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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Da Minha Janela

A gente passa a vida fazendo o "Jogo do Contente".
Pensa bem - a gente diz pra gente mesma - tem gente sofrendo mais que eu, tem gente que não tem o que eu tenho, olha pro lado, vê como tem pessoas em pior situação, eu tenho duas pernas, dois braços, dois olhos, tem gente que não tem...
Bem, desde pequenos ouvimos isto e vamos introjetando. Quando estamos deprimidos ou nos sentindo como se carregássemos o peso do mundo, vem sempre alguém com a melhor das intenções dizer uma destas frases. Ou então, nós mesmos, como consolo pra tanta desgraceira que, por vezes, cai sobre a gente, falamos interiormente, como se nos anestesiássemos:  - Pára de reclamar, é só olhar pros lados pra ver que tem muito mais sofrimento por aí do que o seu!
É isso ou um tiro na cabeça...Tem gente que se acha egoísta por estar sofrendo quando há tantos problemas graves à nossa volta, tanta fome, tanta miséria. Mas acontece que cada um TEM o direito de sofrer, sim.
Acho que os sentimentos humanos existem para serem sentidos com toda a sua força. Precisamos dar vazão, deixá-los sair. Gritar, chorar, espernear. Sentir raiva, dor, prazer, alegria. A compaixão tem lugar, mas quando sofremos, só nós sabemos da nossa dor.
Subestimar nossos sentimentos, tornando-os menores, sublimando-os ou fingindo que não os sentimos, isso sim, é doentio.
Fomos feitos pra nos regozijar com pequenas coisas e chorar também por elas. Pelas grandes então, nem se fala.
Setembro chegou.
É o meu mês. O mês em que nasci e em que a Primavera me traz de volta pequenos tesouros.
Sempre acontece algo de bom para mim em Setembro, nem que seja um almoço em família no dia do meu aniversário.
Olho pela minha janela e me recordo do que vi através dela durante todo esse ano.
Pequenos grandes milagres da Vida, diariamente. Os micos leão da cara dourada, com seus filhotinhos às costas.
O gaturamo verdadeiro, com seus tons de azulão e amarelo intensos...
O filhote de porco espinho, vindo comer os restos das frutas que os micos deixaram...
Os canarinhos da terra, livres, comendo a canjiquinha que coloco para eles no muro...
O lagartão de um metro e meio que mete medo em muita gente, mas que tem mais medo de nós do que nós dele...

Vejo tudo isso da minha janela e muito mais, durante todo o ano.
Sofri? Muito! Este ano foi um ano intenso, em que muitas vezes me senti fraquejar, em que muitas vezes pedi (sim, pedi, não sei a quem, mas pedi) que minha vida tivesse fim...e que meu sofrer terminasse...
Mas, também tive inúmeras alegrias. Fiz amigos de verdade, conheci algumas pessoas ao vivo, pude abraçá-las, sentir seu calor e dizer o quanto as amo olhando em seus olhos...Estreitei laços, lancei meu livro...
Escrevi, escrevi...chorei, chorei. Tive momentos de intensa euforia, e também de profunda depressão...Os hormônios, ah, benditos hormônios ( ou será que devo chamá-los de malditos? )...
Enfim, olhando pela minha janela, via a Vida e a cada dia que passa entendo mais do que é feita.
Da dor e da alegria, do sal e do açúcar...de nascimentos e também de perdas.
Mais um aniversário se aproxima e sei mais acerca de mim.
Acho que disso tudo, essa é a grande certeza que tenho hoje: Me aceito e me conheço.
E sei do que sou capaz.
Minha janela é minha vida. Sou grata por ter me mostrado que a natureza sou eu. E que eu sou ela.
Fosse entre lágrimas ou entre sorrisos, vi meus bichos, diariamente e, todos eles me pertencem e eu a eles.
Por esse retângulo iluminado pela claridade lá de fora, olhei e vi.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Brasil, Mostra a Tua Cara!


Já não é de hoje que tenho pensado o Brasil.
Pensado o Brasil como Povo, como Nação, como Pátria. Como um somatório de muitos, de cada um.
Esta pátria, da qual nos orgulhamos, quando a seleção ganha a Copa do Mundo ou o Campeonato Mundial de Vôlei.
Este paísão enorme, quase um continente, que vemos ser vilipendiado por nós mesmos, pelos outros e nos calamos aquiescentes, coniventes.
Porque brasileiro é assim: fala mal do vizinho quando sabe que ele deu propina ao guarda para que não o multasse, mas que faz o mesmo quando o caso é com ele.
Porque brasileiro xinga a mãe de quem para o carro com duas rodas na calçada...mas, quando não acha vaga perto do Maraca em dia de jogo do seu time, joga o carro com as quatro rodas por cima da mesma calçada e pensa: Que se danem os pedestres! Que desviem! Preciso ver o jogo do meu time e estou em cima da hora!
É a tal estória do: "Todo mundo faz...também vou fazer".
Não sei de onde vem isto. Se foi o tipo de colonização a que fomos sujeitos que gerou esse descompromisso, esse pouco caso com o outro, com o bairro, com a cidade, com o estado e, consequentemente, com o país.
Quando leio nos jornais casos, como o de agora, em que o STJ quer porque quer ter seus salários reajustados "porque está na lei" e, de roldão, os juízes também terão os seus reajustes, ou quando vejo os deputados aumentando seus próprios salários, sempre que a lei permite, mesmo sabendo que isto significa um rombo enorme no orçamento e que a educação e a saúde, já péssimas, não terão verba devido aos milhões gastos com estes aumentos, fico pensando: Aonde erramos como Nação? Ao escolher os nossos governantes? Ao sermos corruptos e corruptores também?
Porque não somos como os japoneses que pensam não em cada um, mas no todo.
Cada japonês É o seu país. Cada um se sacrifica em prol de um bem maior. Há bem pouco tempo, alguns japoneses, homens e mulheres, professores, cientistas, pais de família da terceira idade se ofereceram em holocausto para entrarem na Usina de Fukushima e consertarem o reator, mesmo sabendo que poderiam morrer lá dentro.
Isto é pensar num país como Nação. Como SEU. Como de TODOS. O país como um BEM maior.
Corrupção, há em todo lugar, mas nos outros lugares há punição. Aqui não, a certeza da impunidade é que faz a ganância e a criminalidade crescerem a cada dia. E não me venham dizer que é a miséria ou a pobreza a causadora disto tudo. Não, isso é cultural, é ancestral, carregamos em nossos genes o desejo de se locupletar mais, sempre que possível, pouco se importando com o resto do país.
Na nossa cabeça não há um Brasil, mas vários Brasis, um para cada um de nós. Um Brasil moldável, adaptável aos nossos próprios interesses, a cada interesse, em detrimento do TODO. Somos um país de egoístas.
Acho vergonhoso que o judiciário dê esse exemplo de incivilidade, de desamor à Pátria. Seria uma ótima oportunidade de darem o exemplo, de a partir deste episódio, começarmos a construir a ideia de que somos todos nós, juntos, quem formamos a Nação.
Não só quem legisla, não só quem executa as leis, não só quem as faz cumprir. Mas o povo, tendo em quem se espelhar, vendo exemplos de amor à pátria, talvez tendo hospitais melhores, educação de qualidade para seus filhos, começasse a construir, dentro de si a auto estima necessária para que se AME uma Pátria.
Mas creio que, infelizmente, estamos a anos luz de que isso aconteça. O Japão para nós, fica em outro planeta.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Ser & A Criação

