes de exorcismo que a Igreja divulgou. Havia algum homem endemoninhado?
Não, só moças, geralmente com graves perturbações psiquiátricas, que a Igreja teima em chamar de endiabradas. Já repararam na conotação sexual que todos esses casos trazem em si?
Para que esse post não fique muito longo, falarei mais sobre esse tema posteriormente.
Mas gostaria da opinião de vocês sobre esse assunto perturbador e aviltante, que persiste até os dias de hoje. Com o aval do Vaticano.
E pergunto: Seremos tão perigosas assim? Que poder é esse que as mulheres trazem em si que tanto amedronta as religiões?

domingo, 27 de junho de 2010

Ainda Sobre As Mulheres da África, Filmes E Otras Cositas Mas...


Ao fazer o post sobre cultura e atraso, mulheres e submissão, minha intenção era fazer as pessoas refletirem, saberem, repensarem. Não só sobre a África, mas sobre nossa própria cultura.
Recebi dois comentários da fotógrafa Grace Olsson, que até agora, não entendi se me recriminava por estar falando sobre um assunto que não conheço bem, visto que realmente, nunca fui à África, ou se ela concordava e mostrava o quanto ela conhece do povo e das mulheres africanas.
Eu, humildemente, reconheço que o que sei sobre o assunto é apenas o que leio e tenho visto em documentários, reportagens e que ela deve realmente conhecer bastante a cultura da África, visto que vai pela décima vez ao continente africano.
Estou aberta à divulgação de qualquer coisa referente às sua viagens e fotos da África, Grace.
Minha intenção ao falar sobre um determinado assunto é levar informação e reflexão às pessoas.
Não sou, de maneira alguma expert em tudo. Acho que é válido levantar questões pertinentes, fazer as pessoas conhecerem e refletirem sobre coisas em que normalmente não pensamos.
Agradeço à Luma do blog Luz de Luma e à Grace  por podermos debater questões tão sérias como essas, ouvindo opiniões abalizadas sobre o assunto. Concordo totalmente com a Luma sobre o que ela fala sobre as mulheres brasileiras e acho que qualquer modo de chamar a atenção para questões tão relevantes, vale a pena.
É o que venho tentando fazer aqui, em meu blog.
Essa mulher belíssima é a ex modelo Waris Dirie, somali que foi vítima da ablação (mutilação do clitóris) aos 5 anos de idade. Aos 13, fugiu de casa, pois teria que se casar com um homem com idade para ser seu avô,  atravessando o deserto e depois indo para Londres onde foi descoberta por um caçador de modelos.
Sua militância contra a mutilação genital feminina a tornou Embaixatriz da ONU, Chevalier de La Legion d'Honneur na França, entre outras premiações, em reconhecimento à sua luta pelo fim dessa barbárie.
Waris criou uma Fundação com seu nome, dá palestras, escreveu um livro que virou best seller, Flor do Deserto, que agora, se transformou em filme.
Já conhecia a estória da Waris mas não sabia dessa fundação e queria compartilhar essa estória  de sofrimento e superação com vocês.
Imperdível! Outra estória de sofrimento, superação e, principalmente, grandeza.
Ainda não tinha visto esse filme de Clint Estwood, no qual Morgan Freeman faz o papel de Nelson Mandela e merecia ter ganho o Oscar por sua interpretação magnífica do líder sul africano.
Através dele se pode ver porque Mandela ganhou o Nobel da Paz e porque esse homem, cuja grandeza superou todo os sofrimentos pelos quais passou, pode ser considerado um dos maiores líderes que esse planeta já viu.
Mandela passou 27 anos preso por questões ideológicas e sua pena incluía quebrar pedras a marretadas.
Pois esse homem, não só perdoou seus algozes, como uniu a África do Sul, pós apartheid. Um filme magnífico, com atuações magníficas sobre uma estória real e emocionante.

