Lá fui eu e Betita, minha amiga, mais que amiga e fiel escudeira rumo à Sampa. Eu estava mal, bem mal. Pânico, angústia, bolo no peito, agonia que não sabia explicar. Tinha consciência que os sintomas eram de síndrome do pânico, mas estava medicada e com meus florais ao lado e mais o 35 da Almeida Prado que minha sobrinha toma e me recomendou. Enfim, faltava controlar meu inconsciente que teimava em me assombrar sem eu saber porque. Respiração. Inspire pensamentos bons, expire as coisas ruins, me ensinou meu marido antes de eu partir. E lá fui eu fazendo isso a viagem toda, o que me ajudou bastante.
Eu pensava:
- O que estou fazendo aqui, nesse ônibus? Porque não cancelei tudo?
-Porque quis cumprir minha palavra, não podia furar depois do trabalho todo que a Macá tinha tido.
O que eu vou dizer para aquelas mulheres? Que palavras de esperança posso transmitir se estou assim?
Enfim, foram seis horas de pura agonia.
Quando embarcamos no ônibus em Niterói a Beth falou pra mim:
- Glorinha, vamos entrar por último que assim, nossas malas ficam logo na frente e seremos as primeiras a pegá-las lá em SP.
- Ótima ideia!
E assim fizemos.
Ao entregar minha passagem ao motorista ouvi uma senhora pedindo a ele se poderia parar em certa altura da rodovia para que ela saltasse ao que ele respondeu que iria sim, mas que era perigoso.
Entrei e esqueci disso.
Ele parou 3 vezes no decorrer da viagem e como vi algumas pessoas passando por nós, concluí que iriam saltar em alguma cidade ao longo da estrada.
Quando saltamos, saiu a mala da Beth e do restante das pessoas e, cadê a minha?
Sobrou uma mala preta, bem parecida com a minha, mas que não era a minha.
Vieram os rapazes da 1001 e eu confrontei o motorista:
- O senhor parou na estrada para passageiros descerem. O senhor deu a minha mala pra alguém.
E ele negava, dizia que não, donde concluí na mesma hora que o tal "perigoso" do qual ele falara à tal senhora significava "ilegal". Ele continuou negando, temeroso.
E eu:
- Mas meu senhor, essa mala não é minha e está sobrando, então alguém que saltou na estrada levou a minha.
Ele negava.
Eu bufava, o coração queria saltar pela boca, o estômago revirava...
Fomos ao guichê, onde relatamos tudo. A sorte é que a tal mala que sobrara tinha um número de telefone. Depois de mais de meia hora, vieram nos dar a notícia de que acharam a tal senhora e que realmente ela estava com a minha mala!
Que vontade de trucidar aquele motorista FDP que além de fazer uma coisa ilegal, ainda mentiu e nem conferiu o papelzinho com o número da bagagem.
Resumo da ópera: Minha mala foi parar em Campinas, a moça de lá não queria devolver a minha enquanto a dela não chegasse. A filha da mãe pega a mala dos outros e ainda quer fazê-la de refém!
Ficamos mais de 2 hs na rodoviária, pois fui fazer boletim de ocorrência na ANTT e vi logo que não queriam fazer, imaginem quanto uma empresa poderosíssima como é a 1001 deve ter de "acordos" com Polícia Federal, Polícia Rodoviária, etc, etc...mas mesmo com o policial dizendo para mim que não era preciso, eu o confrontei e disse que era meu direito fazer e ter uma garantia em mãos, caso a mala sumisse ou algo dentro dela fosse roubado.
Eu e Beth, o dia todo, no maior stress, ligando quase de hora em hora para a 1001 e eles sem contarem a verdade nem dizendo onde minha mala estava.
Às 11 horas da noite, minha mala chega ao hotel sã e salva. Intacta, com tudo o que eu havia levado direitinho. Pude tomar, finalmente, meu sonhado banho, botar meu pijama limpo e cheiroso e dormir o sono dos justos.
Agora, a parte boa:
No dia seguinte eu estava bem melhor. Acho que ter desviado o foco para a mala me desanuviou dos meus próprios problemas e angústias.
Chegou a hora de irmos para o café e a Macá, super gentil, foi nos pegar no hotel.
Chegando lá, já havia várias amigas dela nos esperando e mais minha amiga-irmã Érica que mora em SP, a Soninha Borboleta, a Lu Lichia Doce. Logo depois chegou a Rose, pessoa maravilhosa que lê meu blog e me mandou um email se dispondo a me ajudar pois é terapeuta holística e me receitou Florais. Um verdadeiro anjinho japinha que apareceu na minha vida. E, quase no final, apareceu a Gê, uma simpatia, uma doçura, que mesmo cheia de problemas foi lá me dar seu abraço.
Não estava em meus melhores dias, confesso. As pessoas interagiram bastante, e, talvez pelas constantes interrupções não consegui seguir uma linha de pensamento objetiva como da primeira vez, mas ainda assim, todas gostaram ou pelo menos, disseram que sim.
Senti uma vibração muito boa e gostaria de pedir desculpas se não correspondi ao que esperavam. Fiz o melhor que pude, dadas as circunstâncias.
Gostaria de agradecer imensamente à Beth, pela infinita paciência, por ter até se desenergizado ao meu lado. Sei que não é fácil ficar ao lado de um deprimido, pois tenho parentes e tive alunas de pintura com depressão. Nossa energia vai embora mesmo, na ânsia de fazê-los melhorar. Eu mesma, sempre tive o maior jeito para lidar com pessoas deprimidas, mas sei bem o quanto nos fragiliza lidar com pessoas assim. Sinto muito, Betita. Essa, não sou eu. Quero muito melhorar e voltar a ser quem sempre fui.
E também queria agradecer à querida e bela Macá pelo carinho, pelo empenho, por tudo o que fez para que o evento desse certo e pela disponibilidade em nos levar pra lá e prá cá.
Meu grande beijo a todas as pessoas que foram lá me ouvir e interagiram com tanta veemência.
Eu e a mala voltamos para casa. Agora vou tratar de mim e expulsar essa intrusa que anda ocupando minha metade. Quero voltar a ser inteira, a ter o brilho nos olhos e a alegria de viver que sempre tive.
Tomara que, como a estória da mala, meu final, seja feliz.
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sábado, 1 de outubro de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Bertrand de Lisboa - a Livraria que Sobreviveu - Reedição *
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFfNBDzlWJfUovma8dLheNUm8RxtMwP16SkOHZkHm4v7zZUf4_lOyiCTD9H9pyzGYpxoHrgXD_i2O_XAeKvH-kg0Joo_nnO_xgyqyKUw47Mk4QXFLF5gwNP3NHRwHJ5m1rW7qCvVLhC0o/s400/livrar+bertrand.jpg)
Como eu poderia passar diante de uma livraria secular e não comprar livros?
Pois foi exatamente o que fiz quando estive em Lisboa, mais exatamente na Rua Garret, aquela mesma que Eça de Queirós fala tanto em seus livros...
Pois bem, a Livraria Bertrand de Lisboa, foi fundada em 1732!
Foi destruída pelo terremoto que arrasou a cidade em 1755 e reinaugurada em 1773, agora na Rua Garret, 73/75, que fica na parte histórica de Lisboa, na mesma rua do café A Brasileira e perto de outras lojas antiquíssimas e lindas.
A Bertrand é a pioneira no sistema de cadeia de livrarias, tendo hoje, lojas por todo o país.
Fui lá e fiz a festa, como podem ver pelas minhas sacolas....
Bem que queria ter comprado mais, pois os preços, comparados aos de nossas livrarias, eram bem acessíveis, apesar dos Euros....O problema era o peso...
Mas, sinceramente, me arrependo de não ter comprado mais. Na minha próxima viagem, já prometi a mim mesma, que levo menos roupas, pra poder comprar mais livros...