Eu poderia escrever semanas inteiras sobre a minha melancolia sem que ninguém entendesse o que, de fato, se passa dentro de mim.
Escrever é catarse, é um modo de entender a mim mesma. Ao mesmo tempo me conheço bem para saber todas as razões da minha tristeza. E são muitas.
Mas de nada adianta nessas horas, me dizerem : Levanta, vai olhar o sol, vai escrever, vai fazer isso ou aquilo... Sei que a intenção é a melhor, mas não resolve.
Preciso, nesses momentos, colocar para fora a minha raiva, a minha decepção, as minhas dores. E ficar encaramujada na minha tristeza, sim. Preciso dela, como preciso da minha alegria.
E não se trata de masoquismo, mas de vivenciar a dor até seu limite, para então, expurgá-la.
Ontem li um texto que falava sobre a melancolia e de que como essa representação remonta à Antiguidade grega.
Para Aristóteles, "o melancólico é associado à excepcionalidade criativa". A melancolia é consequência de "uma conformação biológica que predispõe uma pessoa à instabilidade". Ele a associa, inclusive, "aos efeitos produzidos pelo vinho", ou seja, torna essas pessoas sensíveis a movimentos de êxtase, que acontecem como se a pessoa, embriagada, "saísse de si, tivesse acessos de furor e oscilações de humor".
Por isso, a criação poética pode ser percebida como melancolia. E os escritores, poetas, artistas em geral,  "por seu estado pendular e oscilante". Os seres criativos são aqueles que transitam entre o abatimento e a genialidade, entre a tristeza e a alegria.
Sou assim. Sempre fui assim. Não estou me chamando de gênio, não é isso. Mas me vi nessa descrição. Ela me coube como um vestido feito sob medida.
Alguns poderiam chamar a isto de bipolaridade. Não sei, não entendo de psiquiatria. Pelo que tenho visto e pelas pessoas que conheço, somos todos bipolares, alguns mais, outros menos.
Mas, agora entendo melhor o que sinto. O porque de meus momentos de efusão criativa e de abatimento. De tristeza e alegria.
E não adianta querer explicar isto para quem não tem dentro de si um escritor ou um artista, que não entenderá. Mesmo.
Então, só me resta conviver com meus Dr. Jeckyll & Mr. Hardy...Aliás, não sei quem é mais "hard"...eles ou eu...

* excertos tirados do texto do Globo de 17/08/11 da coluna de Francisco Bosco.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Girassóis & Sonhos

Nem sempre eu achei que podia...Muitas foram as vezes em que duvidei de mim mesma, de que fosse capaz, de que chegaria a hora da virada. E, no entanto, ela vem chegando...Sinto, pressinto, ouço seu caminhar descalço na minha direção, passos leves como os de uma criança, chegando aos poucos para não me assustar. Felicidade demais também assusta....
Muitas, muitas vezes, acordei nas madrugadas, com o coração aos pulos perguntando a mim mesma se seria capaz. Ou se conseguiria...se não seria mais uma entre tantos medíocres...o medo da mediocridade me apavora...E o mundo anda cheio deles achando ou pensando que são os reis do mundo...
Quantas noites insones, quantas lágrimas, quanta dor...E, no entanto, sinto o ruflar das suas asas, o esvoaçar de seu vestido. Ouço ao longe e não deveria ter duvidado do que as minhas libélulas vieram me anunciar num dia qualquer, onde a esperança parecia ter me abandonado...Elas choveram em asas diante dos meus olhos que, extasiados, não queriam acreditar.
E eis que ouço, que sinto seu cheiro e vejo o ar se tornar diferente e os dias amanhecerem com ares de que sonhos estão por se concretizar...
Eu sempre amei os girassóis e só muito mais tarde fui saber de seu significado: fortuna (não no sentido de dinheiro, mas de sorte), bons augúrios, fama, sucesso, felicidade, calor e, para mim, o mais bonito de todos: altivez.
Esta postura diante da vida, a altivez, não o orgulho ou a vaidade excessivas, mas a dignidade, a luta permanente diante dos percalços e dos sofrimentos que a vida nos impõe foi um dos meus motivos para ter continuado e ainda continuar, mesmo com tantos obstáculos e boicotes à minha volta.
Os girassóis representam tudo isto e, assim como as libélulas, têm um significado mais do que especial para mim.
Dedico o post de hoje à minha fé em mim mesma, (embora muitas vezes eu tenha esmorecido, não desisti) e à minha doce e forte amiga Giovanna, a Gi, que faz aniversário hoje. Uma mulher que sabe o verdadeiro significado da altivez.
Grande beijo, minha amiga querida,!
Paz, Luz e Girassóis na sua Vida! Seja feliz!
Que nossos sonhos estejam muito próximos da realização!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Falemos de Tudo, Como os Loucos...

Sou do tempo em que rosas eram sinal de afeto. Em que as casas estavam sempre abertas para receber os amigos
Não sou de resmungar reminiscências, nem de achar que antes era melhor do que agora. Acho que cada tempo tem seu encanto, cada época, sua graça.
Não sou de recorrer ao passado (não ainda...) para explicar porque o hoje está assim ou assado... Nem de procurar culpados para o que não deu certo ou não brotou. Às vezes, ficamos nos colocando fardos inúteis, procurando culpados, nos culpando por alguma coisa que não vingou.
- A culpa é sempre da mãe! brinca comigo a minha filha, procurando nos velhos chavões de antes, um jeito de mexer comigo quando fala de alguma dificuldade na vida.
Hoje ouvi uma palestra onde o orador dizia que o mundo é feminino e matriarcal porque as mulheres é que detém o poder sobre a continuação ou não da espécie humana.
Verdade absoluta. Pena que nem todas se dêem conta deste poder. Pena também que algumas achem que para alcançar seus objetivos têm que abrir mão da sensibilidade, da feminilidade, da lágrima escorrendo sem motivo.
Eu sou do tempo das rosas, mesmo sendo uma mulher de hoje. E não quero abrir mão delas para mostrar que sou forte ou auto suficiente.
Haverá, no futuro, um tempo de se receber rosas? Haverá quem as presenteie, quem as dê, ou mesmo quem as receba num futuro próximo?
Em tempos robotizados, onde as pessoas preferem um aparelhinho de último modelo do que um abraço ou um beijo, onde não sobra tempo para se pensar na vida ou refletir sobre nossas dores e angústias, haverá quem plante rosas num jardim?
Prefiro imaginar que sim...A humanidade anda desumana demais para o meu gosto. De um lado, fanáticos religiosos, de outro boçais ou medíocres...e no meio, os que como eu, ainda dão valor a um olhar e a um ramo de rosas ou a um belo livro de capa dura...
Talvez eu seja uma espécie em extinção...Talvez eu seja um pouco romântica demais para esses novos tempos...Fiz um post em que falei de vários assuntos e não falei de nada....Falei de rosas e do poder da mulher, da humanidade e da perda do que temos de humano e sensível...
O que resta ao ser humano além do sentir? Será que permitiremos que nos tirem isso também?
Ai, que vontade de apagar esse post...não estou dizendo coisa com coisa... Divaguei, divaguei e não cheguei a lugar nenhum...
Ah, semana passada li que haveria uma exposição no Rio com peças sacras e, entre elas um frasco com o suposto (sic) leite materno da Virgem Maria...O que?
Será que alguém realmente acredita numa coisa dessas?
Voltemos às rosas e ao meu post louco.
Ou melhor, acho bom me despedir antes que eu provoque alguma nova polêmica...
Bom fim de semana pra todo mundo!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mundo Estranho