Também ainda não tinha visto esse filme, sempre que via passando não me dava vontade de assistir, mas após a morte do Saramago fiquei curiosa. E, que surpresa! O filme é simplesmente fantástico!
Uma metáfora sobre a existência humana, nossos valores, certezas, iniquidades de uma beleza e crueldade impactantes.
Fiquei impressionada com a qualidade do filme de Fernando Meireles, com as interpretações estupendas e, principalmente, com as lições que deveríamos depreender desse Ensaio sobre a Cegueira.
Todo ser humano com um mínimo de sentimento e gosto pela reflexão deveria assistir. Um filme daqueles para se ficar pensando depois que acaba.
Mais um! Esse foi um fim de semana sensacional em termos de filmes pra mim.
Esse documentário sobre o Simonal, com imagens de época, depoimentos, isento e sem pré julgamentos, sobre um dos maiores cantores brasileiros e sua trajetória meteórica e também tristíssima, é um filmaço!
Eu gostava muito do Simonal e não me recordo das coisas que aconteceram a ele, sua perseguição pela "elite intelectualizada", as acusações que lhe fizeram de "dedo duro" na época da ditadura, seu talento incontestável, sua ascensão e sua queda.
Através do filme, se vê que o homem era um show man completo: cantor maravilhoso, carismático, bonito, rico, num país onde na época, negro não podia subir na vida sem ser tachado de arrogante. Era imperdoável que um negro chegasse aonde Simonal chegou em termos de sucesso e dinheiro. Dava inveja, raiva num país onde o racismo sempre viveu meio que escondido.
Que cada um tire sua conclusão sobre sua culpa ou inocência. Mas, uma coisa não se pode negar, independentemente do que tenha feito, seu talento era indiscutível e inegável. E quem saiu perdendo com seu ostracismo, fomos nós, o público.
Termino esse post com um convite: quem puder ajudar na causa da Waris Dirie, divulgue sua fundação ou dê donativos.
As mulheres do planeta, nas quais eu me incluo, agradecem.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cultura Ou Atraso?

Foto Ailton Cruz

Hoje, lendo no jornal a crônica da Cora Rónai, a quem admiro muito, onde ela escreve sobre tradições, o politicamente correto e os absurdos que são perpetrados pela dita "cultura" dos povos, me lembrei que ando querendo escrever umas coisas sobre as quais tenho pensado muito ultimamente e que toca, justamente, nessa questão da cultura e da tradição de cada povo.

Ando vendo uns documentários feitos pela jornalista Elisa Capai que tem mostrado como as diferenças entre nós, mulheres de países ditos "civilizados" e as mulheres africanas são gigantescas. São mulheres vítimas de preconceitos, humilhação, mutilação, baixa autoestima, escravidão, costumes tão atrasados e aceitos por todos como "cultura", que mesmo elas, aceitam sorrindo o fato de trabalharem de sol a sol para que seus maridos descansem, e à noite, a que mais trabalhou naquele dia, tenha direito a "dormir" com ele. Geralmente eles tem 3 ou 4 mulheres que são suas escravas braçais e sexuais.

Da mesma maneira que soltar balões é "cultural" e aceito em nossa sociedade.
Do mesmo modo que extirpar o clitóris das meninas para que não sintam prazer, em algumas tribos é "cultural".
E estuprarem as lésbicas para que "gostem" de homens, é comum e aceito na África e é tido como "cultural".

E cultural é também o fato do presidente da África do Sul ser aceito e considerado "normal", com 4 esposas.
Que se estuprem meninas virgens ou mulheres brancas porque elas, na cultura africana, "curam" o vírus HIV.
Que mulheres andem tapadas de burca, numa verdadeira sauna, sem ar, em nome de uma "cultura". E que aceitem isso de bom grado e até se revoltem contra outras mulheres que não aceitam andar cobertas da cabeça aos pés.
E, assim vamos vendo atrocidades, atraso, destruição em nome do que se chama "cultura de um povo". Falar mal disso ou denunciar essas barbaridades é considerado politicamente incorreto, pois estaremos tentando impor e aculturar esses povos de acordo com nosso modo de pensar e à nossa própria cultura.
Bem, se voltarmos ao passado, sacrifício humano era "cultura".

Castrar eunucos era normal. Assim como era normal castrar os meninos para que ficassem com a voz fina, os castratti, trazendo assim, fama e fortuna para famílias pobres.
Também é considerado "cultura", os balões dos festejos juninos, pouco importando a destruição que isso pode acarretar às nossas matas, ou mesmo às pessoas.
Não está na hora de repensarmos o politicamente correto?
Não passou da hora discutirmos, a nível global, as atrocidades a que são submetidas as mulheres africanas, tanto moral como fisicamente?
Não passou também e muito, da hora para que os baloeiros incendiários sejam punidos com penas pesadas e não somente com a simples doação de cestas básicas?
Está na hora da humanidade tão globalizada lutar pelos direitos dos povos subjugados, das mulheres escravizadas, mudar essa cultura, dar-lhes auto estima, informação. Mostrar-lhes seus direitos.

