Mostrando postagens com marcador blogagem coletiva. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador blogagem coletiva. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Brincadeira Boa!

Brincadeira boa demais, proposta por meu amigo Manuel do blog Constância:
Abrir um livro à sua escolha ou o que esteja lendo no momento. Abrir na página da sua idade, no meu caso: página 53, e escolher um trecho.
Aqui vai o meu:

Livro: Na Esquina do Tempo Nº 50 - autora Gloria Leão - página 53:

"Pertencia, não a um gênero, classe ou raça. Teve plena consciência de que eram todos oriundos das mesmas raízes, todos os sangues se misturavam em suas veias. Era branca, mas também negra, também índia, judia, amarela, muçulmana. Pertencia, como o restante das mulheres e homens do planeta a uma só raça, à raça humana.
Infelizmente, muitas vezes, nem tão humana assim..."


terça-feira, 17 de maio de 2011

Blogagem Coletiva - Apoio à Fundação Dorina Norwill

A fundadora, Dorina de Gouveia Norwill, ela também deficiente visual, falecida recentemente.

Estou participando da blogagem coletiva proposta pelo Alessandro Martins do blog Livros & Afins.
Uma blogagem diferente, humanitária, de apoio à Fundação Dorina Norwill, que oferece oportunidades para deficientes visuais e precisa da ajuda de todos os que puderem contribuir de alguma forma. Quem teve a oportunidade de ver ou ouvir entrevistas dadas por essa pessoa forte e determinada que era a Sra. Dorina, ficava emocionado com sua coragem e bom humor. Ela esteve à frente da instituição que leva seu nome por seis décadas e  lutou pela inclusão social de crianças, jovens, mulheres e homens cegos. Seu legado permanece, precisando da ajuda de todos os que, de alguma forma, possam cooperar. Vejam que trabalho fantástico a fundação vem fazendo há 65 anos:


"65 anos de inclusão da pessoa com deficiência visual na sociedade

Há mais de seis décadas, a Fundação Dorina tem se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da produção e distribuição gratuita de livros braille, falados e digitais acessíveis, diretamente para pessoas com deficiência visual e para mais de 1.400 escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. A Fundação Dorina Nowill para Cegos também oferece, gratuitamente, programas de serviços especializados à pessoa com deficiência visual e sua família, nas áreas de educação especial, reabilitação, clínica de visão subnormal e empregabilidade.
Organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico, ao longo dos anos a Fundação Dorina Nowill para Cegos produziu mais de seis mil títulos e dois milhões de volumes impressos em braille. A instituição produziu ainda mais de 1.600 obras em áudio e cerca de outros 900 títulos digitais acessíveis. Além disto, mais de 17.000 pessoas foram atendidas nos serviços de clínica de visão subnormal, reabilitação e educação especial.
São mais de seis décadas de dedicação e de muitas realizações. Tudo isto graças a doadores, voluntários, amigos e patrocinadores que acreditam na missão da Fundação Dorina Nowill para Cegos e fazem da instituição uma referência no trabalho de inclusão social das pessoas cegas e com baixa visão."

Quem quiser, participe também dessa ciranda em prol da inclusão de tantos brasileiros.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Olhando No Espelho / Erros


Olhando no Espelho / Erros

Há muitos anos atrás, um amigo me disse que enquanto as outras pessoas da nossa convivência, eram arroz com feijão, eu era um prato exótico....
Os anos se passaram e, um outro amigo, um dia me disse: você é transparente, não consegue esconder seus sentimentos...
Há pouco tempo, uma outra amiga me falou: você é uma pessoa
muito densa...
Até agora, pra falar a verdade, não sei direito o que eu sou...sou densa, transparente, um prato que foge à mesmice...o que as pessoas enxergam em mim?
O que eu mostro pra uns que não mostro pra outros?
Sou tudo isso junto, ou cada coisa separada?
Sou arrogante? Sou fácil de entender? Sou fácil? Difícil? Transparente? Densa? Sou caótica ou de simples leitura?
Acho que sou tudo isso...mulher de mil faces, de mil fases...Mulher que transgride, mas que também aceita.
Erros? Todos...
Fêmea louca, mas também serena... Sábia e imatura...Carente e auto suficiente...
Não seremos todas nós, assim?
Não seremos, nós, todas as mulheres, um pouco disso tudo? Basta conhecer um pouco de nós mesmas?
Mas quem conhece a si mesma? Quem consegue se enxergar de fora, extra corpo, como numa fotografia?
Há alguma mulher capaz disso? Há alguma dentre nós, capaz dessa análise fria, de se olhar como se olha um espelho e ver através dele?
Como eu me vejo?
Como seria se eu pudesse me ver de fora, como seria me ver e me sentir como os outros me sentem?
Ao mesmo tempo, essa tarefa seria impossível, pois hoje sou uma, hoje estou bem, mas amanhã, como estarei?
Sou bipolar? Acho que sou muitas...Acho que sou todas...Sofro muito...Às vezes sou tão feliz!
Toda mulher traz dentro de si todas as possibilidades...nosso mundo é um mundo só nosso...intangível, inatingível...por isso é tão difícil que nos entendam...
Tem dias em que acordo monstro...quero me engolir, me aterrorizar, bicho papão de mim mesma...
Outros, acordo princesa...quero me enfeitar, me acarinhar, apaixonada por mim mesma...
Noutros ainda, sou sapo...detesto tudo o que vejo em mim, acho que fiz tudo errado, chuto meu próprio rabo...
Dá pra entender quem sou?
Será que alguém me conhece?
Sei lá...Só sei que apesar da dor, das perguntas, dos questionamentos...até que é divertido ser mulher...
Só sei que a graça da vida é se olhar no espelho e, procurar...

Este post é uma reedição e faz parte da brincadeira que meu amigo Roy do blog Suma Irracional vem fazendo com as palavras e que me presenteou publicando meu texto na íntegra no Facebook e no seu blog.




segunda-feira, 21 de março de 2011

Segunda É Dia De Poesia

 
Agora, toda segunda vou fazer o Dia da Poesia aqui no blog e no meu outro Café com Poesia.
Quem quiser se juntar a mim, será muito bem vindo. Pode até se tornar uma blogagem coletiva.
Estão todos convidados a participar, pois ando com a escrita solta e a mão pedindo para escrever...
Aqui vai:


Purpurinas no Nariz

Se o céu pudesse me ouvir
e seus bilhões de estrelas
fossem  furinhos
por onde os sons
transpassassem
atravessando o infinito
numa ligação direta
com o Universo inteiro
eu diria sussurrando
bem baixinho eu diria
ao céu
pois com tantos ouvidos
atentos
não precisaria gritar
nem tampouco
falar alto:
- Sabe aquele meu sonho?
  Aquele de tanto tempo?
  O sonho que eu tentava alcançar
  e parecia tão longe?
  Ele está se transformando
  tomando forma
  moldando-se
  Passou
  por caminhos tortos
  Talvez
  por estradas íngremes
  degraus
  colinas
  montanhas
  Talvez
  tenha rolado entre seixos
  de algum rio por aí
  Mas sinto que ele vem vindo
  um passo
  depois o outro
  Está me ouvindo
  Universo?
Sei que está
pois me devolve
estrelas piscando
como a me responder
em brilho
em chuva de purpurinas
das quais um dia falei
Não tarda
Vem numa forma
 estranha
de um jeito
que eu não queria
Mas não há nada
que o impeça
não há atalho
ou armadilha
que o atrase mais
que o postergue mais
já sinto
cócegas no meu nariz
como a neve a cair
Se o céu pudesse me ouvir
eu nem precisaria contar...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia Da Poesia - Blogagem Coletiva

Carlos Drummond de Andrade - tela de Portinari


Luz  Na Escuridão ( se preferir "ouvir" o poema, o botão para ligar o som, está no final do post )
Autora: Gloria Leão


Feche os olhos:
Imagine a escuridão
Agora,
pense em um facho de luz
Alvoreceres
Lanternas
Estrelas
Velas acesas
iluminando
o breu

Cecília Meireles - retrato por Arpad Szènes

Fazer poemas
é colorir
o mundo
com palavras
tornando-as
claridade
Clarividência
nas trevas
da vida
Lançando faróis
por sobre
os sentires
Fernando Pessoa - retrato por Almada Negreiros

Poetas falam
das suas verdades
não as do dicionário
mas as que revelam
sua emoção
que afinal
são os sentimentos
de toda
a raça humana

Ferreira Gullar por Jorge Inácio

Um poema é uma luz
revelando
a exatidão
do que se sente
e quem o lê tem a impressão
de que foi escrito por ele
e para ele
como se feito fosse
para aquele momento
e para si
Pois os poetas
falam por nós
Dão voz
a quem silencia
Manoel Bandeira - tela de Portinari

Fazer poemas
é trazer vagalumes
pequenas lâmpadas
a piscar na noite
escura
Incandescentes
estrelas
a mover
ideias
É lançar
um sol
aquecendo o frio
É tornar o mundo
possível
palatável
menos duro

Sophia de Mello Breyner Andresen - net

Fazer poemas
é romper muros
derrubar barreiras
deixar sempre
a chama acesa
para que não restem
dúvidas
Tom Jobim - capa do disco Tom pra Dois

O poema
e o poeta
traduzem
explicam
reiteram
elucidam
o que sentimos
e não sabemos nomear
Eles são a eterna chama
a nos lembrar
que haverá sempre
primavera
mesmo que o frio
e o temor
teimem em nos dizer:
Não
Chico Buarque - net

O poeta junta as palavras
dando-lhes
sentido e sentir
fala de seus sonhos
canta seus amores
chora suas dores
transformando
quem o lê
tornando-os
eles também
pequenos fachos de luz

Feche os olhos agora
e veja:
lanternas
vagalumes
estrelas
alvoradas
Um poema faz isso
ao tocar-nos
a alma
e apontar o belo
Iluminam a nós
e ao mundo.


 Audio Recording on Sunday morning Luz na Escuridão by Glorinha L de Lion
Meu outro blog, o Café Com Bolo & Poesia também está participando dessa Coletiva.


PS Caso eu tenha deixado de colocar algum blog participante na listagem lateral, por favor, me avisem.

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pelo Tatto do Blog Xipan Zeca e ligeiramente modificado por mim e pela Lu.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Blogagem Coletiva - Meu Personagem Favorito de Livros

Tarefa difícil.
Eis-me aqui a procurar um personagem preferido entre os milhares que admirei e amei ao longo de minha vida.
Leio, compulsivamente, desde que aprendi as primeiras letras. Já contei várias vezes minha estória e que foi meu pai quem me inoculou o vírus da sede de conhecimento e do amor pelos livros. Minha irmã do meio também me influenciou muito em minhas leituras. Devo à eles todo o "estofo" que adquiri ao longo da vida.
Pois bem, hoje tive que parar para pensar qual personagem de livro, de todos os que li, era o meu predileto.
Para mim, isto é tarefa impossível...até porque li tanto e desde tão pequena, desde os clássicos até os modernos, que resolvi fugir um pouco da obviedade de escolher meu personagem entre os grandes clássicos da literatura. Resolvi então escolher, não um, mas quatro personagens recentes, que me fizeram amar ainda mais o ato de ler e de me perder nesse mundo mágico da literatura de qualidade.

1. Balram - o "empreendedor" cínico e debochado de O Tigre Branco, de Aravind Adiga, que expõe de maneira às vezes ingênua, às vezes perturbadora, a organização caótica e isenta de princípios morais do mundo e das relações humanas, através de seu país, a Índia. Esse personagem tem muito a ver com o tal "jeitinho" brasileiro que beira o mau caratismo...

2. Raimund Gregorius - o professor de línguas clássicas de Trem Noturno para Lisboa, de Pascal Mercier, que após um encontro inusitado, abandona sua vida rotineira e sem graça e, por causa de um livro e seu autor, parte em busca de si mesmo, mudando de maneira radical seu modo de ver a vida. Um personagem profundo e que faz pensar...

3. Fermín - o ex mendigo revolucionário de A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón, cujo bom humor, lealdade e capacidade de reinventar-se torna o livro um os melhores que já li em décadas. Suas tiradas geniais me fazem pensar se não é o alter ego de Zafón.

4. Dito Mariano - o avô morto/vivo de Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, de Mia Couto, que, ao trazer o neto de volta à sua terra e à sua casa, traz à tona, também, a consciência de que mesmo distantes ou quando pensamos ter esquecido nossas raízes, elas estão lá, o tempo todo, dentro de nós. Minha ancestralidade anda muito pulsante e esse livro foi um mergulho em mim mesma...