Quando forem a Lisboa, não deixem de dar uma passadinha por lá, afinal, a Bertrand faz parte da história da cidade...e ela mesma tem uma incrível história de sobrevivência e adaptação aos novos tempos.
E, afinal, não é todo dia que se pode comprar numa livraria de quase 300 anos!
*Post reeditado de 28/09/2009.
*Post reeditado de 28/09/2009.
terça-feira, 29 de março de 2011
Xixi do Adriano
Pegando carona num texto da amiga Chica, aqui, me lembrei de um fato engraçado da minha viagem à Roma.
Roma tem mais de duas mil e quinhentas fontes de água potável espalhadas pela cidade.
Vê-se, por todos os cantos da cidade, milhares de turistas enchendo suas garrafinhas e bebendo a água que jorra das milhares de torneirinhas das fontes de água potável, ininterruptamente. Há séculos que as águas correm por debaixo das ruas de Roma, vindo dos inúmeros aquedutos que sempre abundaram pela cidade e arredores.
Mas, eu dizia brincando ao meu marido, que aquelas águas que jorravam das bicas e fontes tinham ainda restos do xixi do Imperador Adriano e nós dois, rindo muito, comprávamos água mineral em garrafas....Ficava imaginando os aquedutos passando por debaixo das ruas, em meio às ruínas por debaixo dos meus pés. Imaginava os ratos andando pelos canos e andares abaixo da superfície de pedras antiquíssimas. Imaginava sempre, muitos andares e ruínas abaixo de mim, com minha imaginação fervilhante, como num desses documentários feitos pelo Nat Geo que mostram as cidades secretas por baixo das ruas, aquelas ruelas escuras que ninguém vê...
Um dia à noite, passeávamos pelo Pantheon, que já estava fechado, e vimos dezenas de ratazanas gordas e bem nutridas, passeando entre as ruínas externas, com certeza muito bem abastecidas de água potável também...
Fiquei cismada e não houve jeito de me fazerem beber a água das fontes, que por sinal, é geladíssima, mesmo no verão. Lavei meu rosto e mãos nelas, mas beber, não consegui.
Tirei essa foto, para mim, uma das mais belas da viagem, no Monte Palatino, uma das sete colinas de Roma, local, cuja lenda diz, foi erguida por Rômulo, a Cidade Eterna.
Reparem na pombinha pousada na beira da fonte, como se soubesse que ficaria eternizada na foto.
Para mim, essa foto simboliza meu amor por Roma. E mesmo quando falo brincando sobre ela, o faço com todo o amor que alguém é capaz de sentir por um lugar. Já contei outras vezes, aqui e aqui o quanto é enorme meu amor por Roma e como me identifiquei com essa cidade imediatamente no momento em que meus pés a tocaram pela primeira vez.
Quando eu voltar à Roma, não me importarei mais e brindarei ao meu retorno com um belo copo do xixi do Adriano, agora, já meu amigo íntimo e pessoal...
Roma tem mais de duas mil e quinhentas fontes de água potável espalhadas pela cidade.
Vê-se, por todos os cantos da cidade, milhares de turistas enchendo suas garrafinhas e bebendo a água que jorra das milhares de torneirinhas das fontes de água potável, ininterruptamente. Há séculos que as águas correm por debaixo das ruas de Roma, vindo dos inúmeros aquedutos que sempre abundaram pela cidade e arredores.
Mas, eu dizia brincando ao meu marido, que aquelas águas que jorravam das bicas e fontes tinham ainda restos do xixi do Imperador Adriano e nós dois, rindo muito, comprávamos água mineral em garrafas....Ficava imaginando os aquedutos passando por debaixo das ruas, em meio às ruínas por debaixo dos meus pés. Imaginava os ratos andando pelos canos e andares abaixo da superfície de pedras antiquíssimas. Imaginava sempre, muitos andares e ruínas abaixo de mim, com minha imaginação fervilhante, como num desses documentários feitos pelo Nat Geo que mostram as cidades secretas por baixo das ruas, aquelas ruelas escuras que ninguém vê...
Um dia à noite, passeávamos pelo Pantheon, que já estava fechado, e vimos dezenas de ratazanas gordas e bem nutridas, passeando entre as ruínas externas, com certeza muito bem abastecidas de água potável também...
Fiquei cismada e não houve jeito de me fazerem beber a água das fontes, que por sinal, é geladíssima, mesmo no verão. Lavei meu rosto e mãos nelas, mas beber, não consegui.
Tirei essa foto, para mim, uma das mais belas da viagem, no Monte Palatino, uma das sete colinas de Roma, local, cuja lenda diz, foi erguida por Rômulo, a Cidade Eterna.
Reparem na pombinha pousada na beira da fonte, como se soubesse que ficaria eternizada na foto.
Para mim, essa foto simboliza meu amor por Roma. E mesmo quando falo brincando sobre ela, o faço com todo o amor que alguém é capaz de sentir por um lugar. Já contei outras vezes, aqui e aqui o quanto é enorme meu amor por Roma e como me identifiquei com essa cidade imediatamente no momento em que meus pés a tocaram pela primeira vez.
Quando eu voltar à Roma, não me importarei mais e brindarei ao meu retorno com um belo copo do xixi do Adriano, agora, já meu amigo íntimo e pessoal...
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Medos e Enfrentamentos
Hoje resolvi falar de medo.
Medo é um negócio muito complicado, pois há quem tenha medo de barata, medo de escuro, de andar sozinho, de altura, de morrer, etc, etc...
Não me considero uma pessoa medrosa, embora tenha meus medos, como todo mundo.
Não tenho medo de bichos em geral, voadores ou rastejantes...Claro que cobras são um caso à parte, mas sou capaz de ver uma e não cair mortinha, como pensei que aconteceria antes de me deparar com várias jararacuçus aqui, no meu quintal...
Hoje, meu amigo Alê, com seu post, me inspirou a escrever sobre meus medos e como consigo domá-los. Pois, embora eles ainda estejam lá, naquele lugar interdito, num canto qualquer do inconsciente, por mais que a gente faça uma faxina de vez em quando, limpe, esfregue e dê polimento, ele existe e se auto alimenta, não se sabe como, naquele cantinho impenetrável, onde nossa mão não alcança...E, continua lá, rindo baixinho da nossa cara porque não conseguimos alçançá-lo e expurgá-lo para sempre.
Tenho medo de avião. Medo tamanho que, antes de viajar numa grande viagem, pela primeira vez, fui procurar terapia: a cognitiva, para enfrentá-lo. Como já estava muito próxima da época de viajar só fiz três sessões. Mas a terapeuta era tão boa, que me fez gravar o relaxamento que ela fez comigo num MP3 e lá fui eu, rumo às Europas, com meus fones de ouvido e a cada vez que "baixava" a tremedeira e o pavor, eu fazia meu relaxamento, respirando e tentando me acalmar.
Tomei três Rivotril e, em vez de ficar chapada, pelo contrário, fiquei acesa e passei a viagem todinha acordada.
Antes já havia feito outras viagens de avião, primeiro para São Paulo, umas 4 vezes e duas para o Nordeste, ida e volta.
Medo de avião é um troço inexplicável. Podem te dizer que é o meio de transporte mais seguro do mundo, um milhão de vezes, que não adianta: ninguém te convence de que aquele "bichão" consegue flutuar só com a força de suas turbinas...Isso não entra na cabeça de quem tem medo, de jeito e maneira...Pra mim, medo de avião vem no DNA.
Pois bem, viajei de avião do Brasil para Portugal e de lá, para a Itália, da Itália para Portugal e outra vez, de volta ao Brasil. Ufa! Para quem se borrava toda de medo, até que me saí bem...Não surtei, consegui me controlar e comportei-me como uma moça de boa família, falando com meu marido sem parar, igual a uma maritaca doida, para não pensar, nem lembrar que estava a não sei quantos mil pés de altura, voando sobre oceano, cidades, países...
