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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A China Que Não Conhecemos

Sempre admirei a cultura chinesa, fosse sua medicina milenar, a delicadeza das chinesas, com suas peles de porcelana, ou sua arquitetura, jardins...afinal, esse povo tem história.
Mas, há alguns anos atrás, li um livro que se chama "Os Cisnes Selvagens" e conta a estória de 3 mulheres, de 3 gerações de uma mesma família, desde os tempos de Mao...Elas passam pela fome, miséria e depois, pelo horror da Revolução Cultural, até os anos 2000, acho, não tenho mais certeza em que ano o livro termina, mas é a estória real dessas mulheres e de todos os percalços por que passam nesses anos de chumbo...Fiquei horrorizada com o relato da escritora, a mais jovem da família.
Tempos depois, li outro livro sobre mulheres na China, "As Boas Mulheres Da China", cujo relato de como as mulheres são tratadas lá, me causou uma verdadeira mudança no meu modo de ver essa cultura, que eu julgava superior à ocidental, embora em termos culturais eu saiba que não se deve falar em superioridade ou inferioridade. Mas, o que me revoltou é a maneira como as mulheres são tratadas...até hoje, a sogra pode bater na nora se achar que ela fez algo que não tenha gostado...e o marido, idem. Isso é permitido!


Trabalho infantil...ainda hoje isso existe, principalmente fora dos grandes centros...

Foi com extrema dificuldade que consegui fotos desabonadoras, pois como se sabe, apesar da abertura da China, ainda hoje, a censura existe e o Estado é quem dita o que pode ou não ser filmado, fotografado ou divulgado...recentemente houve o caso de censura ao google e ao yahoo.


Essas são peônias, as flores-símbolo da China.

Estou lendo o livro "Laoway" da jornalista Sonia Bridi que foi correspondente da Globo na China durante 2 anos...e, confesso, há situações, no mínimo, esdrúxulas, descritas por ela...os chineses cospem, escarram, arrotam e soltam....gases! Falam com as pessoas, viram para o lado e escarram, se tiverem vontade de soltar puns, soltam e arrotos, idem...
Ela conta que viajar nos aviões por lá é uma verdadeira tortura, por causa do mal cheiro.
Nas ruas, o chão é cheio de cusparadas, algumas com aspecto tenebroso...imaginem que nojo!
Os banheiros públicos, pois quase não há banheiros nas casas, já que isso era considerado luxo, são fétidos, imundos e constam de um buraco no chão, onde se tem que acocorar, sem paredes, um ao lado do outro, sem a menor privacidade! Louças sanitárias só agora estão aparecendo por lá...pode ser que depois das Olimpíadas isso tenha melhorado bastante.

Flor de Pessegueiro
Mas, de todos os relatos que já ouvi sobre a China, o que mais me chocou, pela falta de respeito à privacidade e aos direitos humanos ( e nem vou falar aqui das execuções sumárias que existem até hoje...) foi do estilista mineiro Ronaldo Fraga, a quem admiro muito. Numa entrevista, eu o ouvi contando que foi à China tentar viabilizar a confecção de suas roupas numa fábrica chinesa.
Ao chegar lá, viu centenas de mulheres sentadas em máquinas de costura, cuja cadeira, tinha um penico, isso mesmo, um penico! embaixo...para elas não terem que parar de trabalhar nem um minuto! Se desse vontade de fazer xixi, faziam sentadas sem parar de costurar, e, se desse vontade de fazer o número 2, faziam ali também!
Ele desistiu na hora de fazer negócio com quem escraviza as pessoas a tal ponto, que as pobres tem que se aliviar sentadas, e, trabalhando! Imagino que nem calcinha devam usar para "facilitar" e não perder tempo tão precioso, abaixando-as....
Fiquei tão chocada com isso e com outras coisas que vi, como tirar a bile dos ursos, mantendo-os vivos, porque a bile é afrodisíaca ou algo que o valha, provocando imenso sofrimento no animal, confinado a vida toda até morrer de tanto sofrer!
Quanta barbárie! Vendo isso tudo, vejo como a humanidade está atrasada!
Quanto sofrimento ainda é impingido aos mais fracos, aos mais pobres, aos indefesos animais, aos que não tem voz no mundo.
Recomendo que leiam o livro da Sônia Bridi para entendermos um pouco esse país tão distante, tão diferente, tão corrupto quanto o nosso, mas ao mesmo tempo com milênios de estória e sabedoria, apesar de tantos horrores.
Embora a cultura seja milenar e tenha muitas coisas admiráveis, confesso que fiquei bastante impressionada e não sei se algum dia, se tivesse chance, visitaria a China.
Que me perdoem os chineses que moram no Brasil, certamente já aculturados e seus descendentes, mas nada disso é mentira, infelizmente.