Há inúmeros outros personagens que fazem parte de mim, que me fizeram enxergar o mundo com outros olhos. Que transformaram minha essência ao me fazer ver a vida através de seu olhar.
Personagens, autores e livros...vivi e vivo cercada deles. Sou quem sou por causa deles e com o que aprendi lendo.
Agradeço à vida por ter sido filha de quem fui e por ter tido a chance de, através dos livros, ter acesso à cultura, à informação, à magia. Por ter tido a oportunidade de, ao usufruí-los e vivenciá-los, me transformar.

Esse post faz parte da blogagem coletiva proposta pelo Alessandro Martins do blog Livros & Afins.
Obrigada Alessandro por mais esta oportunidade! Parabéns pela iniciativa e pelo prazer de mais uma vez falar sobre o que mais gosto: livros.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Blogagem Coletiva - O Que Os Sonhos Fazem Por Nós

Sonhos...
Em que lugar eles são?
em que dimensão
estratosfera
amplidão?

num lugar
que não existe
e que
aparentemente
não
se toca
ou
se alcança

E
no entanto
balançam
nossas
ideias
revolucionam
nossos
mundos
e
nos transformam...

Sonhos...
Será possível
dormir
sem eles?
Viver
sem eles?
Acordar
andar
caminhar
trôpegos
cegos
perdidos?
Sonhos
me fazem
seguir
respirar
querer
desejar
mais

Vivo
e respiro
pelos meus
sonhos
E, por vezes
desconfio
que é lá
onde habito
e me encontro
comigo
mesma

nesse país
sem nome
sem lugar
mas onde
tudo
existe
e faz sentido....

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pela amiga Liliane do blog Sonhar e Ser.

telas de Noemi Martin





domingo, 23 de janeiro de 2011

Blogagem Coletiva - 3 Anos Cantinho She - Uma Estória de Amor


O Amor - É Uma Estória

Existe coisa
Mais piegas?
Mais clichê?
Mais óbvia?
E, no entanto
Menos óbvia
Menos piegas
Menos clichê
Do que o Amor?
Existe coisa mais 
Absurda
E sem propósito
Do que olhar 
Alguém
E achar
Que ele 
É nossa vida
Nosso destino
Nossa razão 
De viver?

A cabeça 
Vive na lua
Enquanto os pés
Pisam estrelas
E até nas coisas 
Mais banais
Se acha graça
Encanto
Beleza
O mundo
Parece 
De pernas
Pro ar
E o ar
De pernas 
Abertas
Pro mundo
Não me perguntem 
Porque
Não me perguntem 
Como
Mas fazemos 
Loucuras
Asneiras
Bobagens
Por ele
E ele nos deixa
Sem dormir
Sem comer
Com sede
Com fome
Só dele
Do Amor
Esse tresloucado
Sentimento
Vira tudo
Ao contrário
Entontece
Entorpece
E ainda 
O chamam
De puro
Doce
É nada
É um vício
Que alucina
Arrasa
Mistura
Descombina
Deixa
Doido
Tira tudo
Do lugar
Vira
E desvira
Nossa alma 
Do avesso
E sem ele 
Somos
Morcegos
Cegos
Deixando-nos 
Guiar
Por um radar 
Invisível
Por um cheiro
Por um gosto
Que nem 
Sabemos
Ou queremos
Explicar
Podemos viver
Re-viver
Amar
Re-amar
Remar
Contra as marés
Por ele
E só por ele
Viver
Não importa
Se por muito
Ou pouco
Tempo
Quem nunca 
Sentiu
Esse torpor
Esse lampejo
Essa grande
Onda
Esse "barato"
Alucinógeno
Rasgando 
O peito
Arranhando
A pele
Dando um nó
Na garganta
Que atire
A primeira
Flor...

Este post faz parte da blogagem em comemoração ao 3º Aniversário do blog Cantinho She, da amiga Sheila Mendonça. Parabéns She! Muito Amor pra todos nós!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Blogagem Coletiva - Minha Declaração de Amor




 


DECLARAÇÃO:

Eu, Glorinha L de Lion, nascida no Rio de Janeiro, Brasil, sob o signo de Virgem com ascendente em Leão, declaro, para os devidos fins, que AMO.
AMO a natureza, os animais, meu jardim, minha família, meus amigos.
AMO minha casa.
AMO meus cães, os pássaros e micos que me visitam e as flores que nascem, espalhadas pelo quintal.
AMO os bicos de lacre, os sabiás laranjeira, os beija flores, os canários da terra, os sanhaços, os milhares de passarinhos que cantam, enternecendo os meus dias, tornando-os menos pesados e mais suaves.
Declaro, em alto e bom som que há dias em que AMO mais, outros em que AMO menos. Mas, nunca, passei um dia sem AMAR.
AMO viver. AMO crianças. AMO bebericar um espumante, numa linda taça, enquanto cozinho, aos domingos.
AMO quando a casa está cheia e barulhenta. AMO os silencios das madrugadas enquanto escrevo e só o cricrilar dos grilos, o coachar dos sapos e o arrulhar das corujas me fazem companhia.
AMO coisas grandiosas como uma orquestra sinfônica tocando Tchaikovisky. AMO coisas pequenas como cantar sozinha. AMO tomar um café com bolo com minhas amigas e falar de coisas improváveis, rir com elas ou  filosofar sobre a vida.
AMO noites estreladas e sem lua, quando o céu parece que nem cabe em si de tão denso e brilhante, fazendo-me sentir a minha pequenez diante do Universo.
AMO também as noites enluaradas, quando a lua pensa que é sol e ilumina os caminhos. AMO os finais de tarde quando o céu se tinge de rosa e a noite chega devagar, envolta em súbita paz.
Declaro, para os devidos fins, que AMO. E que, embora pense que não, às vezes me pego AMANDO as coisas rotineiras que me vejo obrigada a fazer, pois, mesmo elas, têm sua importância, ao preencher meus dias com sua mesmice que faz falta, repleta da segurança das coisas repetidas.
AMO meus livros, todos, até os ruins, pois me ensinaram como não devo escrever. Os bons então, nem se fala...E os maravilhosos, esses, AMO demais, pois encantam e encantaram minha vida. Por eles, por meus livros, sou capaz de um AMOR desmedido e sem tamanho.
AMO as palavras, pois é através delas que me sei, que sou, que serei até o fim de meu tempo nessa vida.
Declarado pois, tudo o que AMO, deixo aqui, minha firma, reconhecida por mim mesma. Pois meu nome é tudo o que tenho e meu maior bem.
Dito isto,
Declaro, registro e faço fé,
Niterói, 18 de janeiro de 2011.

Esse post faz parte da blogagem coletiva proposta pela amiga Nilce do blog A Vida de Uma Guerreira, que comemora seu primeiro aniversário hoje. Parabéns Nilce! Muitos anos de vida para o seu blog!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

And The Oscar Goes To...Lu Do Blog Lichia Doce!

Recomeço


Quem é você?
O que traz aí?
Por que me chama?

Não me iluda com seu sorriso branco,
E lindas flores em suas mãos,

Estou marcada pela tristeza
E abri mão do coração,

Amar não cabe dor,
Amar não cabe dúvida,

Eu vejo nos teus olhos,
O caminho de flor,
O aroma, a cor, a vida

Ela se oferece para mim,
Ela tenta me enlaçar, me seduzir

Mas e se ela mudar?
Como tantas vezes aconteceu?

Se após me encantar pelo lindo jardim,
pelas promessas de amor,
pelas orquideas, cravos, begônias,

Descobrir que o que restou foi 
a flor murcha,
o galho quebrado,
As cinzas do que foi um grande sonho?

Agora vem você, com essa melodia nos lábios,
Me dizendo o que fazer, mostrando que atrás dos arbustos de espinho,
a paisagem se renova,
as plantas crescem,
o lago está cheio de vida,

Vou aceitar o seu convite,
e dar mais uma chance a vida,
ou será ela que está me dando uma chance?

A tarde está caindo,
o caminho se abrindo,
e a flor do meu peito novamente desabrochou.



A vencedora  da nossa Blogagem Coletiva Minha Ideia É Meu pincel foi a doce Lu do blog Lichia Doce
com 2 votos em seu post de Monet.
Os outros votados foram:
*Astrid com 1 voto no post de Degas
*Luma com 1 voto no post da Frida
*Alê com 1 voto no post do Poteiro
*Alê com 1 voto no post de Paul Klee
*Beth com 1 voto no post da Frida
*Mila Viegas com 1 voto no post do Poteiro
*Mylla com 1 voto no post da Georgia O'Keefe
*Macá com 1 voto no post do Poteiro


Foi uma pena que a maioria não tenha votado, pois isso diluiu a votação.
Mas, mesmo assim valeu. Obrigada a todos os que fizeram sua escolha. A Lu mereceu.
Aliás, todos mereceram pelo empenho em seguir as regras e procurando criar, entrar nas telas e olhá-las com olhar de criança como se fosse a primeira vez que as visse.
Ninguém que participou o fez obrigado, arrastado ou com o intuito de ser o maior escritor, o maior blogueiro da blogosfera ou um exímio crítico de artes...Todos os que brincaram e entenderam a grande brincadeira séria que foi criar, refletir, pensar, transformar o olhar, sabem do que estou falando. E participaram porque quiseram...então, quem entra na chuva é pra se molhar...
Blogagens Coletivas são brincadeiras sim, mas são também uma grande chance de abrirmos nossos horizontes, conhecermos novos olhares sobre coisas antigas, refletirmos sobre os medos, as alegrias e o prazer que é viver e conviver. São exercícios de pensamento, musculação de neurônios, e é bom demais brincar disso.
Eu, volto a dizer que, para mim, apesar de tudo, cada blogagem é única, pois sempre tiro lições e aprendo muito com todos os que participam, seja com os que fazem as postagens, seja com quem vem até os blogs participantes deixar seu comentário.
Nem sempre as pessoas gostam de ler o que escrevo, com a sinceridade que me é peculiar, mas sempre, o procuro fazer com gentileza. Claro que sei também que nem sempre vou agradar a todos. E, quando perco as estribeiras, bem...vocês, que já participaram das 3 coletivas, me conhecem e já sabem como sou. Direta e franca, garras de leoa e miados de gatinha...hehehe, mas muito transparente em tudo o que digo ou faço.
Espero que nas próximas coletivas que eu venha a organizar ( se, as houver ), todos compreendessem, finalmente, que eu não sou a dona da verdade, aliás, ninguém o é...sou somente a que rege a orquesta, a Minha Orquestra, mas, como em toda filarmônica, é preciso respeitar o Maestro.
Desafinamos? Talvez...Mas no geral, mais uma vez saio feliz e com um sabor de quero mais...
Beijos a todos os participantes, aos que comentaram e aos amigos que me apoiaram quando precisei.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Blogagem Coletiva - Minha Ideia é Meu Pincel


Antonio Poteiro - Bumba Meu Boi

Minha Cidade é Naif

Minha cidade é sempre ensolarada
Lá, as árvores são verdejantes
Lá, se brinca de roda
E em volta das fogueiras
Nas noites de São João
Na minha cidade
As casas são coloridas
E todas tem seu quintal
As roupas, alegres
As pessoas sorriem
Minha cidade é verde esmeralda
Plantada desde os morros
Até o vale e a ribeira
Com pés de abacate, jabuticabeiras
Pitangueiras, mangueiras
É amarela, azul, encarnada
É rosada, é alaranjada
A minha cidade.
Sem nome


Na minha cidade
Todo dia é dia de festa
Lá as pessoas se amam
Sem interesses escusos
Sem olhares de esguelha
Desinteressadamente
Ingenuamente
Com a sensatez das crianças
Se amam por puro amar
Sem máscaras
Descaradamente felizes
E inoportunas
E descabidas
Como só as crianças sabem ser
Ciranda


Minha cidade
Não tem portas
Nem janelas
Para quem chegar
Ir chegando
Ir entrando
Sem cerimônia
Sem precisar pedir licença
Lá, todos os braços são abertos
E as mãos, dadas
Numa imensa ciranda
Que atravessa as ruas
As casas ajardinadas
Que abarca, além dos limites
Das fronteiras imaginárias
Todos os que passam por lá
A cidade de que falo
Tem todos os bichos da natureza
E lá, eles não tem medo do bicho homem
Porque afinal, o homem é bicho, como eles
E ali, ele entende isso
Que é só mais um animal, entre todos
Minha cidade não tem guerras ou armas
Na minha cidade palavras ou desculpas
Não são necessárias
Basta um querer, um olhar
Todos são amáveis e amorosos
E dão, sem esperar nada em troca

Girassóis


Minha cidade não é de sonho
Nem tampouco imaginada
Ela é real
Ela é a cidade onde vive
Mora
Se emociona
Ri e chora
Vibra e se entristece
Ama e acalenta
Odeia e ruge
Abraça e agrega
A minha humanidade

Ela existe
E fica
À vista de todos
É só olhar bem
E saber enxergar
Com olhos de ver
Pois ela é perfeita
Como essa arte naif
Pura e singela
Na sua imperfeição
Ela fica logo ali
Ao alcance de um abraço
No país
Do meu coração.

Dedico esse último post à todos os participantes da blogagem Minha Ideia É Meu Pincel.
Obrigada a todos pela participação.
Aos meus amigos verdadeiros: Vocês ocupam um lugar, decerto o mais belo, na minha cidade.
Vocês são Pura Arte Naif!

Todas as telas são de Antônio Poteiro, um dos maiores pintores brasileiros ( embora nascido em Portugal ) de arte naif.
Quem quiser saber mais sobre a vida e a obra deste artista maravilhoso entre no site www.antoniopoteiro.com

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Duas ou Três Coisinhas Sobre a Blogagem - Up Date

Meus amigos e participantes da blogagem:
Ao ter a ideia para a blogagem Minha Ideia É Meu Pincel, queria despertar nos participantes um olhar ingênuo, novo, quase infantil sobre as telas. Fazer com que esquecessem da vida do artista, não pesquisando sobre ele, sem fazer análises sobre sua obra ou sobre suas técnicas. Um primeiro olhar, uma primeira vez, ainda que não fosse, pois sei que temos muitos entendidos de arte entre nós.
Alguns poucos conseguiram, a maioria não. Sinto-me frustrada por talvez não ter sido devidamente clara e explícita ao divulgar a proposta.
Eu queria o olhar da criança, que vê uma coisa pela primeira vez.
Eu não entendo de arte, não sou crítica de arte e nem pretendo ser.
Quis lançar pequenos desafios, até à mim mesma ao escrever sobre uma tela. Entrar nela, sentí-la. Só isso, simples assim...Nas primeiras blogagens quase todos conseguiram "entrar" no clima.
Mas a partir da terceira tela, senti que as postagens iam se desviando da proposta e as pessoas foram caindo na armadilha fácil de procurar na internet coisas sobre aquele artista ou sobre sua vida.
Poucos fecharam os olhos e deslizaram para dentro da tela como foram capazes de fazer com a tela de Monet.
A minha intenção ao fazer essa blogagem era instigar, criar, fazer cócegas nos cérebros dos participantes, inclusive no meu, sempre pelo lado mais, digamos, "difícil" da coisa. Não era para gostar ou desgostar, saber se o artista foi mutilado ou sadio, pobre ou milionário. Isso é só procurar no google ou comprar um livro e se achará facilmente.
Só falta um último post, na próxima quinta feira, mas confesso, que dessa vez não atingi meu objetivo na grande brincadeira que são as minhas blogagens coletivas. Não me senti uma maestrina como das outras vezes. Saio um pouco frustrada dessa vez, me perdoem a franqueza, talvez por minha própria falha ao não ser clara o bastante.
E lembrem-se: faremos uma votação entre todos os posts para escolher o melhor entre os blogs, na próxima e última semana!
O melhor post, eleito pela maioria, será publicado em meu blog.
Espero que semana que vem, mergulhemos todos, como as crianças, de olhos fechados, na nossa imaginação.
Sem medo de olhar para dentro, ao olhar para fora...

Up Date: Meus amigos: espero não ter ferido suscetibilidades, não foi essa a minha intenção. Fiz somente uma análise de como eu vi a blogagem. Talvez tenha sido um pouco severa demais. Sou assim, exigente mesmo. Talvez seja hora de levar as coisas menos à sério. Isso é só uma brincadeira, afinal de contas.
Beijos,

Blogagem Coletiva - Minha Ideia é Meu Pincel

Coragem

Ao olhar para essa mulher de olhos tristonhos
Vejo a mim mesma e à tristeza em meus olhos
Vejo a mim e aos meus sonhos
Como num espelho sem vidro
Vazio, moldura
Como numa janela em escombros
Seu olhar me transmite
A dor dilacerante da alma
Tão grande
Que por vezes se torna física
Que fere
Machuca a carne esfolada
Corpo e alma
Em carne viva
Mesmo tendo a noção exata
De que a vida existe além de mim
E que continuará existindo
Esteja eu aqui ou não
Esteja eu triste ou feliz
Cantando ou a chorar
Pelos cantos
Ao olhar seus olhos sem esperança
Vejo a mim mesma
Que espero tanto
E que sei, no entanto
Que não há deuses olhando por nós
Como pensam as pessoas
Que não há saída para os males do mundo
Somos nós
Só nós
Os deuses de nossa existência
Pássaros voam
Borboletas borboleteiam
Mas, as raízes das quais somos feitos
Estão lá
Nos ferindo
Torturando
Enraizadas na impaciência
Do eterno querer brotar
Lembrando a todo momento
De que nada vale a pena
E que, entretanto
Tudo vale a pena
Vale a pena até sonhar

Minha loucura
É minha lucidez
Minha covardia
É de onde tiro minha força
Renasço
Todos os dias
À fórceps
Me levanto
Mesmo quando
Não quero acordar
Pela manhã
E teimosa
Me desobedeço
Se a Arte é a Vida
Quero viver por Ela
Quero emergir do fundo
E respirar por Ela
Quero Ser por Ela
Pela minha Arte
Sim, é preciso
É preciso que eu lute
E sofra
E ame
Ressuscite
Mil vezes
E reproduza a Luz
Para a qual fui feita
Saindo do breu
Ofuscante
Do escuro
Liquefeita
Por Ela
Por minha sobrevivência
Olho nos olhos
Da solidão
E retalhada
Retorno inteira
Sem me arrepender
É preciso mesmo
Muita coragem
Para viver.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Blogagem Coletiva - Não à Violência Contra as Crianças!

Eu, Criança

Nasci para brincar
Para ser amada
Para ter direito à educação de qualidade
Para ter um lar
Para ser afagada
Acalentada

Nasci para receber carinho
Para trazer um sopro de vida
E de esperança
À humanidade

Nasci para ter oportunidade de ser alguém
Ter atendimento médico de qualidade
Nasci para ser feliz
Ser bem educada
Ter direito à leitura
À uma boa escola

Nasci para poder ser criança
Brincar
Ter tempo para viver minha infância
Não quero ter que ser massacrada por atividades sem fim
Só porque meus pais acham que é assim que se educa:
Ir à natação
Ao curso de inglês
Ao karatê
Ao judô
À aula de violão
Ao curso de teatro
Nasci para ser criança
Quero ter tempo para ser só criança.
Não é opção
É meu direito
Mas não me façam todas as vontades
Ou serei um adulto medíocre
E infeliz
Porque ninguém tem tudo na vida
E nem tudo se pode comprar
Preparem-me para a vida
Ninguém sabe como será o amanhã.


Nasci para ter comida à mesa
E uma mesa
E uma casa
Mais que uma casa: um lar
Não nasci para ter que trabalhar
Nem para ser explorada
Nasci para abraçar
Ser abraçada
Sorrir e ser beijada
Nasci para ser feliz
Não nasci para ser maltratada
Nem abusada
Nem vilipendiada
Sou anjo
Em forma de gente
Nasci para trazer Paz à Terra
Alegria
Ternura
Suavidade
Só para isso vim ao mundo
E vocês, que me trouxeram a ele
Nunca se esqueçam:
Eu não pedi para nascer!

Amemos nossas crianças para que não tenhamos que, no futuro, punir os homens - Adaptação de uma frase de Pitágoras.
Esse post faz parte da blogagem coletiva Contra a Violência Contra Crianças e Adolescentes, proposta pela Ingrid do blog Desconstruindo a Mãe.

Fotos: net, Ruth Walsh, Susan Haggen, Kim Crenshaw e Unicef