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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cultura Ou Atraso?

Foto Ailton Cruz

Hoje, lendo no jornal a crônica da Cora Rónai, a quem admiro muito, onde ela escreve sobre tradições, o politicamente correto e os absurdos que são perpetrados pela dita "cultura" dos povos, me lembrei que ando querendo escrever umas coisas sobre as quais tenho pensado muito ultimamente e que toca, justamente, nessa questão da cultura e da tradição de cada povo.

Ando vendo uns documentários feitos pela jornalista Elisa Capai que tem mostrado como as diferenças entre nós, mulheres de países ditos "civilizados" e as mulheres africanas são gigantescas. São mulheres vítimas de preconceitos, humilhação, mutilação, baixa autoestima, escravidão, costumes tão atrasados e aceitos por todos como "cultura", que mesmo elas, aceitam sorrindo o fato de trabalharem de sol a sol para que seus maridos descansem, e à noite, a que mais trabalhou naquele dia, tenha direito a "dormir" com ele. Geralmente eles tem 3 ou 4 mulheres que são suas escravas braçais e sexuais.

Da mesma maneira que soltar balões é "cultural" e aceito em nossa sociedade.
Do mesmo modo que extirpar o clitóris das meninas para que não sintam prazer, em algumas tribos é "cultural".
E estuprarem as lésbicas para que "gostem" de homens, é comum e aceito na África e é tido como "cultural".

E cultural é também o fato do presidente da África do Sul ser aceito e considerado "normal", com 4 esposas.
Que se estuprem meninas virgens ou mulheres brancas porque elas, na cultura africana, "curam" o vírus HIV.
Que mulheres andem tapadas de burca, numa verdadeira sauna, sem ar, em nome de uma "cultura". E que aceitem isso de bom grado e até se revoltem contra outras mulheres que não aceitam andar cobertas da cabeça aos pés.
E, assim vamos vendo atrocidades, atraso, destruição em nome do que se chama "cultura de um povo". Falar mal disso ou denunciar essas barbaridades é considerado politicamente incorreto, pois estaremos tentando impor e aculturar esses povos de acordo com nosso modo de pensar e à nossa própria cultura.
Bem, se voltarmos ao passado, sacrifício humano era "cultura".

Castrar eunucos era normal. Assim como era normal castrar os meninos para que ficassem com a voz fina, os castratti, trazendo assim, fama e fortuna para famílias pobres.
Também é considerado "cultura", os balões dos festejos juninos, pouco importando a destruição que isso pode acarretar às nossas matas, ou mesmo às pessoas.
Não está na hora de repensarmos o politicamente correto?
Não passou da hora discutirmos, a nível global, as atrocidades a que são submetidas as mulheres africanas, tanto moral como fisicamente?
Não passou também e muito, da hora para que os baloeiros incendiários sejam punidos com penas pesadas e não somente com a simples doação de cestas básicas?
Está na hora da humanidade tão globalizada lutar pelos direitos dos povos subjugados, das mulheres escravizadas, mudar essa cultura, dar-lhes auto estima, informação. Mostrar-lhes seus direitos.

Fiquei orgulhosa ao ver num desses documentários o relato de mulheres lésbicas na África, que formaram um time de futebol, tentando, unidas, resgatar a auto estima, se impor, mesmo muitas ali, tendo sido sodomizadas, espancadas, escorraçadas dentro da própria família.
Ao ver esses relatos, tive certeza, de que mesmo onde o atraso e a submissão feminina são fato, ainda há esperança para que se separe um dia, "cultura" de "primitivismo". Cultura de atraso.
Optei por colocar imagens belas e não chocantes, que são inúmeras, aliás, de mulheres e tribos africanas.
A Tribo dos Omos, fotagrafada lindamente por Hans Sylvester, se enfeita com flores, frutos, galhos e folhas, numa demonstração de que homem e natureza, podem sim, viver em harmonia, entendendo que somos todos, parte de uma coisa só.
Respeito à natureza, ao ser humano começa com auto estima.
E a auto estima de um povo é ensinada a seus filhos e filhas, pelas Mães, Mulheres, do Planeta Terra.