O mundo anda estranho...Muito estranho...
Recebi um convite para uma palestra do editor Bob Stein, fundador do Institute for the Future of the Book. Ele prega que o livro, como o entendemos hoje, está fadado a acabar. Que o futuro do livro é se tornar uma grande biblioteca virtual, onde as pessoas se reunirão para fazer e contar suas próprias estórias, como se fossem videogames. E que o ato solitário e silencioso de ler um livro impresso está com os dias contados e mais ainda, que o livro físico, tal como o conhecemos hoje, será objeto para colecionadores, e portanto, caríssimo e raro.
Outra notícia triste: a escrita à mão, a letra cursiva, também está com os dias contados. No estado de Indiana, nos EUA, o governo desobriga as escolas a ensinar a escrita cursiva e recomendou que se dediquem ao ensino de digitação.
OK. Hoje em dia para se conseguir qualquer emprego se é obrigado a ter destreza na digitação de um computador e saber usá-lo é condição sine qua non para se obter um trabalho.
O mundo se encaminha para cada vez mais tecnologia e gadgets de todos os tipos. A cada dia surge mais um Tablet, um IPad, um leitor digital, uma nova forma de nos deixar conectados o tempo todo. O Big Brother de que falava Geoge Orwell nos olha o tempo todo e em todos os lugares. Somos alvo de investigações no Facebook, no Orkut, nos blogs, nos emails...Há sempre um grande olho nos vendo a cada passo que damos.
Só que há um porém. Com essa nova onda tecnológica que, a propósito, nem conseguimos acompanhar, estamos perdendo instintos básicos. Estamos perdendo conhecimentos adquiridos durante séculos.
A escrita, está provado pelos neurocientistas, provoca uma intensa atividade cerebral  na região dedicada ao armazenamento de informações. E isto tem ligação direta com a elaboração e criação de ideias e sua expressão.
Será que daqui a alguns anos seremos seres robóticos?
Será que o livro impresso está mesmo com os dias contados?
Acho que, assim como a indústria armamentista semeia e fomenta guerras, para vender as novas invenções para matar, a indústria da tecnologia está nos jogando num mundo onde as necessidades básicas estão dando lugar à sofisticação e ao desejo por tecnologias que não nos fazem falta, que são totalmente supérfluas. Já pensaram que há vinte anos atrás ninguém tinha telefone celular e todos viviam muito bem sem eles?
Eu, como gosto de uma teoria da conspiração, acho que por detrás disso tudo, há uma grande organização tentando vender aos povos do planeta, principalmente aos países emergentes, essa ideia de que "ter" o que há de mais novo em matéria de gadegts os faz terem mais "status". Quanto mais novo o "brinquedinho", mais aceito se será entre os iguais. E há uma competição extremada, filas se formam nas portas dos grandes magazines a cada vez que um novo "invento" é lançado no mercado, acompanhado de verbas publicitárias estupendas. Ninguém pode "deixar" de tê-lo. Meu amigo tem, o vizinho comprou. Também quero.
Mas, paremos um pouco para refletir: Enquanto em alguns países da África, as pessoas e crianças morrem por falta de comida, morrem de sede, nunca tocaram ou sequer viram um livro de papel, não estaremos pulando etapas? A humanidade está caminhando para onde? Para uma reinvenção de si mesma ou para seu fim? É sabido que as ondas eletromagnéticas destes aparelhos podem provocar câncer...Será que estamos caminhando para nosso extermínio? Onde será depositado todo esse lixo tóxico do que estamos consumindo em larga escala?
A quem interessa vender essas novas tecnologias? A quem interessa tornar o mundo cada vez mais vigiado?
Pensemos nisto antes de comprar o novo Tablet que foi lançado ontem. Até porque haverá um novo amanhã.
Façamos uma revolução ao contrário. Digamos não ao excesso de robotização e voltemos às nossas raízes humanas. Antes que seja tarde demais.

Imagem retirada daqui.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Chuva de Libélulas


Era um dia da semana comum. Eu me preparava para sair, quando, ao chegar à varanda, me deparei com um espetáculo inusitado:
Uma chuva de libélulas. Muitas. A área aberta, ao lado da varanda estava repleta delas, voando em todas as direções...
Fiquei feliz em vê-las, minhas velhas amigas, que sempre dão um jeito de aparecer quando estou triste. 
Me dão sempre um sinal de que coisas boas virão ou me fazem ter esperança de que transformações se aproximam. Por querer crer nisto, talvez eu veja simbolismos onde não há nada, talvez simples libélulas voando...Dragonflies cruzando o céu, translúcidas, me brindando com pequenos lampejos de esperança.
Perguntei-me: Será que isso quer dizer alguma coisa? Uma transformação muito grande em minha vida? Uma boa notícia, talvez? Símbolos de transformação e liberdade...Libertação? Conquistas?
Não sei, tudo continuou igual...A semana seguiu, nada aconteceu, as boas notícias não vieram, mas aquele espetáculo ficou gravado em minha memória...Como já contei aqui e também no meu livro, gosto de engarrafar momentos e guardá-los para sempre. Este foi um deles, guardei numa das minhas garrafinhas de memórias e pendurei-a no meu varal de lembranças...Nem peguei minha máquina fotográfica porque nada seria capaz de traduzir a beleza daquele instante...bastava minha memória, uma lembrança feliz, um momento de brilho, pequenas luzes a clarear o meu breu....
Bastava isso e a minha contínua esperança...

Foto NatGeo



terça-feira, 19 de julho de 2011

Obstinação


Creio, como muitos já disseram, que escrever é um ato extremamente solitário. E acho mesmo que o escritor precisa da solidão, precisa dela, para que os personagens venham, se incorporem, se encorpem, tomem forma e, como numa visão fantasmagórica, se apoderem dele, da sua alma, anulando-a por meses a fio, para que eles, os personagens, vivam.
É preciso muita obstinação, dedicação e teimosia para ser escritor, para querer contar estórias num país que não dá valor às letras e pouco sabe sobre seu presente, que dirá sobre o seu passado...
Quanto mais eu me dedico a esta tarefa, a árdua e prazerosa tarefa de tentar contar uma estória, mais percebo o quanto é feita de esforço e trabalho. De luta obstinada contra tudo e todos.
De luta interna, de batalha diária pelos meus ideais.
O escritor sofre, ri, chora, se arrepende, junto com seus personagens. Afinal, todos têm um pouco dele, até os que aparentemente nada têm em comum com seu modo de pensar ou de agir.
A palavra que, ontem, me veio à cabeça foi: obstinação. Um somatório de dedicação e teimosia.
Só quem é obstinado, alcança o que deseja. Só quem não tem medo de si mesmo e dos outros pode atingir seus objetivos.
O medo da crítica, o medo, por si só, tem que ser esquecido. Ninguém faz nada com medo. Ninguém cria nada com medo. O medo nos tolhe, nos impede de avançar.
A decepção também faz isso com algumas pessoas. As impede, as puxa para trás. Não a mim. Em mim faz o oposto, me empurra para a frente, me faz querer mais.
Tenho vivido momentos de muita decepção com algumas pessoas próximas e já falei sobre isto aqui, antes.
Pessoas que poderiam ter me estendido a mão e não me deram um único dedo. Gente da minha própria família. Gente que me deu o mais absoluto desprezo. E não me queixo dos que não conheço ou de quem não tenho laços afetivos. Falo de pessoas que são sangue do meu sangue. E me viraram as costas sem um único sorriso ou olhar de apoio. Até o silêncio poderia ter sido eloquente, mas nem o silêncio recebi de volta.
Mais uma vez volto à palavra: OBSTINADA.
É o que sou, o que sempre fui. Uma teimosa. 
Diante da vida, da minha saúde frágil, dos meus quereres e de quem não me estende a mão. 
Sempre fui uma leoa neste sentido, de alcançar o que quero, de defender o que penso ser o certo e o que vai me fazer feliz. Sempre. Apesar dos pesares, das palavras desanimadoras, do abraço que não veio, da palavra que esperei em vão. Já tive muito, já perdi muito, mas sempre consegui o que me propus a ter.
Mais uma vez, começo. Recomeço. Escrevo outro livro. Não posso parar. Preciso disto para que eu viva, mesmo que seja respirando através de personagens fictícios. Sigo. Vou.
E sei que a Vitória não tardará, porque creio nela, mas principalmente, porque creio em mim e na minha capacidade.
Porque nasci escritora e preciso das palavras, como preciso do ar, para que eu viva, através delas, para sempre. Obstinadamente, eu sei que vencerei.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Flor & Espinho


Por ser uma pessoa que se expõe muito (por vezes, até demais) às vezes as pessoas confundem a escritora e poeta com a Glorinha, pessoa e vice versa.
Nem sempre o que eu escrevo deve ser entendido literalmente...Quantas vezes estou trespassada de dor e meus textos estão leves e reflexivos e somente muito poucos, que me conhecem muito, muito bem, percebem que estou triste.
Acho isso normal e até natural, visto que ninguém é adivinho para saber o que vai pela alma das pessoas, ainda mais de quem se conhece superficial e virtualmente.
Muitas vezes sou espinho querendo ser flor. E, noutras tantas sou flor, desejando mostrar a agudeza e o fio dos meus espinhos. Não sou sutil, é certo. Sou literal e muitas vezes, como me disse uma amiga, acessível demais, por me expor demais. Este é o preço que pago pela exposição demasiada. Mas ainda assim, mesmo sendo tantas vezes ingênua até, prefiro ser assim do que fingir o que não sou ou não sinto.
Hoje, escrevi um comentário num blog em que refleti sobre o conceito:
Uma imagem vale mesmo mil palavras ou  é justo o contrário: uma só palavra pode valer por mil imagens? Acho que há as duas possibilidades. Uma imagem pode ter uma força imensa, mas acho que as palavras, por darem vazão a toda espécie de interpretação que se queira, tem também a força que se queira dar a ela. Tanto por quem a escreve quanto por quem a lê. A palavra tem a força da intenção de quem a escreveu e de quem a leu. Portanto, podem ser duas intenções diametralmente opostas.
Às vezes, gente fútil me incomoda, gente supérflua me enerva. E gente que brinca quando quero chorar ou me cutuca quando quero ficar quieta me deixa louca. É, sou difícil. E exigente, como diz uma amiga. Sou sim.
Ultimamente estou como a canção de Nelson Cavaquinho:
"Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor..."
Não, não estou sofrendo de amor...como alguns irão pensar. Estou sofrendo e é só...Solitária e reflexiva como convém a quem está em pleno processo de criação.
Sofrimento de escritor não precisa de motivo ou explicação.
Sofro...
Palavra que vale mais que mil imagens.

PS - esse texto não foi escrito por causa de nenhum dos comentários que recebi no post anterior, hein gente!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Essa Tal de Esperança

Ontem, vi um trecho de uma entrevista com o Marcelo Yuka, aquele músico que levou um tiro num assalto e fixou tetraplégico...
Ele dizia que, no seu modo de entender, nada do passado importava e que ele nunca ficava triste pensando que estava numa cadeira de rodas ou se lamentava pela vida que vivia ou do que já tinha acontecido porque, para ele, sempre, "O MELHOR AINDA ESTAVA POR VIR"...........
Fiquei com esta frase me martelando a cabeça..."O MELHOR AINDA ESTAVA POR VIR".
Acho que pessoas muito religiosas pensam assim, ou porque acreditam na vida eterna ou na vida após a morte ou porque acham que vão reencarnar outras vezes...Como sou um abominável ser sem fé, fiquei pensando se isto não se chama esperança...
E fiquei invejando, secretamente, as pessoas que pensam assim...Desejei ardentemente ser como elas e achar que "O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR".
Como gostaria de acreditar nisso, de imaginar que minha vida será um mar de rosas, que nada do que vem acontecendo importará daqui para a frente, porque "O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR"...
Quero repetir esta frase à exaustão, como um mantra...Quero ficar imune às mentiras, às falsidades, às puxadas de tapete, às injustiças e à desesperança.
Quero esquecer o dia de ontem e amanhã, esquecer o dia de hoje, porque "O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR".
Pode ser que martelando, teclando, enfiando esta frase em meu cérebro, acabe por acreditar nela e, acreditando, acabe fazendo acontecer e que o melhor, finalmente chegue e deixe de somente estar por vir.
Quero dar a mão à esperança e desejo que me leve com ela a brincar de sorrir. Borboletas e libélulas são, para mim, um sinal de esperança. Quero crer nisto. Preciso crer nisto.
Que ele venha, O MELHOR, que ele me transforme, me transmute, me dê asas e me faça feliz outra vez.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Encafifada


Quem me acompanha e não desistiu de mim até hoje (rsrs ), sabe que sou uma pessoa encafifada. Há também os sádicos e os masoquistas, que mesmo não gostando do que escrevo ou penso, ainda assim, vem aqui conferir e me deixar um ou outro, raros, comentários anônimos.
Podem me chamar de louca, de ciclotímica (acho que o nome é esse), de bipolar....eu, sinceramente, não sei o que eu sou. Tenho períodos de intensa alegria, de euforia, de melancolia e todas as " ias " que há nos dicionários...Tenho períodos de tristeza imensa, de me sentir dentro de um buraco sem fundo...Sou questionadora, reflexiva, abusada e às vezes, metida. Sou mesmo desmedida. E sou extremamente sensível, tenho mesmo alma de artista, mas a parte louca e intranquila dos artistas, não a glamourosa e que deveria causar inveja.
Acontece que já me aceito assim. Nasci desse jeito. Muitas vezes, muito chata e outras vezes, muito bacana. Como a maioria das pessoas. Tenho um gênio difícil? Tenho. Sei disso? Sei. Procuro melhorar? Procuro, embora nem sempre consiga...
Mas não é para falar disso que resolvi escrever esse post. É para falar sobre uns pensamentos que têm me acompanhado muito ultimamente:
Vivemos a vida como se pensássemos que a enganamos. Cada dia vivido é como uma rasteira na morte:   -Ainda não foi hoje! Iupi! Só que raramente nos damos conta disto.
Vivemos cada dia sem pensar nela, sem pensar que amanhã poderemos não estar mais aqui...E isso não é morbidez, é reflexão. Às vezes tenho pensado que me desespero por coisas tão banais, problemas que me parecem enormes e que pluft, se eu morrer, eles desaparecerão comigo...E que eu terei gasto tanto tempo inútil com elas...Mas, quando a gente atravessa uma tempestade só quer sair dela, não pensa que pode morrer "dela", pois o instinto de sobrevivência fala sempre mais alto.
Noites insones, discussões inúteis, destemperos, aborrecimentos, orgulho, estupidez. Tudo pra que? Para nada.
Ou melhor, para tudo...porque nós, os seres humanos, damos valor demais à nós mesmos. Nos achamos os reis da cocada preta, os donos da verdade, os decisivos, os mais mais, os escolhidos.
Pensamos sim. E não vá me dizer, você que me lê, que nunca se achou assim. Não seja falso com você mesmo, leitor/a.
Achamos que somos os bons, os tais, que não merecemos o jeito como muitas vezes somos tratados, que somos vítimas, as eternas vítimas dos outros. Ou da vida.
É chato admitir isso, eu sei. Mas hoje, durante o banho, enquanto a água caía quente sobre o meu corpo e a olhei escorrendo pelo ralo, pensei:
Somos isso. A cada dia, um pouco mais se vai pelo ralo e não importa se somos presidentes, papas, mendigos, arrogantes, cidadãos que pagam seus impostos ou ladrõezinhos baratos...um dia, não sobra mais nada da gente...Um dia a morte deixa de fingir que brinca de esconde esconde conosco e nos dá o abraço fatal.
Aí, meus amigos/as, de nada adianta ser milionário ou pobretão...sumimos pelo ralo. Estou falando o óbvio, sim, mas muita gente vai vivendo a vida sem pensar muito nisso.
Eu, encafifada que sou, penso nisso quase todos os dias. Para o bem ou para o mal. E ainda não cheguei à conclusão nenhuma, mas estou perto, bem perto...pelo menos, eu acho...
Enquanto isso, um brinde ao hoje! Um brinde à Vida! Com Café, é claro!
Salut!

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Favor da Vida e do Amor

A Parada Gay de São Paulo causou uma grande polêmica porque usou (lindamente, por sinal) imagens de belos homens como se fossem santos, fazendo uma campanha a favor do uso de preservativo, coisa que a igreja católica condena. Acho que prefere gente doente ou morta do que abrir a cabeça à reflexão e aos novos tempos em que AIDS mata.
Queria saber o seguinte: O que a igreja católica tem a ver com isso? Aliás, o que as igrejas, de modo geral, têm a ver com o lugar onde as pessoas colocam os seus pênis ou suas vulvas (palavra feia, aff).
Deveriam se preocupar com a pobreza, a miséria, os pedófilos, isso sim!
E ainda dizem aos seus fiéis para não usar camisinha porque sexo é só para procriação. Eu hein? Se fosse assim, depois da menopausa todas as mulheres seriam condenadas ao celibato. Como se debaixo de tanta hipocrisia eles fossem os donos da verdade e da razão. Eu não acredito em santos, porque devo respeitar as imagens, como se religiosa fosse?

Se não se abrir os olhos, daqui a pouco, com o recrudescimento de valores ultrapassados, o Brasil vai ficar igualzinho a certas correntes muçulmanas que mandam matar quem faz charge com Maomé. A constituição brasileira prega que o Estado é laico. Cada um acredita no que entende e quer e nem todos são católicos, evangélicos ou umbandistas ou crêem em algum deus.
Sou a favor, como já disse várias vezes antes, à total e irrestrita liberdade de expressão.
O que fizeram nesses cartazes foi Arte.  E Arte criativa. Arte a favor da Vida.
Eu apóio.
Assim como acho que quem é contra tem o direito de expressar sua opinião, sem enfiá-la goela abaixo dos demais...
Discordar é salutar, faz pensar. Só não aceito que as igrejas se arvorem no direito de dizer o que é bom ou ruim para todos.
Que orientem seus rebanhos e que eles aquiesçam, como rebanho que são, aos seus mandamentos.
Eu, como sou herege, atéia e para alguns, vou arder no fogo do inferno, discordo e coloco aqui minha discordância, pois esta é minha tribuna e meu território do livre pensar.
Sou a Favor da Vida e do Amor! "Qualquer maneira de Amor vale a pena!"
USE CAMISINHA!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Liberdade de Expressão, O Grotesco e A Democracia

Hoje o blog Suma Irracional está entrevistando o humorista Rafael Mazzi e faz a seguinte pergunta aos leitores:  O Que Você Acha Engraçado.
O meu amigo Roy, do Suma, me mandou por email essa questão que anda sendo debatida pela internet e sobre o qual a minha amiga Luma já havia falado também.
Eis o que respondi ao Roy:

"Não, não vejo esse tipo de site, não me interesso por esse tipo de humor...mas vi no blog da Luma ela falando algo a respeito. se for sobre isso, sei que eles andaram fazendo piadas grosseiras com mulheres, sobre estupro etc, não foi isso?
Bem Roy, minha opinião é a seguinte: sou a favor da liberdade de expressão, ampla e irrestrita...Ouve quem quer, lê quem quer, aceita a afronta ou a grosseria quem quer...Acho que as pessoas podem falar ou escrever sobre o que quiserem. Chega de patrulha ideológica! Nosso país já viveu muitos anos sob uma ditadura funesta pra ainda ter esse tipo de discussão, se pode isso, se é politicamente correto aquilo...não gosto de, e nem vejo TV aberta, nunca vi esse tal de CQC, mas meus filhos vêem, às vezes, conheço gente que vê...acho que muito pior é essa bancada evangélica querendo patrulhar os homoafetivos. Mas até eles têm o direito de reclamar...Outro dia li uma frase muito interessante sobre a verdadeira democracia e o estado de direito: A VERDADEIRA DEMOCRACIA É OUVIR, LER OU VER O QUE NÃO CONCORDAMOS E, AINDA ASSIM, RESPEITAR O DIREITO DELES DE FALAR, ESCREVER OU MOSTRAR, MESMO DISCORDANDO....Genial isso, não acha?
Enfim, é assim que penso e tenho tentado pensar, mesmo quando discordo...
beijos,"

O negócio é o seguinte: Meu blog é meu, emito nele as opiniões que desejo, falo sobre o que quero e do jeito que achar que devo. E penso que democracia de verdade é a que aceita todos os tipos de ideias, mesmo as grosseiras, as grotescas, as politicamente incorretas, as estapafúrdias.
Não acompanhei esse debate nos meios de comunicação porque, além de não ver TV aberta, não gosto desse tipo de humor que beira, e até por vezes, cai no grotesco. Mas acho que vê quem quer, se não gosta, é só mudar de canal, ouvir uma música, ler um livro...Há vida inteligente na Tv, mas também há muita bobagem, mais bobagem do que inteligência, aliás.
Muito pior do que piadas grosseiras é ver criancinhas de 2, 3 anos dançando e cantando funk, com letras de duplo sentido, descaradamente alusivas a atos sexuais ou fazendo gestos libidinosos em sua santa inocência...Muito pior do que isso é ver uma bancada evangélica tão forte e coercitiva que faz a presidente de nosso país voltar atrás em decisões tomadas. Muito pior do que isso é assistir à roubalheira que a família Sarney faz, ininterruptamente, durante 50 anos no Maranhão, deixando o povo à mingua enquanto sua fortuna cresce a cada dia. Mas até isso há que se aceitar pois foi a vontade do povo mantê-los lá, no lugar que ocupam.
Há muitas coisas piores do que piadas de mau gosto ou politicamente incorretas. Eu não gosto de programas humorísticos, não vejo graça em nada disso, mas acho que isso é balela perto do que acontece de grotesco, de aviltante e de anestesiador das consciências em nosso país. 
Estupro é o que nosso povo sofre calado e ainda, gozando há séculos.
Sou a favor da total liberdade de expressão, ainda mais atualmente, quando estamos beirando uma volta à época medieval com os homofóbicos, os evangélicos e as igrejas, de modo geral, querendo ditar o que é bom ou mau para as pessoas, como se fossem todos uns imbecis que precisassem da religião ou do estado como tutores.
Infelizmente nosso povo adora um cabresto, seja colocado pelos velhos coronéis que estão aí, até hoje no poder, seja colocado em nome de um deus fajuto. Nossa cultura é pobre, é rasa, é afeita aos cabrestos, à censura e à cangalha.
Cabe a nós, que conseguimos enxergar um pouco mais, que digamos não à qualquer tipo de censura à liberdade de expressão, ao direito de se falar o que se quer ou pensa...Vinte e um anos de silêncio, é tempo demais. Estamos desacostumados à liberdade, seja de ideias, pensamentos ou atos.
Essa discussão é tola...afinal, como disse um juiz da Suprema Corte americana, Potter Stewart: 
"A censura reflete a falta de confiança de uma sociedade nela mesma."

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Refletindo Sobre Livros, História & Colonialismo

Li, recentemente dois livros sobre colonialismo: o de Isabel Allende, A Ilha Sob o Mar e o último do Vargas Llosa, O Sonho do Celta.
Gostei razoavelmente do primeiro e não gostei muito do segundo.
Mas, tanto um quanto o outro me fizeram pensar nas formas de colonialismo que existem e existiram no mundo.
E como esta forma violenta, devastadora, de expansão territorial marcou o que se entende hoje como: Mundo Moderno.
Mapa do colonialismo nas Américas em 1763

O livro da Isabel Allende mostra a que preço foi feita a colonização do Haiti e ao lê-lo, entendemos melhor a história do povo desta ilha, até hoje vivendo abaixo da linha da miséria, com sucessivas ditaduras ao longo dos séculos. Seguindo sendo explorada, dizimada, trucidando-se e sendo trucidados por outros povos e por eles próprios.

O livro do Vargas Llosa mostra também, como a África e a América do Sul foram repartidas entre os países europeus colonizadores e de que forma esta colonização, supostamente feita para levar "cultura", religião, educação, "tirar os povos da barbárie" em que se encontravam, era somente uma fachada para a exploração desmedida, a usurpação dos valores culturais, o extermínio de populações indígenas e tribais.
Eu sou de opinião que os romances históricos são de extrema importância, pois é através desta visão, deste "olhar para trás" que entendemos o passado e podemos analisar o presente e não repetir ou tentar não repetir os mesmos erros no futuro. Mas o ser humano, quanto mais poder tem, menos pensa no outro. A ambição por riqueza e poder promove as guerras, os radicalismos, o terror. O que são as guerras senão a tentativa de fazer valer pela força os valores de um povo sobre o outro?
Os países colonizados, entre eles o Brasil, deram o suporte para que as "grandes nações" do mundo fossem o que são. As igrejas, catedrais, museus, cultura, belezas arquitetônicas, em sua maioria, foram patrocinadas pelo nosso ouro, nossa borracha, nossas inúmeras riquezas, usurpadas, trocadas e barganhadas, algumas, exploradas até se extinguirem.
Isto sem falar nos povos que simplesmente desapareceram ou foram escravizados e mutilados em suas culturas e valores.
Tudo isto me faz pensar até que ponto uma nação pode ou deve alterar e interferir na cultura de um outro povo. Seja em nome de religiões ou direitos humanos ( aos nossos olhos, não aos deles).
Ao fazermos isto não estaríamos repetindo os erros do passado?
Procurem ler e refletir sobre este assunto...
Boa Semana!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Palco

Me pego pensando, enquanto olho estas árvores, qual é o meu papel nesta vida.
Vivi, até meus quase cinquenta, como quem via uma peça sendo encenada num grande palco à minha frente. Sentada, confortavelmente, eu ria, chorava, me emocionava, me entristecia, mas não tinha noção de que aquilo era a Vida. Assim mesmo, com V maiúsculo. E que era a Minha Vida que passava diante de mim, dos meus olhos, sem que eu percebesse. Rápida, veloz, inexorável. Sem tempo para arrependimentos, sem jeito de voltar atrás para buscar algo que havia esquecido. Sem retorno.
E eis, que, numa quinta feira, como tantas e tantas vezes tenho feito nos últimos anos, me pego pensando qual é o meu papel neste palco.
Atuando, amadoristicamente, neste teatro de bufões, protagonizado por péssimos atores, todos canastrões, tentando equilibrar pratos inequilibráveis. Tentando fazer rir quando muitas vezes desejamos chorar. Tentando ser o que sabemos que não somos. Palhaços, ridículos, de pequenos dramas pessoais, de tramas rocambolescas, vestidos com roupas que não nos cabem, grandes demais ou apertadas demais...
Qual o meu papel nesta trama? Autora, diretora e atriz de meu próprio papel. Olhando através de uma lupa gigantesca para a platéia. Vejo rostos disformes, caretas medonhas, rugas, verrugas.
Pateticamente, a platéia também me vê, assiste espantada, entre gargalhadas e sustos, meus olhos esbugalhados, monstruosos, por trás das lentes de aumento. Grotescos, puro non sense.
Somos todos o que aparentamos ser? Somos marionetes, mamulengos, levados de cá para lá por mãos invisíveis?
Somos feitos de que matéria? Papel maché, madeira, carne, ossos, sonhos?
Me pego olhando estas árvores antiquíssimas e querendo ser como elas...centenárias e imóveis, assistindo à mesma peça inútil que, há milhares de anos, a humanidade encena.

sábado, 21 de maio de 2011

Chá, Livros & Divagações...


Adoro quando o tempo está assim, como o deste fim de semana: friozinho, sol fraco, que de vez em quando se esconde, tímido, atrás de nuvens escuras. Quando posso sentar com um livro, uma caneca de chá e ficar, por longas, longas, horas, absorta e enfronhada num mundo em que não vivo, num outro mundo, paralelo, feito de estórias de outros, contadas com maestria, prendendo minha atenção.
Quando o fim de semana se aproxima e a casa se torna um entra e sai de gente, minha paz fica um pouco abalada, pois ando precisando de silencio e calma. Prefiro a casa deserta, mas também gosto de ter a família por perto. Mas mesmo tendo mais coisas a fazer, me retiro para o meu canto preferido e, quando posso, retomo o meu mundo e deixo a minha imaginação voar.
Ando tão mergulhada em meus escritos, que de vez em quando, preciso sair para outras caminhadas, por outras paisagens, outras épocas, outros países.
Isso me alimenta, me oferece uma diversidade de olhares, dos quais necessito para escrever.
Tenho notado algo que veio muito forte, em mim, com a maturidade: Meu olhar se aguçou, meu entendimento das coisas e do mundo se ampliou, como se meus neurônios se multiplicassem e minha inteligência se refinasse.
O auto conhecimento faz isso conosco, nos fornece subsídios para que compreendamos melhor o mundo.
Minha capacidade criadora também tem crescido de maneira notável. E isto não é auto elogio. É constatação.
A cada dia, sinto que minha criatividade se amplia, cresce. Seria isso o que os antigos chamavam de "sabedoria"?
Estou com minha atenção, também, redobrada. Meu lado observador, aprimorado. Como se meu radar para as coisas e pessoas estivesse exacerbado. Noto o que outros não notam, percebo o que outros não perceberam.
Todos os meus sentidos estão voltados para a criação, para o entendimento, para o depreender.
Livros fazem isso com a gente. Abrem nossa cabeça, nos preenchem, ocupam os cantos escuros, os lugares, os vãos.
Mas para que isso ocorra é preciso ter sido preparado, através da vida, para esse preenchimento. E ele vai sendo feito, homeopaticamente, ao longo dos anos.
Afinal, literatura não é botox. Escritores, que possam ser chamados por esse nome, não se encontram em qualquer esquina.
Para que a leitura encontre eco dentro de nós, é preciso mais do juntar palavras ou concatenar ideias.
Para que um escritor faça jus ao nome de escriba é preciso ter lido mais do que livros de auto ajuda ou romances de bancas de jornais.
Escritores se fazem ao nascer e se aprimoram ao longo da vida. E isso, não é para qualquer um. Podem até achar-se  escritores. Podem até ser descritos como tais, mas não o são e jamais o serão.
Volto eu para o meu sofá, meu chá e meu livro...já divaguei demais pela arte da escrita. Porque a escrita é arte. Tolos são os que pensam que, porque escrevem razoavelmente, são artistas. Mais tolos ainda os que escrevem mal, muito mal e, ainda assim se auto denominam escribas.
Para bom entendedor, um pingo é letra. Os maus entendedores, os que não têm estofo, esses, continuarão sem noção de quem realmente são...



foto sidewalkstories

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Que Trago em Mim


Mais uma semana começa. E me pego pensando no que virá...
Não posso adivinhar, nem tampouco arquitetar um plano ou um desejo, pois minha vida, ultimamente, anda tão fora dos trilhos, que tudo pode acontecer: Coisas boas, outras nem tanto e vou caminhando procurando olhar para dentro, procurando em mim e no que venho lendo e escrevendo as razões para que a vida continue a fluir como espero. Ou que somente flua, como um rio a descer as corredeiras, levando tudo de morto e seco, fertilizando as margens onde toca.
Tenho pensado muito, refletido muito e, como não ando muito bem humorada, tenho preferido ficar sozinha.
Nas duas últimas semanas li três livros. Três bons livros. Estou lendo um outro agora, que dará um ótimo post quando finalizar sua leitura. Mas por ora, me pego pensando no que trago em mim...
Trago em mim tudo o que já vi e li.
Trago em mim a escrita de outros, que vou depurando e transformando em sabedoria, em reflexões, em auto análise. Pego tudo o que li, vi e vivi e transformo a partir do que depreendo, do que entendo.
Uma frase desperta em mim algo sutil, que estava lá, adormecido, como um vento que sopra e desenterra um baú escondido. Às vezes, só uma palavra, tem esse poder mágico de descortinar uma ideia inteira, um capítulo inteiro se faz de uma única e encantada palavra.
Ando mais introspectiva que nunca. Sou extrovertida quando estou entre amigos, mas aquela parte de mim, como já disse antes, é só a ponta do iceberg. A parte mais profunda do meu eu, ninguém vê, ninguém conhece, talvez nem eu mesma me saiba toda.
Mas o que trago em mim às vezes me dá medo. São tantas coisas, tantos sentimentos que nem sempre consigo decodificá-los. Será que era isso o que os escritores antigos definiam como loucura?
Será que essa loucura, é não ter palavras, muitas vezes, para definir sentimentos e essa impossibilidade cause dor e angústia tamanhas que possam ser confundidas com a perda da razão?
O que trago em mim é indizível, é sem tamanho, é inexplicável. Daí a solidão, daí a sensação de não poder dividir, daí a angústia.
A visceralidade me consome. Mas a escrita me salva de mim mesma.
Porque trago em mim a dor do mundo que, somadas à minha, me fazem a cada dia, inversamente, mais incompleta.
Mais densa e, no entanto, mais difusa.
O que trago em mim?
Universos. Uni. Versos. Unir Versos.
Este é meu motivo. Esta é a minha força para seguir adiante.
E é esta  força o que trago em mim.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os Sem Noção - Up Date

Às vezes eu gostaria de ter menos educação e oferecer para algumas pessoas o famoso chá (imaginário) de Simancol.
Tenho visto cada coisa ultimamente em matéria de falta de noção...Ou as pessoas não pensam um mínimo no outro e só olham para o próprio umbigo ou são tão egoístas que acham que a humanidade existe para lhes render homenagens ou são mesmo uns aproveitadores.
Há os que mesmo sem intimidade se fazem de íntimos e se imiscuem na vida alheia, sem pedir licença. Basta uma brecha, uma ínfima brecha para se acharem os "melhores amigos" com direitos inalienáveis.
Há os que acham que por serem amigos não precisam comprar o livro de um amigo escritor(a), sem imaginar que o dito amigo tem contas a pagar, e que se o pobre coitado fosse dar os livros para todos os amigos, ficaria ainda mais pobre do que antes. E estes são, justamente os que emprestarão o livro "ganho" aos amigos e parentes para evitar que gastem dinheiro comprando o livro..."Para que?" dirão eles, "Se eu ganhei, posso te emprestar, compra não...bobagem..."
Há os que mesmo que a gente fale MIL vezes que é ateu, escreve ou fala, manda cartões ou recados, ou ainda comentários do tipo: "Para que você sinta o quanto Deus te ama". "Um dia você sentirá a revelação"...e coisas do gênero...além de falta de respeito, uma falta de educação sem tamanho.
Penso que minha mãe me ensinou boas maneiras demais...Queria saber rodar a baiana e falar umas verdades para quem merece ouví-las...Mas, não, não é de bom tom, é falta de educação, é politicamente incorreto...posso perder o amigo(a)...posso magoar, posso ferir...Então engulo quieta e calo. E quase morro entalada!
Mas, me digam vocês, ultimamente (ou é impressão minha?) as pessoas não andam perdendo demais a noção dos limites, não?
Não tem gente se aproveitando de ideias alheias, da bondade alheia, de amizades e da educação dos amigos ou supostos amigos para se dar bem?
Ando cansada de certo tipo de gente...
E os "gargantas"? Aqueles de quem tudo é o melhor? Os filhos são os mais inteligentes, têm os amigos mais ricos e chics, têm a casa mais bonita e a família mais unida? Nada deles é imperfeito. Aliás, como dão importância à status, riqueza  aparência...E eu que achei que isso já andava meio demodê...dar importância aonde vai, com quem vai, se gastou muito, se comprou isso ou aquilo ou  relaciona-se com gente endinheirada.
Pior é que conheço várias pessoas assim. No discurso dizem que não dão importância a essas coisas, mas nos atos...ah! nos atos são uns sanguessugas da suposta "riqueza" ou "bem de vida" do outro...Como diria minha mãe: "fazer cumprimento com chapéu alheio". Tem disso aos montes.
Ando farta.
Não é à toa que vivo mergulhada em meus livros e escritos...Definitivamente não me incluo nesse mundinho pequeno e vazio dos sem noção...Mundinho esse, onde eles são reis e rainhas de um universo que gira ao redor deles...
Ultimamente prefiro a minha própria companhia e a dos meus livros, do que ficar ouvindo abobrinhas e obviedades rasas ou quem se vangloria pelo fato de ter amigos poderosos...Tô fora!
Chá de Simancol.  Agora que começa a fazer um friozinho gostoso, é sempre tempo de se tomar um pouco, à noite antes de deitar. Eu recomendo!

Up Date:
PS -Dei meu livro, de presente, para três amigos muito queridos que me ajudaram e me apoiaram muito, me enviando livros, me incentivando a escrever e me fazendo descortinar a mulher escriba que havia em mim, achei por bem fazer-lhes esse agrado como uma forma de demonstrar meu carinho e gratidão. Gostaria de ter dado muitos mais, a muitos outros amigos queridos, a quem devo muito, mas infelizmente, não me foi possível, pois pretendo pagar minhas contas e viver da minha escrita(?!). Esta é uma explicação necessária, pois não estou de forma alguma falando destas pessoas. Espero que todos tenham compreendido.
Beijos,

domingo, 8 de maio de 2011

É Bonita E É Bonita...



Como não sou ligada em datas, por ter memória seletiva, creio, e também porque acho que tenho coisas mais importantes a fazer, ler e escrever do que guardar datas, por exemplo, havia me esquecido que hoje faz anos que minha mãe morreu.
Há quem vá achar: Que absurdo, filha desnaturada! Na minha própria família, minha irmã há de achar isso um despropósito. Mas sou assim e quem gostar de mim que leve o pacote completo.
Pois foi perto dos dias das mães que minha mãe morreu, há dez anos atrás. Ou serão onze? rsrs Não me ligo nessas coisas...
Não fiquei traumatizada, pois já era adulta, minha mãe sofria de câncer, estava com 81 anos e eu já era atéia sem o saber, pois achava um sofrimento sem razão mantê-la viva com uma doença fatal.
Sou assim pragmática e poeta, vá entender...
Já meu pai, morreu quando eu tinha 15 anos, numa véspera dos dias das mães. Não fiquei traumatizada com o fato de ser dia das mães e meu pai ter morrido, talvez para minha mãe sim, todo ano, essa data a fizesse lembra-se dele e ficar ainda mais triste. Ela, que abdicou da vida aos 54 anos ao ficar viúva.
Lembro-me bem que ao engravidar de minha primeira filha e saber que ela nasceria, provavelmente, no dia em quem meu pai morreu, minha mãe ficou muito ansiosa, rezando e pedindo aos céus que ela não viesse ao mundo no mesmo dia: 12 de maio.
Eu lhe dizia: Mãe, olha só, se ela nascer no mesmo dia, isso será um bom sinal. Sinal de que teremos um motivo para ficar felizes nesse dia e não tristes.
Mas qual! Ela não queria saber dessa estória de neta nascendo no dia em que o avô havia morrido e continuava rezando e pedindo a todos os santos que ela não nascesse nesta data.
Acabou que minha filha veio a este mundo no dia 20 de maio...Minha mãe ficou feliz, agradeceu aos céus, católica devota que era.
Lembrei-me desse fato agora, nem sei porque, para contar a vocês que se ela tivesse nascido no dia 12, para mim, seria indiferente. Não porque eu seja fria ou não tenha amado meu pai, mas por ter uma visão da vida e da morte muito diferente da maioria das pessoas.
Sou esquisita? Não sei.
Criei um envoltório para não sofrer? Talvez.
Só sei dizer que, para mim, se minha filha houvesse nascido neste dia, seria um motivo de felicidade, haveria toda a simbologia do renascer embutido aí, seria um dia em que lembraríamos de meu pai com carinho, pois ele (para quem crê) teria simbolicamente enviado a neta para preencher um vazio que a sua morte prematura havia deixado na vida da família.
Escrevo isto para dizer que a vida, por mais que pareça triste ou sem sentido pode ser direcionada para um sentido maior que independe de religiões ou crenças.
A Vida, por si só, já faz todo o sentido.

PS: E como diria Gonzaguinha na belíssima canção E a Vida...é bonita e é bonita...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Desejos

Acabei de vir do blog da minha amiga Luma onde ela faz aos seus leitores a seguinte pergunta: "O que mais você deseja da vida?"
Para mim, a resposta é fácil: PAZ.
No momento, para mim, o maior luxo que pode existir é ter paz. Paz  para deitar no meu travesseiro perfumado e macio e dormir sem grandes problemas, com a cabeça descansada, sem preocupações e sem calmantes.
Não tenho grandes ambições.
Quero escrever, e se possível que meus livros sejam lidos com prazer e que eu possa me sustentar aliando o prazer da escrita à profissão de escritora.
Viajar, pelo menos uma vez por ano.
Ter saúde e ver meus netos e filhos realizando-se tanto emocional como profissionalmente.
Mas, principalmente ter PAZ. Paz de espírito, consciência tranquila.
Como bem diz a Luma no seu post, cada idade tem suas dores e delícias.
Desejo que a minha velhice tenha paz e dignidade, e os meus sonhos, esses, bem sei, continuarão comigo, porque como diz a canção: sonhos não envelhecem...E os meus, nunca envelhecerão.