Quando visitei o Duomo, em Florença, obra prima arquitetônica, que até hoje desafia arquitetos e engenheiros do mundo todo, tamanha sua improbabilidade com seu Duomo em arco, sustentado pela maneira como os tijolos foram dispostos e assentados, graças à genialidade de Bruneleschi, não imaginava que para chegar ao topo daquela maravilha, teria que subir 463 degraus de uma escada íngreme, na qual só passa um por vez e não se pode voltar para trás, pois existe uma escadaria para subir e outra, do outro lado, para descer...
Ma come?
Dio santo!
Eu pensava que tinha elevador? Sei lá o que pensava io...não pensava, era isso!
Comecei a subir e eis que começou a me dar falta de ar (tenho asma). Olhava para trás e via um monte de japas enfileirados, que vinham subindo atrás de mim.
Olhava pra cima, maridão na frente, olhos engenheiros, encantados, olhando os tijolos e seu assentamento impressionante, pois, por dentro, se vê toda a estrutura do duomo.
Eu só pensava assim: Agora não tem jeito, pro alto e avante!
Vez em quando, umas micro janelinhas, onde eu enfiava minha face em brasa e respirava a plenos pulmões, querendo sugar ar e coragem pra continuar naquela via crucis que parecia me levar aos céus...
A qualquer hora, pensava eu, cruzaria com um anjo, subindo também, que me daria um alô e me diria, espantado: Você? Por aqui?
Teve uma hora, que numa espécie de alucinação, ele passou por mim sim, tenho certeza!
Pois é, lá ia eu, e a escadaria parecia não ter mais fim...uma claustrofobia foi tomando conta do meu ser... Eu mesma gritando dentro de mim: Socorro, me tira daqui...isso não pode ser uma igreja, deve ser o caminho do inferno, isso sim...eu suava, mas só parava nas janelinhas por alguns segundos, pra retomar o ar e a coragem e continuar no meu martírio...queria chegar logo lá no alto daquela estupenda joça e descer correndo...
Mas, quando cheguei...Me senti transformada: Era a visão do paraíso...
foto daqui
Mas eu, sem fôlego, sem força nas pernas, suada...queria ar!
Mal olhei essa maravilha de afrescos e saí correndo para o topo...subimos( yes!) mais um pouco e eis que chegamos...
Estão vendo aquele buraco iluminado láaaaa no alto? Pois fui até lá!
Eu e meu indefectível leque...feliz da vida porque vi a luz do dia!
Dali, se vê até os ciprestes dos campos da Toscana, ao longe...
Bem, quem teve paciência de ler até aqui...continua, mas está quase acabando minha experiência com meu medo...Só mais um pouquinho e já acaba a estoria...
Chegando lá, ao ar livre, a vista é divina. Vê-se a cidade todinha se espraindo em todas as direções, e se vai reconhecendo os prédios históricos, as pontes, a maravilha que fez Stendhal desmaiar de emoção, diante de tanta beleza...
Ao chegar lá no topo, ainda consegui vislumbrar um pedaço da asa do anjo que subiu comigo, branca, num vôo rasante sobre a cidade, na forma de uma nuvem....
Medos...todos temos.
Enfrentá-los é viver!
Bom fim de semana a todos!
Medo é um negócio muito complicado, pois há quem tenha medo de barata, medo de escuro, de andar sozinho, de altura, de morrer, etc, etc...
Não me considero uma pessoa medrosa, embora tenha meus medos, como todo mundo.
Não tenho medo de bichos em geral, voadores ou rastejantes...Claro que cobras são um caso à parte, mas sou capaz de ver uma e não cair mortinha, como pensei que aconteceria antes de me deparar com várias jararacuçus aqui, no meu quintal...
Hoje, meu amigo Alê, com seu post, me inspirou a escrever sobre meus medos e como consigo domá-los. Pois, embora eles ainda estejam lá, naquele lugar interdito, num canto qualquer do inconsciente, por mais que a gente faça uma faxina de vez em quando, limpe, esfregue e dê polimento, ele existe e se auto alimenta, não se sabe como, naquele cantinho impenetrável, onde nossa mão não alcança...E, continua lá, rindo baixinho da nossa cara porque não conseguimos alçançá-lo e expurgá-lo para sempre.
Tenho medo de avião. Medo tamanho que, antes de viajar numa grande viagem, pela primeira vez, fui procurar terapia: a cognitiva, para enfrentá-lo. Como já estava muito próxima da época de viajar só fiz três sessões. Mas a terapeuta era tão boa, que me fez gravar o relaxamento que ela fez comigo num MP3 e lá fui eu, rumo às Europas, com meus fones de ouvido e a cada vez que "baixava" a tremedeira e o pavor, eu fazia meu relaxamento, respirando e tentando me acalmar.
Tomei três Rivotril e, em vez de ficar chapada, pelo contrário, fiquei acesa e passei a viagem todinha acordada.
Antes já havia feito outras viagens de avião, primeiro para São Paulo, umas 4 vezes e duas para o Nordeste, ida e volta.
Medo de avião é um troço inexplicável. Podem te dizer que é o meio de transporte mais seguro do mundo, um milhão de vezes, que não adianta: ninguém te convence de que aquele "bichão" consegue flutuar só com a força de suas turbinas...Isso não entra na cabeça de quem tem medo, de jeito e maneira...Pra mim, medo de avião vem no DNA.
Pois bem, viajei de avião do Brasil para Portugal e de lá, para a Itália, da Itália para Portugal e outra vez, de volta ao Brasil. Ufa! Para quem se borrava toda de medo, até que me saí bem...Não surtei, consegui me controlar e comportei-me como uma moça de boa família, falando com meu marido sem parar, igual a uma maritaca doida, para não pensar, nem lembrar que estava a não sei quantos mil pés de altura, voando sobre oceano, cidades, países...
Quando visitei o Duomo, em Florença, obra prima arquitetônica, que até hoje desafia arquitetos e engenheiros do mundo todo, tamanha sua improbabilidade com seu Duomo em arco, sustentado pela maneira como os tijolos foram dispostos e assentados, graças à genialidade de Bruneleschi, não imaginava que para chegar ao topo daquela maravilha, teria que subir 463 degraus de uma escada íngreme, na qual só passa um por vez e não se pode voltar para trás, pois existe uma escadaria para subir e outra, do outro lado, para descer...
Ma come?
Dio santo!
Eu pensava que tinha elevador? Sei lá o que pensava io...não pensava, era isso!
Comecei a subir e eis que começou a me dar falta de ar (tenho asma). Olhava para trás e via um monte de japas enfileirados, que vinham subindo atrás de mim.
Olhava pra cima, maridão na frente, olhos engenheiros, encantados, olhando os tijolos e seu assentamento impressionante, pois, por dentro, se vê toda a estrutura do duomo.
Eu só pensava assim: Agora não tem jeito, pro alto e avante!
Vez em quando, umas micro janelinhas, onde eu enfiava minha face em brasa e respirava a plenos pulmões, querendo sugar ar e coragem pra continuar naquela via crucis que parecia me levar aos céus...
A qualquer hora, pensava eu, cruzaria com um anjo, subindo também, que me daria um alô e me diria, espantado: Você? Por aqui?
Teve uma hora, que numa espécie de alucinação, ele passou por mim sim, tenho certeza!
Pois é, lá ia eu, e a escadaria parecia não ter mais fim...uma claustrofobia foi tomando conta do meu ser... Eu mesma gritando dentro de mim: Socorro, me tira daqui...isso não pode ser uma igreja, deve ser o caminho do inferno, isso sim...eu suava, mas só parava nas janelinhas por alguns segundos, pra retomar o ar e a coragem e continuar no meu martírio...queria chegar logo lá no alto daquela estupenda joça e descer correndo...
Mas, quando cheguei...Me senti transformada: Era a visão do paraíso...
foto daqui
Mas eu, sem fôlego, sem força nas pernas, suada...queria ar!
Mal olhei essa maravilha de afrescos e saí correndo para o topo...subimos( yes!) mais um pouco e eis que chegamos...
Estão vendo aquele buraco iluminado láaaaa no alto? Pois fui até lá!
Eu e meu indefectível leque...feliz da vida porque vi a luz do dia!
Dali, se vê até os ciprestes dos campos da Toscana, ao longe...
Bem, quem teve paciência de ler até aqui...continua, mas está quase acabando minha experiência com meu medo...Só mais um pouquinho e já acaba a estoria...
Chegando lá, ao ar livre, a vista é divina. Vê-se a cidade todinha se espraindo em todas as direções, e se vai reconhecendo os prédios históricos, as pontes, a maravilha que fez Stendhal desmaiar de emoção, diante de tanta beleza...
Ao chegar lá no topo, ainda consegui vislumbrar um pedaço da asa do anjo que subiu comigo, branca, num vôo rasante sobre a cidade, na forma de uma nuvem....
Medos...todos temos.
Enfrentá-los é viver!
Bom fim de semana a todos!
sábado, 22 de janeiro de 2011
Em Portugal, de Lisboa ao Porto, com GPS...ou, Apesar Dele...Reedição
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkd48W9MBGpWSCvaBkCwoF4ruIUQrwigPvKxYsuMQZ4sXw9rvWzXAjk-O2AJaPwSj9rAZFix3xACLe779d4SizzBrH5SY4Csczcic_2MTun1p_PElOiFB-SNF-Dk6cUZotLSgkLDcwLso/s400/jeronimos.jpg)
Eu, no Mosteiro dos Jerónimos - Lisboa.
Ontem fiquei me lembrando de nossas peripécias em Portugal e dando risada sozinha...depois ainda fazemos piada com nossos amigos portugueses...
Quando fomos à Portugal, alugamos um carro para ir de Lisboa ao Porto e para ir parando onde nos apetecesse...meu marido queria ir à Figueira da Foz, onde morou com os pais, e queríamos parar em Óbidos, Batalha, Coimbra e tínhamos tempo de sobra...
Pois bem, alugamos um carro com GPS, ele de piloto e eu, de co-pilota com mapas nas mãos e GPS ao lado...
Quando pegamos a auto estrada, que por sinal é uma beleza, lisa, sem um buraco, um verdadeiro tapete...bem diferente das nossas, começamos a ver que não era tão simples assim seguir as instruções do GPS, ainda mais que meu excelentíssimo marido achava que as instruções estavam sempre erradas...
Resumindo, discutimos tanto que esquecemos Batalha e Figueira da Foz...paramos só em Óbidos, que, aliás, é a coisa mais linda e, partimos para Coimbra...
E era um tal de entrar na estrada errada e ter que voltar pra trás...e meu marido dizendo que estava errado, que não era aquele o caminho por onde tínhamos que ir...ele achava que o GPS estava nos boicotando, ensinando o caminho errado!
Brincadeirinha...mas que ele toda hora achava que as instruções não estavam certas, isso ele achava...Eu dizia que GPS não erra, que nós é que éramos burros...Hoje a gente ri muito disso, mas na hora, num país estranho, apesar de ser a mesma língua, dava um frio na barriga a cada vez que errávamos e tínhamos que voltar... E tome de briga e discussão!
Só sei que a viagem durou o dia todo, de tanto que erramos...Quando nos acostumamos com o GPS, 5 dias depois, já na volta do Porto para Lisboa, pegamos um mega engarrafamento na estrada, pois era uma segunda feira, todo mundo indo trabalhar ou voltando do fim de semana...
Comecei a ficar apertada pra fazer xixi, acho que de nervoso...cada vez ficava mais apertada e o trânsito não fluía...já estava quase fazendo xixi nas calças, pois lá, não tem postos de gasolina para parar, como aqui.
Então, coitado, meu marido com pena de mim, entrou por uma estrada vicinal...aí, começou nossa luta com as tais das rotundas...São contornos, com várias entradas...e o Gps dizia: terceira rotunda à esquerda, entre. Entramos em tantas rotundas, que perdi até as contas...e a bexiga latejando...Ele me dizia pra prestar atenção, porque eu era a co-pilota e deveria indicar onde ele tinha que entrar...e eu, vocês já sabem...nem conseguia mais raciocinar.
Quando entrávamos na dita cuja da rotunda, esquecíamos de contar, eu porque só pensava na minha bexiga explodindo, e ele porque é enrolado mesmo, então, perdíamos a conta, nunca sabíamos se era a segunda, a terceira ou a quarta...quando víamos, tínhamos feito uma volta de 360 graus, voltando ao mesmo lugar...e eu, quase molhando as calças, já suando frio...até que finalmente, entramos numa cidadezinha que tinha uma lanchonete e eu, feito um foguete, entrei já desabotoando as calças e perguntando: Pelamordedeus meu senhor, onde fica o toalete?
Ufa! Acho que foi por pouco, pois apesar de ter feito xixi antes de sair do hotel, por causa do nervoso, fiquei mais de cinco minutos no banheiro, eu devo ter fabricado mais ou menos um litro...
Brinquei com meu marido, depois, já aliviada, que da póxima vez, vou usar fraldão...
Aí, meu bom humor até voltou...poderíamos até ter nos perdido mais um pouco que eu nem ligava...
Acho que fomos os únicos seres sobre a terra que conseguiram se perder com um GPS, e, o que é pior, duvidando das indicações que ele dava!
Isso foi ou não uma piada de brasileiro?
Reedição de um post de 03/02/2010.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Porto da Minh'Alma
Este restaurante chama-se Adega e Presuntaria Transmontana. Fica em Vila Nova de Gaia, do outro lado da Ribeira do Porto, tendo o rio Douro a nos separar com suas águas esverdeadas.
Jantei lá na última noite de minha viagem em 2008.
Foi o melhor bacalhau que comi de todos os lugares por onde andei em Portugal.
E onde fomos melhor tratados, com extrema gentileza e fidalguia, como é próprio aliás, de nossos irmãos portugueses.
Quando chegamos, não havíamos reservado mesa e a casa estava lotada. Pois o maitre nos levou até uma mesa grande, nos fundos do restaurante e nos serviu lascas de presunto Pata Negra e de Parma, azeitonas e vinho à vontade, enquanto aguardávamos por uma mesa.
Assim que nos sentamos, comi o melhor bacalhau e tomei o melhor vinho de toda a viagem.
O rapaz que nos atendeu era casado com uma brasileira e conhecia o Brasil melhor do que nós próprios. Era de uma simpatia e de uma gentileza, ímpares.
Fazia um friozinho gostoso de início de outono...Era final de setembro e já sentíamos a diferença no clima, principalmente porque o Porto, considerado a capital do Norte do país, fica numa região mais fria.
Hoje, ao ver umas fotos que a Manu enviou-me do Porto e suas tascas, senti uma enorme saudade, uma vontade imensa de viajar novamente, de ficar perambulando pelas ruelas estreitas do Porto e de Gaia, a bebericar vinho do Porto, a olhar o Douro, a caminhar sem horários, sem compromisso por esses lugares que tanto me encantaram.
Gostaria de me lembrar que vinho foi esse que tomamos lá...era maravilhoso e, se não me falha a memória, era do Alentejo...ai que delícia...
Meu maridão está com cara de português nessa foto, estava feliz demais ao visitar a terra de seu pai e avós.
A Ribeira do Porto, onde também há inúmeros restaurantes, tascas e adegas onde come-se muito bem e bebe-se melhor ainda...
Eu, de cabelo em pé e olhos arregalados...ui! E a moça que nos recepciona e mostra toda a Casa Sandeman aos turistas, contando sua história e nos levando por caminhos labirínticos, entre velhos barris de carvalho, milhares, a guardar o precioso líquido amarelo ouro, rubi ou escuro do perfumado vinho do Porto.
Quantas lembranças maravilhosas eu tenho dos lugares por onde andei.
As imagens ficam guardadas numa foto ou no computador. Mas os sentimentos, as sensações, os cheiros e emoções que sentimos, essas, ficam indeléveis num cantinho de nós, que ao menor vislumbre, ao menor gatilho, voltam com sabor de saudade melancólica...
Foram os melhores dias da minha vida, os que passei na Itália e em Portugal. Viajei pouco durante a minha vida, pelo menos até hoje...mas sonho em voltar, sonho em conhecer outros lugares, sonho, quem sabe, em fazer uma noite de autógrafos de meus livros lá, em Portugal.
Quem sabe o que o futuro me reserva?
Quem saberá o que me espera, guardado pelo acaso, pelo destino?
Mas, pelo menos, tenho boas lembranças, pedaços de mim que voltaram diferentes, impregnados da terra dos meus ancestrais. Esses pedaços, modificados para sempre, não me deixarão esquecer, jamais, de tudo o que vi, vivi, senti e trouxe comigo de volta para essas terras brasileiras.
Estou muito triste esta semana, talvez por isso, tenha buscado em minhas lembranças, alguma coisa que me deixe feliz.
Dedico esse post a todos os portugueses e seus descendentes, a todos os amigos de língua portuguesa e das ex colônias, amigos d'além mar que fiz através de meu blog.
A vós todos,
Meu abraço e meu carinho.
PS - Quem for ao Porto e à Gaia, o endereço da Adega e Presuntaria Transmontana é: Rua Cândido Reis, 132, Vila Nova de Gaia. Não deixe de conhecer.
Jantei lá na última noite de minha viagem em 2008.
Foi o melhor bacalhau que comi de todos os lugares por onde andei em Portugal.
E onde fomos melhor tratados, com extrema gentileza e fidalguia, como é próprio aliás, de nossos irmãos portugueses.
Quando chegamos, não havíamos reservado mesa e a casa estava lotada. Pois o maitre nos levou até uma mesa grande, nos fundos do restaurante e nos serviu lascas de presunto Pata Negra e de Parma, azeitonas e vinho à vontade, enquanto aguardávamos por uma mesa.
Assim que nos sentamos, comi o melhor bacalhau e tomei o melhor vinho de toda a viagem.
O rapaz que nos atendeu era casado com uma brasileira e conhecia o Brasil melhor do que nós próprios. Era de uma simpatia e de uma gentileza, ímpares.
Fazia um friozinho gostoso de início de outono...Era final de setembro e já sentíamos a diferença no clima, principalmente porque o Porto, considerado a capital do Norte do país, fica numa região mais fria.
Hoje, ao ver umas fotos que a Manu enviou-me do Porto e suas tascas, senti uma enorme saudade, uma vontade imensa de viajar novamente, de ficar perambulando pelas ruelas estreitas do Porto e de Gaia, a bebericar vinho do Porto, a olhar o Douro, a caminhar sem horários, sem compromisso por esses lugares que tanto me encantaram.
Gostaria de me lembrar que vinho foi esse que tomamos lá...era maravilhoso e, se não me falha a memória, era do Alentejo...ai que delícia...
Meu maridão está com cara de português nessa foto, estava feliz demais ao visitar a terra de seu pai e avós.
A Ribeira do Porto, onde também há inúmeros restaurantes, tascas e adegas onde come-se muito bem e bebe-se melhor ainda...
Eu, de cabelo em pé e olhos arregalados...ui! E a moça que nos recepciona e mostra toda a Casa Sandeman aos turistas, contando sua história e nos levando por caminhos labirínticos, entre velhos barris de carvalho, milhares, a guardar o precioso líquido amarelo ouro, rubi ou escuro do perfumado vinho do Porto.
Quantas lembranças maravilhosas eu tenho dos lugares por onde andei.
As imagens ficam guardadas numa foto ou no computador. Mas os sentimentos, as sensações, os cheiros e emoções que sentimos, essas, ficam indeléveis num cantinho de nós, que ao menor vislumbre, ao menor gatilho, voltam com sabor de saudade melancólica...
Foram os melhores dias da minha vida, os que passei na Itália e em Portugal. Viajei pouco durante a minha vida, pelo menos até hoje...mas sonho em voltar, sonho em conhecer outros lugares, sonho, quem sabe, em fazer uma noite de autógrafos de meus livros lá, em Portugal.
Quem sabe o que o futuro me reserva?
Quem saberá o que me espera, guardado pelo acaso, pelo destino?
Mas, pelo menos, tenho boas lembranças, pedaços de mim que voltaram diferentes, impregnados da terra dos meus ancestrais. Esses pedaços, modificados para sempre, não me deixarão esquecer, jamais, de tudo o que vi, vivi, senti e trouxe comigo de volta para essas terras brasileiras.
Estou muito triste esta semana, talvez por isso, tenha buscado em minhas lembranças, alguma coisa que me deixe feliz.
Dedico esse post a todos os portugueses e seus descendentes, a todos os amigos de língua portuguesa e das ex colônias, amigos d'além mar que fiz através de meu blog.
A vós todos,
Meu abraço e meu carinho.
PS - Quem for ao Porto e à Gaia, o endereço da Adega e Presuntaria Transmontana é: Rua Cândido Reis, 132, Vila Nova de Gaia. Não deixe de conhecer.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Florença - Galleria Uffizi
Um dos passeios mais encantadores que fiz quando fui à Florença, foi visitar a Uffizi, o maior museu de arte da Itália.
A Uffizi foi construída entre 1560 e 1580 para abrigar os escritórios ( uffici, em italiano ) do Duque Cosimo de Medici, o maior benfeitor das artes de Florença.
É passeio para mais de um dia, pois o museu é enorme...Recomendo também comprar os bilhetes antes, no site, pois as filas para se comprar na hora, são imensas...Como minha filha já havia morado lá, e já tinha me dado todas as dicas, tudo o que pude, comprei antes, pela internet, então, não enfrentei filas em nenhum dos museus ou passeios que fiz.
Lá, me embasbaquei diante das telas que só conhecia dos livros, como O Nascimento de Vênus e A Primavera, de Botticelli....são tantas belezas, estátuas, bustos, telas...Carvaggios, Giottos, Da Vincis, Filippo Lippis...é indescritível, para quem ama arte como eu, se ver diante dessas obras primas renascentistas...
A cidade de Florença, é por si só, uma viagem deslumbrante ao passado Renascentista e foi lá que o escritor Stendhal sentiu tonturas e alucinações, no que ficou famoso como a Síndrome de Stendhal, que significa um choque, quase que uma overdose de beleza...e dá nome, hoje em ,a uma doença psicossomática.
Baco - Caravavaggio
A Primavera - Botticelli
O Nascimento de Vênus - Botticelli
Vênus de Urbino - Ticiano
Já falei sobre Florença em posts anteriores, mas uma das coisas que mais me marcaram, foi no dia em que chegamos na Piazza della Signoria, à noite e ouvimos uma mulher cantando...Sua voz reverberava na Piazza enorme, quase deserta...uma voz cantando uma linda canção, cujo eco enchia a praça e parecia o canto de um anjo...Não a víamos, só ouvíamos...fiquei tão enlevada e emocionada que queria ter o poder de captar aquele instante e fazê-lo durar pela eternidade...
Foi um dos presentes que a minha Itália me deu...
A Uffizi foi construída entre 1560 e 1580 para abrigar os escritórios ( uffici, em italiano ) do Duque Cosimo de Medici, o maior benfeitor das artes de Florença.
É passeio para mais de um dia, pois o museu é enorme...Recomendo também comprar os bilhetes antes, no site, pois as filas para se comprar na hora, são imensas...Como minha filha já havia morado lá, e já tinha me dado todas as dicas, tudo o que pude, comprei antes, pela internet, então, não enfrentei filas em nenhum dos museus ou passeios que fiz.
Lá, me embasbaquei diante das telas que só conhecia dos livros, como O Nascimento de Vênus e A Primavera, de Botticelli....são tantas belezas, estátuas, bustos, telas...Carvaggios, Giottos, Da Vincis, Filippo Lippis...é indescritível, para quem ama arte como eu, se ver diante dessas obras primas renascentistas...
A cidade de Florença, é por si só, uma viagem deslumbrante ao passado Renascentista e foi lá que o escritor Stendhal sentiu tonturas e alucinações, no que ficou famoso como a Síndrome de Stendhal, que significa um choque, quase que uma overdose de beleza...e dá nome, hoje em ,a uma doença psicossomática.
Baco - Caravavaggio
A Primavera - Botticelli
O Nascimento de Vênus - Botticelli
Vênus de Urbino - Ticiano
Já falei sobre Florença em posts anteriores, mas uma das coisas que mais me marcaram, foi no dia em que chegamos na Piazza della Signoria, à noite e ouvimos uma mulher cantando...Sua voz reverberava na Piazza enorme, quase deserta...uma voz cantando uma linda canção, cujo eco enchia a praça e parecia o canto de um anjo...Não a víamos, só ouvíamos...fiquei tão enlevada e emocionada que queria ter o poder de captar aquele instante e fazê-lo durar pela eternidade...
Foi um dos presentes que a minha Itália me deu...
terça-feira, 16 de março de 2010
100 Coisas Para Fazer Antes de Partir...
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYwPJEZ3SV4YsWAQf_SSQy4b2OBHibHKKqlv-4ctGcxOxTOvefGnls1qVYpWZ0hOk2wzl4eenQbvRkhW6jYpEkGehVw9cVB4IKUfmkZwWvmyvA0YFYVwk1gSHJuwkOfaB3ImJjGepALl8/s400/breakfast-in-paris-fr.jpg)
Minhas prioridades, hoje, são outras...
Livros, por exemplo, continuam sendo minha paixão...me solte numa livraria e pode esquecer de mim...fico horas folheando, vendo, sentindo...amo o cheiro e o toque dos livros...
Mas, também, compro mais do que consigo ler...então estou dando um tempo.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFv4ZNQCHb1ErwWOS_pdZz4PlZ30pNG1v7bmULcNULFerVFwoUrDX73lvjnL4skQTxnv6mkKur6qYbQpM87O3D2kBNXwL6KYkkTCfDyrkCyJHWkqDJAAtTE1QhaJYc76JFxyYyI1fE7EY/s400/ribeira+do+Porto.jpg)
Voltar à Lisboa, à Sintra e ao Porto...o Porto foi uma das melhores surpresas de minha viagem à Portugal.
É uma cidade encantadora, eu moraria lá, fácil, fácil...fora o passeio que fiz Douro acima, passando pelas eclusas...pena que não consegui ir aos vinhedos, participar da vindima...mas, fica para uma próxima vez...
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy5qKdyfeiMsXEUV8vYrPHZNs2R35miQhIgLzJCuelDbgoVIojEQX88Ki9FGGAjKzdBoAaQ18Zwn4jMGX6IKiKbtE6GplfdaqlJfF6iAafjIYbIxJ572AWZM39eZAu1c9h6MjRsCbQz4U/s400/pozzuoli+costa+amalfi.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXkQuL0v8bUmjoXngsfaGZ9SRu23K8AKQ7MWQVjuHH0grOZfDcqOuGIvxN7JYWSnjR143-vUPGgYdpmwaOE-q5XtFB0d_TA3a_IjSB0jFDf3WvqmvgCeM5_yi4yo6GzrKacUnPIqCRwTM/s400/ilhas_gregas.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz1zEOkYnYwOkMT8DnrVMw46b37N1k9qJqo9UDaSSBSun0-MUyNoXVrNQ4Z4beVJI_ds96G7QIgCFywsTQbkYn0G_N_XEKnppq7HAReQwlHfumT5jU3ytPzwaW7c-fTRNMEoctJ8TmCD4/s400/100_5594_rome_street+david+macdonLD.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg76TFGZqAf2bIWK3k9xgqAzkCwQmD3306oLr8vrUxJFVxOqI5LRT0DI7MX_pGYCMK_Kh2zztggSFR-ooAAM219RhYz_Ayb4PmrRG4vdRJTQ0s6cwQphUwyqMjNXJwh98bmppBoCoq0HhM/s400/cafe+e+livr.jpg)
Mas o que desejo mesmo, nessa altura da vida é poder viajar muito...viajar tudo o que não viajei durante a juventude...pois tenho que confessar uma coisa: tinha pavor de avião! Medo de avião é uma coisa que não se explica. Não adianta virem com estatísticas, explicações racionais...o medo, quando é pavor, é irracional, é ilógico, por mais que se saiba disso, algo nos impede de aceitar o óbvio...
Tive que encarar meu medo de frente, pois eu queria vencê-lo e comecei a viajar pelo Brasil: primeiro, umas duas vezes para São Paulo, depois fui à Pernambuco, de outra vez, fui à Alagoas...até fazer as viagens mais longas...à base de muito calmante, e algumas sessões de terapia cognitiva...e lá fui eu com meus fones de ouvido do MP3 gravado com minha dessensibilização...fazendo exercícios respiratórios a cada vez que o medo vinha...de olho aberto a viagem toda, mas lá, firme, decidida a aproveitar a vida e conhecer lugares que eu desejava...Imaginem se eu tivesse me acovardado e, por medo, não tivesse vivido e visto tudo o que vivenciei lá?
Uma vez, li uma frase que resume bem o que é ser corajoso:
"Para se ter coragem é preciso que se conheça o medo..."
Pensem bem se não é a mais pura verdade...assim como não há luz se não existisse a sombra, a coragem, nasce do medo...
Então, é isso, vou vivendo, me conhecendo, me surpreendendo, me desafiando...de que vale a vida se não fossem os desafios a que nos propomos?
Um dia ela passa, passa, passou...e o que fizemos dela, e o que fizemos por nós?
Há que viver, romper barreiras, sair da mesmice e do comodismo que impomos a nós mesmos...claro, é muito mais fácil ficar na casca, não ousar nada, deixar tudo quieto...mas e aí?
E, lhes digo uma coisa que tenho percebido nesse meu caminho: É preciso coragem para se viver.
Mas vale muito a pena!
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKCCJYXI_SoCLgMXPSikExr4K_Ca3UrCAtBUAhHtX5UXCDk29IEFB5ndxm8pRojdaRVKhjCNIc-qgzfr_mj-DH_-Mv8nCvLVUU8i_-BFAztrJtAeQ3AsQ_DyZ__ouFbGxaqGTJQgqzAis/s400/aaaasssinat.png)
terça-feira, 2 de março de 2010
2010, Cafe & Croissant en Paris!
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzs1DAFUsQtBZSoEDJvfZiMG6pUo5L150eQKxaMcQURwV7hyphenhyphenBrIPd7XM5vABLlGvYTIwSCv9Tv4-KMLzeDG_iBt4fnk4LMKECi3GSapeTFf1z1LaC2O-TdxJazVVFfCh7dCzfI-pNbwCo/s400/1+CROISSANT+CAFE+DU+GOUTE.jpg)
Eu fiz planos de ir à Paris esse ano.
Ainda estamos no comecinho de 2010 e, aqui no Brasil , na verdade, o ano só começa em março, pois nada funciona direito até o carnaval acabar.
Coisas de país de primeiro ( ops? ) mundo...
Mas, como eu ia dizendo, planejei ir à Paris esse ano...é uma cidade que quero muito conhecer.
Como gosto muito de história, museus, arte e cultura, acho que Paris vai atender a todas às minhas expectativas...só não sei se vou ou quando vou...pois minha vida é uma incógnita, um indecifrável mistério, por vezes, um verdadeiro filme noir, de suspense em p&b...coisas de quem não é assalariado e tem um marido profissional liberal, que ainda por cima, trabalha por conta própria...
Bien, c'est la vie...como diz minha filha, "deus não dá asa às cobras"...nunca entendi direito esse ditado...prefiro aquele outro: "deus dá nozes a quem não tem dentes"...ou outro melhor ainda: "o que tiver que ser será..."
Estou escrevendo sobre isso porque de repente me deu uma tristeza imaginar que tanta gente que não dá o menor valor à viagens ou à cultura, vive viajando pra lá e pra cá e eu, euzinha, que curto cada segundo, cada esquina, cada monumento, não posso viajar quando quero...Uma amiga vai à Paris em abril....e me deu uma certa melancolia por não poder ir também...pois essa é uma viagem que venho desejando há tempos...
Minha filha fala que eu quando viajo aproveito sob todos os pontos de vista...estudo antes, durante e depois...vira uma espécie de obssessão "do bem", pois pesquiso tudo sobre os lugares onde andei e cada minuto da viagem é motivo de tanta felicidade, dou tanto valor ao fato de estar lá, que me emociono em cada lugar onde piso e só de lembrar onde estive, lágrimas me vêm aos olhos...
Quem viaja muito poderá dizer que sou boba ou sentimental demais, ou que isso é coisa de quem viaja pouco...é a mais pura verdade, respondo eu: viajei pouco, durante minha vida, pouco para uma pessoa que tem tanta sede de conhecimento e de cultura como eu...Infelizmente, a vida não foi generosa comigo nesse sentido...foi com outras coisas, e como não se pode ter tudo nessa vida, tem que se fazer o jogo do contente, aquele da Polyanna da estorinha...
Mas, como ninguém sabe o dia de amanhã, tenho muita esperança de que irei à Paris esse ano...cafes & croissants, Louvre & Champs Elysée, Tour Eiffel & Versailles...La Vie en Rose, Edith Piaff & Mussée D'Orsay...
2010, l'anée de Glorinha!
Prometem torcer para que meu sonho se realize?
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgipmMFZDVkc00a6R7v0kNxIGrZUi0zhhsmCWtCuIxwVw6m6YqY4C499oUIxuAxP9HqNUKavzlxLRkAziswfJP5wSrcecoRdSrUEADsHaKSSYGV0mecp3W7tzncJrMEt9PNVUDll9q0wtg/s400/aaaasssinat.png)
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Portas E Janelas.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil_O57MPUsH3Jf_EzctyVsuwPn92w83u08sQVXnHtfT6fYK3iRgVXBX5aT_5V815SVj2IE2IPyvvsGN1Fyrwaxk83rxikfAOw_AJrb67mYpIZVJXQ7qh8FwmJWM47Cp0cDV4umyUz68e0/s400/julho_2+699.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmRzrU6lvfRWG8-YcDHft-UyKotPcRITUZWsAd2CvLNSw1V-ohGCMmLvwcQB_ve8Cm3KfxIj4aot2yB-RZqu309uhzuh2A2u-FWvsqeyOisNpxPJUdoyxRIFWLp7eYYJOZ-fz4O0CO_1k/s400/julho_2+702.jpg)
Imaginar cada um vivendo sua vida, com festas, luzes, às vezes tristezas...para mim, parecia um teatro e eu, a espectadora muda, sorvendo a vida alheia, através de uma réstia de luz...
Cresci e minha paixão por portas e janelas continuou...e as fui fotografando pelos lugares onde andei...Uma porta art déco, uma janela com sacada de azulejos, um puxador de ferro, uma outra, de madeira ancestral, pesada e escura...
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyxI3ek5dEi2lp0joZqtp-SFAVUB7210XB3qcSWIZrh0nfRDnoUMS9DcDgVoKOpo2Kg-Tdc26a0PCRcPHWrfXzOyl1roKi_k7RHHIO4q_iPNKNHq75E-nYYLxQ2B1p1weQHwWG4NoBwtU/s400/julho_2+594.jpg)
Paredes envelhecidas ou novas...madeiras reluzentes, pintadas de novo ou encarquilhadas pela chuva e pelo sol...a mim, não me importa.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRViOCCzHEp8tIT4y8E5ND6qcTEmVQsZkx_rrDwFOuyfMzOKRR0xjDpAfUWXwaK7u9ZwZVVQ88wvw2v3EyXo6e52Jq05BG3tex1YwmGwHA55YMsJEugol22uNdS8w7JfL8_ofTvZjwuLs/s400/julho_2+684.jpg)
Sabia, inconscientemente, que atrás de cada uma havia Vida. E eu, tal qual um vampiro, me deliciava ante as possibilidades.
Voyeur, mas voyeur de nada, pois eu nada via...só imaginava o que haveria por detrás delas...
Que segredos não revelados cada uma escondia? Traições, paixões, amores secretos ou uma vida comum?
Que segredos não revelados cada uma escondia? Traições, paixões, amores secretos ou uma vida comum?
Lisboa, Sintra... tantas portas e janelas cheias de mistério povoando minha imaginação de personagens Queirosianos...
Que segredos guardariam?
Quem moraria ali?
Estariam abandonadas?
Quem moraria ali?
Estariam abandonadas?
Em algumas, tive vontade de bater, apertar o botão da campainha..em outras, senti medo da antiguidade de seus entalhes...da madeira vetusta e escurecida, marcada por anos, talvez séculos de história.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyxI3ek5dEi2lp0joZqtp-SFAVUB7210XB3qcSWIZrh0nfRDnoUMS9DcDgVoKOpo2Kg-Tdc26a0PCRcPHWrfXzOyl1roKi_k7RHHIO4q_iPNKNHq75E-nYYLxQ2B1p1weQHwWG4NoBwtU/s400/julho_2+594.jpg)
Paredes envelhecidas ou novas...madeiras reluzentes, pintadas de novo ou encarquilhadas pela chuva e pelo sol...a mim, não me importa.
Só me interesso por elas porque guardam algo que não sei.
Olho para elas porque escondem coisas que não vejo.
Rústicas ou luxuosas, decadentes ou novas...cada uma guarda em si um tesouro oculto.
Estórias de fantasmas e de vivos...
Ricos, pobres, classe média...almoços em família, jantares de noivados, solidões compartilhadas...personagens de um livro que venho escrevendo desde sempre, apenas na imaginação.
Enquanto penso na opressão de quem vive lá dentro, fechado ao meu olhar, concluo que minha fascinação por essas aberturas que se mantém fechadas para mim, são apenas meu anseio por libertar, através das palavras que um dia irei escrever, as almas encarceradas que vivem, não lá, mas aqui, dentro de mim.
A liberdade me espreita em cada vão, pois, ao se abrir uma porta ou uma janela, ganha-se o mundo...e eu só terei essa liberdade suprema, no dia em que conseguir escrever, eu mesma, as páginas do livro que carrego em mim, desde que nasci.
P.S. Todas as fotos são minhas e foram tiradas em Lisboa e Sintra.
A liberdade me espreita em cada vão, pois, ao se abrir uma porta ou uma janela, ganha-se o mundo...e eu só terei essa liberdade suprema, no dia em que conseguir escrever, eu mesma, as páginas do livro que carrego em mim, desde que nasci.
P.S. Todas as fotos são minhas e foram tiradas em Lisboa e Sintra.
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domingo, 24 de janeiro de 2010
Parabéns Sampa (São Paulo, Para os Íntimos) !
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg002SCvxfofUM0Br3NvUrKTkYVda8S8Q1VwQFkX1oKMichL4_h53zu1PY4QNn-h9GQqVGjhrCoDxo-06D2IBpseoeWlVLUqHMzTg8eKgXCr6kpbgMNooj0QOmNg1unqWziCRPH6xFTqFw/s400/mercado-municipal-vidro-gr.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwAnNr-nhe83UxMWmW9o0S_pOX7G7dAh05tHmBGtM2zUHZYNbmuYubG78rheKs1bdjhZ8GVUnawjU9a_cwyFCy_QwfzpiisY0Qjgr6va2cWlgdXETOT1ewB2p6ew1KsL92ZURnK6EDlfk/s400/bacalhau.jpg)
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6dbrn4UxgxyVwwJRCxaLgYr1mnoxWZXO9lTSCjjhtrzfB3YVRVi9a_-QTru47JUz_urzbNEI-sgM_Xz-PWlaRVwDmM30CEEIUZ9MUyGRFLGRLau026UGU31OBtjjrjkvcYTMHD0b3vzU/s400/sampafr.jpg)
Banca de Frutas - frutas frescas inacreditáveis, algumas que ninguém nunca viu...e o cheiro delicioso?
Amanhã, dia 25 de janeiro, São Paulo estará fazendo 456 anos...
Um post sobre Sampa não tem como ser pequeno... São Paulo é múltiplo.
Eu adoro São Paulo! Já perdi a conta de quantas vezes estive nessa cidade caótica e, ao mesmo tempo, acolhedora.
Tenho inúmeros amigos paulistas ou cariocas que moram lá. Durante 3 anos, participei da Gift Fair, uma feira internacional de decoração, utilidades domésticas, móveis, e, conheci gente do país inteiro e, principalmente paulistanos, gente da melhor qualidade.
São Paulo, pra mim, é feia e bonita...A mais multirracial cidade do país...
Cidade de todas as cores, todos os idiomas, todas as raças...
Guarda belezas onde menos se espera...suas distâncias são quilométricas, lá tudo é longe...
Cidade enorme, trânsito louco, nem mesmo os taxistas sabem onde ficam determinadas ruas...e têm que consultar o mapa...
As Cantinas de Sampa, tem as melhores pastas, pizzas, calzones do país. Desde a mais mixuruca à mais chique, todas, sem excessão, tem pratos deliciosos... Quer ganhar uns quilinhos extra? Fique em São Paulo por uma semana...
Povo hospitaleiro, gente de todos os lados do Brasil, se cruzam nas ruas.
Como definir São Paulo?
São Paulo é indefinível...Só conhecendo pra saber do que estou falando.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ2XmxGI7YbrIHtBfmSwMuASNnX5vYmpdd9I8dGMHmRXzi4xmzw1Y0W-tEndmjTBPM4QG3yBCc0xlxDNxKdWYBXWYrYl_EAl3NlVhesgKiBjlg7AnJCFEXthgi7WcuYGpDkVQncFypWQM/s400/t,+municipal+sampa.jefferson.pancieri.jpg)
Onde assistir aos melhores espetáculos teatrais?
São Paulo.
Onde comer nos melhores restaurantes?
São Paulo.
Onde enlouquecer no trânsito engarrafado?
São Paulo.
Onde ver um lado do país onde nem parece Brasil?
São Paulo.
Eu poderia ficar aqui falando dessa cidade por horas.
Eu não moraria lá, mas é a cidade onde de vez em quando a gente tem que ir, pra ver o que está acontecendo, pra ficar antenado, pra ver as novidades.
Ainda vou escrever mais sobre essa cidade encantadora e ao mesmo tempo enlouquecedora.
Mas, por hoje, basta.
Fiquem com essa linda imagem da Estação da Luz, onde passam trens, metrô, ônibus...
Um retrato da cidade que não pára nunca.
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYSY9dirfGlTyBbqeWjtDGXIvXUKKnFPbH-y7Tg3d2vRIENEtkf3EO9aPQ4Gjy28qLw3_FfKzg5E2Bk1RX35ATVo_vkVpiYCUvZWS30pHdVPMzRoXPpOi8bqiemqGg_Zk5NK-IcFeVQc0/s400/luz.jpg)
Como já disse Caetano Veloso na sua música-homenagem à São Paulo:
"Alguma coisa acontece no meu coração...
...porque és o avesso do avesso do avesso do avesso..."
Parabéns Sampa! Amo essa cidade!
Sampa
Caetano Veloso
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
![](http://library.vu.edu.pk/cgi-bin/nph-proxy.cgi/000100A/https/blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidqzqpdy-1j24vqWlhxNt1MS5v2sZxqD6VRB2vpC80NoX0GelqURcNwsaFOhYYDUBwZ4uneZ7jq7v991XpXw6Q7tVpX1lFFdI0OIusls6BvBrffIc2KhfXXkxZz4FlRb2_Sd7KjDLFgY0/s400/assin.png)
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Eu Quero Uma Casa no Campo...
Serra da Mantiqueira - Vista de Penedo
Morei em Penedo, pequena cidade da Serra da Mantiqueira, também conhecida como Pequena Finlândia, por 2 anos, no ínicio dos anos 80.
Era casada há pouco mais de um ano e meu marido foi trabalhar como engenheiro na construção da Ferrovia do Aço. Me apaixonei pela linda colônia finlandesa, assim que a vi pela primeira vez, pois, coincidentemente, uma parte de minha lua de mel, foi passada lá.Nunca poderia ter imaginado, na época, que um dia iria morar lá...mas assim foi.
Nossa primeira casa era bem pequenininha, um chalé. Um riacho passava nos fundos, onde tomávamos banho nas águas geladas e nos divertíamos nos finais de semana, com muitos amigos e parentes, indo e vindo, eu inclusive, pois ainda fazia faculdade no Rio, e só via meu marido nos finais de semana.
Depois nos mudamos para o pé da serra, láaaaaaa no alto. Nossa casa era bem grande, com lareira, piscina de água corrente e uma cachoeira deliciosa . Lá, descobri que estava grávida de minha filha, Thaís.
Vocês não podem imaginar como era a casa! Não que fosse luxuosa, era rústica, mas muito confortável e espaçosa...foi uma das épocas mais felizes da minha vida.
Eu, que sempre tinha sonhado com "uma casa no campo", tinha a minha, onde pude usufruir de todas as coisas maravilhosas que a vida no campo pode oferecer: fruta no pé, tatus, cachoeiras, muito frio (6 graus no inverno), lagartos, cobras, cheiro de verde, de lareira acesa, de pinheiro...
Todo mundo conhece aquela música do Zé Rodrix, imortalizada pela Elis:
"Eu quero uma casa no campo,
Do tamanho ideal,
Pau a pique, sapê...
Onde eu possa plantar meus amigos,
meus discos,
meus livros,
e nada mais..."Pois é...era isso...lá eu tinha tudo isso, e hoje reli um pequeno poema que escrevi lá, eis aqui, um trecho dele:
Quero encher meus ouvidos de silencio
E tapar meus olhos com verde
Quero deixar correr em minhas veias
A água limpa dos rios
Quero fazer transfusões de cor,
De música,
De calma.
Encharcar meus cabelos de vento,
Reconstruir meu eu,
Renascer de mim mesma,
Até que o perfume da grama se espalhe,
Cada vez que eu cantar.
Lá, criei minha filha por 2 anos, linda, corada, no meio do verde...
Em Penedo, percebi, como é vital pra mim, viver em contato com a natureza em estado bruto.
Hoje, Penedo não é mais a mesma do que há 26 anos atrás...suas ruas agora, estão asfaltadas, tem até shopping! Do Papai Noel, mas shopping.
Seus rios e cachoeiras, em sua maioria estão sujos...
O lugar onde morei está repleto de pousadas...
É o preço do progresso, eu sei, mas um preço um pouco caro demais...
Pra quem imaginou que seria pra sempre, como na música:
"Eu quero carneiros e cabras
pastando solenes
no meu jardim
Eu quero o silencio
das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher
Com a mão, a pimenta e o sal..."Restam as lembranças...E essas ah! essas, ninguém e nada, tira de nós....
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