Fiquei orgulhosa ao ver num desses documentários o relato de mulheres lésbicas na África, que formaram um time de futebol, tentando, unidas, resgatar a auto estima, se impor, mesmo muitas ali, tendo sido sodomizadas, espancadas, escorraçadas dentro da própria família.
Ao ver esses relatos, tive certeza, de que mesmo onde o atraso e a submissão feminina são fato, ainda há esperança para que se separe um dia, "cultura" de "primitivismo". Cultura de atraso.
Optei por colocar imagens belas e não chocantes, que são inúmeras, aliás, de mulheres e tribos africanas.
A Tribo dos Omos, fotagrafada lindamente por Hans Sylvester, se enfeita com flores, frutos, galhos e folhas, numa demonstração de que homem e natureza, podem sim, viver em harmonia, entendendo que somos todos, parte de uma coisa só.
Respeito à natureza, ao ser humano começa com auto estima.
E a auto estima de um povo é ensinada a seus filhos e filhas, pelas Mães, Mulheres, do Planeta Terra.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Marias, Milas, Manuelas, Giovannas, Thaíses...



Fui fazer um comentário agora, no blog da minha linda , jovem e cheia de força e garra amiga Mila, do blog Mila's House e me inspirei...
Fiquei pensando numa música que eu amo, Maria Maria, de meu amado Milton Nascimento.
E, com essa música na cabeça, penso na força, na garra, na alegria de viver que tantas de nós, mesmo passando por momentos difíceis, por adversidades, por situações desesperadoras, não desistimos, não esmorecemos...
Que força é essa que nós, mulheres, carregamos dentro de nós?
Que força é essa que tantas Marias, Milas, Glorinhas, Manuelas, Lúcias, Giovannas, Léias, Thaíses possuem?
De onde vem essa garra, essa fé na vida, essa vontade de vencer os obstáculos?
Os crentes dirão: é de deus...é de alá, é de buda, é dos espíritos, é dos anjos...
Eu direi...é de nós mesmas...nasce conosco essa esperança, que mesmo quando o mundo nos diz: Não! teimamos em dizer de volta: Sim!
É a crença em nós mesmas, em uma força que muitas de nós nem sabemos que temos, outras, tem plena consciência dela, outras ainda se surpreendem quando são confrontadas e ficam cara a cara com ela...

Amor à vida, fé em deus, em deuses, em nós mesmas...pouco importa o nome que tem...
Mas é ela que nos faz levantar da cama todos os dias, e, mesmo com pouca esperança, achar que tudo vai dar certo, tudo vai melhorar, tudo vai entrar nos eixos...
É essa força, atávica, que vai passando de geração a geração, entre nós, mulheres, que veio das avós, bisavós, tataravós, mães...é a força da natureza enquanto fêmea, em seu estado mais puro...a que nos faz, mesmo nos piores momentos, ainda ter um sorriso para dar a um filho, ainda dar um abraço em quem precisa, ainda ter uma palavra de consolo a quem necessita...
Nessa santa semana repleta de simbolismos, desejo que a força do renascimento, representada por um ovo, pelo eterno renascer, transforme a vida de todas as mulheres que sofrem e precisam de novos caminhos, de sol, de luz...
E, tal qual borboletas saídas do casulo, a cada dia, abrindo as asas para o novo, para o que vem, para o futuro, nunca percamos a fé em nós mesmas...
E que, assim como o cactus, no meio de tantos espinhos, saibamos fazer nascer flores, lindas, singelas...


Que o símbolo dessa páscoa seja a força de tantas mulheres que renascem todos os dias, a cada amanhecer, reconstruindo a si mesmas, a suas vidas, recolhendo escombros, recolhendo os pedaços e se refazendo diariamente à custa de todo o amor que carregam em si.
Minha homenagem a todas as mulheres, minhas amigas, que sabem o verdadeiro sentido de sobreviver e de renascer.
Feliz Páscoa a todos!
Dedico essa música a todas as Marias, Marias que tenho encontrado em minha vida.

Milton Nascimento - Maria, Maria


 Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!...

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho, sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida